Guia completo sobre Renda Fixa: vantagens, tipos de investimentos e mais
Renda fixa: conheça os tipos de investimento, vantagens e como investir
O que é renda fixa e como funciona?
A renda fixa é uma modalidade de investimento em que o investidor já conhece, no momento da aplicação, as condições para o retorno financeiro.
Esse tipo de aplicação é caracterizada por oferecer previsibilidade sobre a remuneração, seja em termos de taxa de juros, indexadores como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), a Selic (taxa básica de juros), ou até a inflação.
Em geral, a renda fixa é vista como uma alternativa mais segura em comparação à renda variável, pois os riscos são mais controlados.
Esses investimentos funcionam como uma espécie de empréstimo. Quando alguém aplica em um título de renda fixa, está, na prática, "emprestando" seu dinheiro para o emissor do título — que pode ser o governo, uma instituição financeira ou uma empresa.
Por sua vez, em troca desse empréstimo, o investidor é recompensado com juros, que podem ser pré-determinados ou vinculados a algum indicador econômico.
Existem duas principais formas de remuneração: títulos prefixados e títulos pós-fixados. Nos prefixados, o rendimento é definido no momento da aplicação.
Por exemplo, um título que pague 10% ao ano garante exatamente essa taxa, independente do que aconteça na economia. Já nos pós-fixados, a remuneração é atrelada a um índice, como o CDI ou a Selic, e pode variar ao longo do tempo.
O funcionamento é simples: o investidor compra o título, aguarda o prazo acordado e, ao final, recebe o valor investido acrescido dos juros.
Em alguns casos, é possível resgatar antes do vencimento, mas isso pode impactar a rentabilidade por causa da marcação a mercado (um conceito que exploraremos mais à frente).
Agora que você conhece o básico sobre o que é renda fixa, vamos mergulhar mais fundo nos detalhes, como rendimento e tributação, nos próximos tópicos.
Rendimento: CDI, Selic e TR
O rendimento da renda fixa pode ser influenciado por diversos indicadores econômicos, com destaque para o CDI, a Selic e a TR.
Cada um desses índices tem impacto específico sobre os diferentes tipos de investimentos e é essencial compreendê-los para saber como eles afetam a rentabilidade da sua aplicação.
CDI (Certificado de Depósito Interbancário)
O CDI é uma taxa de juros utilizada nas operações de empréstimo entre bancos. Ele funciona como um parâmetro importante para a rentabilidade de diversos investimentos, como CDBs e fundos DI.
Como o CDI acompanha de perto a taxa Selic, ele tende a oscilar junto com as mudanças na política monetária do Banco Central.
Investimentos atrelados ao CDI: Muitos títulos pós-fixados oferecem rendimento como um percentual do CDI (ex.: 100% do CDI).
Impacto na rentabilidade: Quanto maior o CDI, maior será a rentabilidade de investimentos que acompanham esse índice.
O CDI é ideal para quem busca segurança e liquidez, já que muitos investimentos atrelados a ele permitem resgates antes do vencimento.
Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia)
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e influencia diretamente todos os outros índices de mercado.
Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e tem o objetivo de controlar a inflação.
Tesouro Selic: Um dos investimentos mais populares em renda fixa, o Tesouro Selic, tem sua rentabilidade atrelada à Selic.
Impacto da Selic: Quando a Selic sobe, os investimentos pós-fixados, como o Tesouro Selic e CDBs, se tornam mais atrativos. Em contrapartida, pode reduzir o apetite por títulos prefixados, que já têm a rentabilidade definida.
TR (Taxa Referencial)
A Taxa Referencial (TR) é usada como base para o cálculo do rendimento de produtos tradicionais, como a poupança e o FGTS.
Embora tenha perdido relevância ao longo dos anos devido à baixa rentabilidade, a TR continua sendo um índice importante.
Poupança e TR: Atualmente, a poupança rende 70% da Selic mais a TR, mas a TR tem se mantido próxima de zero, reduzindo o rendimento da aplicação.
Impacto limitado: Em cenários de Selic baixa, a poupança oferece um rendimento ainda menor, ficando abaixo de outras opções de renda fixa.
Esses três indicadores são fundamentais para entender como a rentabilidade da renda fixa é calculada e para escolher o tipo de investimento mais adequado ao seu perfil e objetivos. Na próxima seção, abordaremos como funciona a tributação desses investimentos.
Tributação
A tributação é um aspecto fundamental nos investimentos de renda fixa, pois impacta diretamente a rentabilidade final.
A maior parte dos rendimentos desse tipo de aplicação está sujeita ao Imposto de Renda (IR) e ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Entender como esses tributos são aplicados é essencial para evitar surpresas e planejar melhor seus ganhos.
Imposto de Renda (IR)
Nos investimentos de renda fixa, o IR é retido na fonte e incide apenas sobre o rendimento, ou seja, sobre o valor ganho, não sobre o total aplicado.
A alíquota segue uma tabela regressiva, incentivando aplicações de longo prazo:
Até 180 dias: 22,5%
De 181 a 360 dias: 20%
De 361 a 720 dias: 17,5%
Acima de 720 dias: 15%
Exemplo: Se você aplicou R$ 10.000,00 e teve um rendimento de R$ 1.000,00 em 6 meses, a alíquota de IR será de 22,5% sobre os R$ 1.000,00.
Isenção de IR: Alguns títulos, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), são isentos de IR, tornando-se opções atrativas para quem busca mais rentabilidade líquida.
IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
O IOF incide apenas em aplicações com resgate em até 30 dias e segue uma tabela decrescente.
Quanto mais próximo do vencimento, menor será a alíquota, até chegar a zero no 30º dia. Esse imposto visa desestimular movimentações financeiras de curto prazo.
Dias | Limite Tributável do Recolhimento | Dias | Limite Tributável do Recolhimento | Dias | Limite Tributável do Recolhimento |
1 | 96% | 2 | 93% | 3 | 90% |
4 | 86% | 5 | 83% | 6 | 80% |
7 | 76% | 8 | 73% | 9 | 70% |
10 | 66% | 11 | 63% | 12 | 60% |
13 | 56% | 14 | 53% | 15 | 50% |
16 | 46% | 17 | 43% | 18 | 40% |
19 | 36% | 20 | 33% | 21 | 30% |
22 | 26% | 23 | 23% | 24 | 20% |
25 | 16% | 26 | 13% | 27 | 10% |
28 | 6% | 29 | 3% | 30 | 0% |
Se você planeja investir e precisar de liquidez diária, é importante considerar o impacto do IOF nas retiradas precoces.
Tributação em fundos de investimento
Nos fundos de renda fixa, além do IR, aplica-se o mecanismo de "come-cotas", que é uma antecipação semestral do imposto de renda sobre os rendimentos.
O come-cotas ocorre em maio e novembro, reduzindo automaticamente a quantidade de cotas do investidor, com alíquota de 15% para fundos de longo prazo e 20% para os de curto prazo.
Conhecer as regras de tributação é essencial para calcular a rentabilidade líquida dos investimentos e escolher os títulos que melhor se encaixam em seus objetivos. Na próxima seção, discutiremos a diferença entre renda fixa e variável.
Qual é a diferença entre renda fixa e variável?
Qual a diferença entre renda fixa e renda variável. - Foto: Freepik
A renda fixa e a renda variável são duas categorias distintas de investimento, cada uma com características próprias em termos de rentabilidade, risco e previsibilidade. Entender suas diferenças é crucial para escolher a melhor opção de acordo com o perfil e os objetivos do investidor.
1.Previsibilidade de retorno
Renda fixa: Oferece maior previsibilidade. O investidor sabe, no momento da aplicação, as condições para o retorno, como uma taxa prefixada ou atrelada a índices (CDI, Selic, IPCA).
Renda variável: A rentabilidade é incerta e depende de fatores de mercado, como oferta e demanda, condições econômicas e notícias globais. Exemplo típico é a bolsa de valores, onde o preço das ações pode oscilar significativamente.
Exemplo: Um título prefixado paga 10% ao ano, independentemente de oscilações econômicas. Já o preço de uma ação pode variar para mais ou menos, sem garantia de retorno.
2.Risco
Renda fixa: Tem menor risco, pois os emissores (como bancos ou o governo) se comprometem a devolver o valor investido acrescido de juros. A chance de perdas é menor, principalmente em títulos garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Renda variável: Envolve maior risco. Em um mercado de ações, por exemplo, não há garantia de retorno, e o investidor pode até perder o capital investido.
Exemplo: Investir em um CDB oferece segurança adicional pela cobertura do FGC, enquanto comprar ações de uma empresa envolve o risco de queda nos preços.
3.Liquidez
Renda fixa: A liquidez depende do tipo de título. Alguns permitem resgate antecipado, mas podem ter perda de rentabilidade (devido à marcação a mercado).
Renda variável: A liquidez é mais alta em mercados como ações, pois o investidor pode vender seus ativos rapidamente. No entanto, há o risco de não conseguir vender ao preço desejado.
4.Perfil de investidor
Renda fixa: Indicada para investidores mais conservadores, que buscam segurança e retornos previsíveis. Ideal para objetivos como a formação de reserva de emergência ou investimentos de curto e médio prazo.
Renda variável: Recomendado para perfis moderados ou arrojados, que estão dispostos a correr riscos em troca de maiores retornos no longo prazo.
5.Exemplos de investimentos
Renda fixa: Tesouro Direto, CDBs, LCIs/LCAs, Debêntures, e Poupança.
Renda variável: Ações, Fundos Imobiliários (FIIs), ETFs e Criptomoedas.
Em resumo, a renda fixa é focada em estabilidade e segurança, enquanto a renda variável busca maior potencial de retorno, mas com maior risco.
Ambas as modalidades podem coexistir em uma carteira diversificada, permitindo que o investidor balanceie risco e rentabilidade. A seguir, exploraremos as vantagens e desvantagens da renda fixa.
Vantagens e desvantagens de investir em renda fixa
Investir em renda fixa é uma escolha comum entre investidores que buscam segurança e previsibilidade.
No entanto, como qualquer modalidade de investimento, ela apresenta vantagens e desvantagens que devem ser consideradas na estratégia financeira.
Abaixo, você encontrará uma análise completa para entender os benefícios e os pontos negativos dessa classe de ativos.
Vantagens de investir em renda fixa
Confira as principais vantagens relacionadas a decisão de investir em aplicação das renda fixa:
Previsibilidade de retorno
Em muitos casos, o investidor já sabe de antemão a rentabilidade exata ou as condições para alcançá-la. Títulos prefixados oferecem uma taxa fixa, enquanto os pós-fixados seguem indicadores econômicos, como CDI ou Selic.
Ideal para objetivos como reserva de emergência e planejamento de curto e médio prazo.
Segurança
Diversos investimentos em renda fixa, como CDBs, LCIs e Tesouro Direto, oferecem segurança ao investidor. Além disso, títulos de bancos são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege aplicações até R$ 250 mil por CPF e instituição.
O Tesouro Selic é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, já que o risco de o governo deixar de honrar a dívida é baixíssimo.
Facilidade de acesso e gestão
É possível investir em renda fixa por meio de corretoras, bancos e plataformas digitais de forma simples. Além disso, muitos desses ativos possuem liquidez diária, o que facilita o resgate antecipado, especialmente em emergências.
O Tesouro Direto, por exemplo, pode ser adquirido com pequenos valores, tornando-se uma alternativa acessível para todos os perfis.
Diversificação de carteira
A renda fixa complementa uma carteira diversificada, proporcionando estabilidade durante períodos de alta volatilidade nos mercados de renda variável. Esse equilíbrio é fundamental para reduzir riscos e garantir liquidez.
Desvantagens de investir em renda fixa
Agora, confira algumas desvantagens que precisam ser consideradas ao investir em renda fixa:
Rentabilidade limitada em cenários de juros baixos
Em momentos de Selic baixa, a rentabilidade dos investimentos de renda fixa cai, tornando alguns produtos, como poupança e CDBs, menos atrativos. Nesses cenários, o retorno pode não superar a inflação, corroendo o poder de compra do investidor.
Tributação
A tabela regressiva do IR penaliza resgates de curto prazo, e o IOF pode incidir sobre retiradas realizadas em menos de 30 dias. Além disso, em fundos de renda fixa, o come-cotas antecipa o pagamento de impostos, reduzindo o número de cotas do investidor.
Risco de crédito
Embora o risco seja menor que o de renda variável, existe a possibilidade de inadimplência, especialmente em investimentos como debêntures e títulos de instituições financeiras não cobertos pelo FGC.
É fundamental avaliar a solidez do emissor antes de investir, principalmente em ativos com alta rentabilidade.
Marcação a mercado
Títulos de renda fixa sofrem variações de preço ao longo do tempo por causa da marcação a mercado. Em cenários de alta dos juros, o valor de títulos prefixados pode cair, afetando o saldo se o investidor precisar resgatar antes do vencimento.
A renda fixa é uma excelente opção para quem busca segurança, previsibilidade e liquidez. No entanto, é importante considerar a rentabilidade limitada em cenários de juros baixos e as regras de tributação, especialmente em investimentos de curto prazo.
Investidores bem informados conseguem aproveitar as vantagens da renda fixa enquanto minimizam seus riscos, utilizando essa modalidade de forma estratégica em suas carteiras.
Qual a rentabilidade da renda fixa?
Qual a rentabilidade da renda fixa - Foto: Freepik.
A rentabilidade na renda fixa pode variar de acordo com o tipo de título, prazo de investimento e o índice de referência utilizado.
Em termos gerais, existem três modalidades principais de remuneração: prefixada, pós-fixada e híbrida. A seguir, exploramos cada uma dessas modalidades e como elas impactam os ganhos do investidor.
1.Rentabilidade prefixada
Nos títulos prefixados, a taxa de juros é definida no momento da aplicação e permanece a mesma até o vencimento. O investidor sabe exatamente quanto receberá ao final do período.
Exemplo: Um CDB prefixado oferece 12% ao ano. Se o investidor aplicar R$ 10.000,00 por um ano, o retorno bruto será R$ 1.200,00 totalizando R$ 11.200,pp
Vantagem: Ideal para cenários de queda na taxa de juros, pois a rentabilidade é protegida.
Risco: Se a Selic subir, o investidor pode perder oportunidades de retorno maior em outros títulos.
2.Rentabilidade pós-fixada
Nos títulos pós-fixados, a rentabilidade é atrelada a um índice de referência, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), Selic ou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Como esses índices variam, o rendimento só é conhecido ao final do período.
Exemplo: Um CDB pós-fixado oferece 100% do CDI. Se o CDI estiver em 13% ao ano, o rendimento será próximo a esse percentual.
Vantagem: Proteção contra oscilações de mercado, pois o retorno acompanha os índices econômicos.
Risco: A rentabilidade pode ser menor se os índices caírem.
3.Rentabilidade híbrida
Nos títulos híbridos, o rendimento combina uma taxa fixa + índice de inflação (geralmente o IPCA). Essa estrutura protege o poder de compra do investidor, garantindo uma parte prefixada e outra que varia com a inflação.
Exemplo: Um título do Tesouro IPCA+ paga 5% ao ano + IPCA. Se o IPCA for de 6% ao ano, a rentabilidade total será 11%.
Vantagem: Proteção contra a inflação, ideal para investimentos de longo prazo.
Risco: Em cenários de inflação baixa, a rentabilidade pode ser menos atrativa comparada a outros títulos.
Como calcular a rentabilidade líquida
Para conhecer o retorno líquido, é necessário descontar impostos (IR e IOF, se aplicável) e eventuais taxas de administração ou custódia.
Um investimento que parece atrativo na rentabilidade bruta pode apresentar um retorno menor quando essas variáveis são consideradas.
Simulação da Rentabilidade:
Tipo de Título | Valor Aplicado | Rentabilidade Bruta | Imposto de Renda (15%) | Rentabilidade Líquida |
CDB Prefixado 12% a.a. (1 ano) | R$ 10.000,00 | R$ 1.200,00 | R$ 180,00 | R$ 1.020,00 |
Tesouro IPCA+ 5% + IPCA (5 anos) | R$ 10.000,00 | R$ 3.500,00 | R$ 525,00 | R$ 2.975,00 |
A rentabilidade da renda fixa depende da modalidade escolhida e das condições econômicas. Títulos prefixados são ideais para quem deseja previsibilidade, enquanto os pós-fixados e híbridos oferecem proteção contra oscilações de mercado e inflação.
No entanto, é fundamental calcular o retorno líquido e considerar o impacto de impostos e taxas na rentabilidade final.
Renda fixa é aplicação sem nenhum risco?
Apesar da renda fixa ser conhecida pela segurança, nenhum investimento é completamente isento de riscos.
Embora os ativos de renda fixa sejam considerados menos voláteis que os de renda variável, existem fatores que podem impactar o retorno esperado e até mesmo colocar em risco parte do capital investido.
A seguir, exploramos os principais tipos de riscos associados a esses investimentos e como minimizá-los.
1.Risco de crédito
O risco de crédito está relacionado à possibilidade de inadimplência do emissor do título. Isso significa que o emissor pode não conseguir pagar o valor acordado no vencimento.
Exemplos:
Emissão de CDB por um banco que enfrenta problemas financeiros.
Debêntures de empresas privadas sem garantia firme de pagamento.
Mitigação:
Verificar se o investimento tem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que protege aplicações até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
Escolher emissores sólidos e com boas classificações de crédito.
2.Risco de mercado (Marcação a Mercado)
O valor dos títulos de renda fixa pode oscilar antes do vencimento, devido à variação nas taxas de juros e condições de mercado. Esse fenômeno é conhecido como marcação a mercado.
Exemplo:
Um título prefixado com 10% ao ano pode perder valor se a taxa Selic subir para 13%, pois novos títulos oferecerão rentabilidade superior.
Mitigação:
Manter o título até o vencimento para garantir a rentabilidade acordada, evitando resgates antecipados em momentos desfavoráveis.
3.Risco de liquidez
Nem todos os ativos de renda fixa possuem liquidez imediata, ou seja, a facilidade de vender o título e converter o valor em dinheiro antes do vencimento.
Exemplo:
Uma LCI (Letra de Crédito Imobiliário) com prazo de 2 anos pode não permitir o resgate antecipado ou ter poucas ofertas no mercado secundário.
Mitigação:
Optar por produtos com liquidez diária, como o Tesouro Selic ou CDBs com essa característica.
4.Risco de inflação
Alguns títulos prefixados podem ser afetados por uma inflação inesperadamente alta, já que a rentabilidade acordada não se ajusta ao aumento dos preços. Isso significa que, mesmo que o investidor receba juros, o poder de compra do montante pode ser corroído.
Exemplo:
Um título prefixado que paga 8% ao ano pode se tornar pouco atrativo se a inflação anual atingir 9%.
Mitigação:
Diversificar a carteira com títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+, que garante uma rentabilidade real.
5.Risco regulatório
Mudanças em regulamentações e políticas econômicas podem afetar os títulos de renda fixa, especialmente os relacionados a incentivos fiscais, como LCI e LCA, que são isentas de IR para pessoas físicas.
Exemplo:
Caso o governo altere a regra de isenção de IR, isso pode impactar a atratividade desses títulos.
Mitigação:
Acompanhar notícias e ajustes regulatórios que possam afetar o mercado.
Embora a renda fixa seja uma opção relativamente segura, é importante lembrar que nenhum investimento está livre de riscos.
Conhecer e entender cada tipo de risco ( crédito, mercado, liquidez, inflação e regulatório), é essencial para tomar decisões conscientes.
A mitigação desses riscos passa por diversificação, análise de emissores e produtos, além de uma estratégia bem definida de alocação de ativos. Assim, o investidor consegue aproveitar a segurança da renda fixa de maneira mais eficaz, sem comprometer seu patrimônio.
Principais investimentos em renda fixa
Existem diversas opções de investimentos em renda fixa, cada uma com características próprias e indicadas para diferentes perfis e objetivos financeiros. A seguir, detalhamos os principais produtos disponíveis no mercado brasileiro.
1.Poupança
A caderneta de poupança é uma das formas mais tradicionais de investimento no Brasil, mas também é conhecida por sua baixa rentabilidade, por isso, muitos especialistas não a consideram mais como um investimento.
Como funciona: A rentabilidade da poupança depende da taxa Selic:
Selic acima de 8,5%: rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial).
Selic até 8,5%: rendimento de 70% da Selic + TR.
Não há incidência de imposto de renda nem de IOF, o que é uma vantagem para pequenos investidores.
Vantagens:
Liquidez diária (o dinheiro pode ser sacado a qualquer momento).
Isenção de impostos para pessoas físicas.
Segurança, pois é garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Desvantagens:
Rentabilidade muito baixa, frequentemente abaixo da inflação.
Não é recomendada para objetivos de longo prazo, já que o poder de compra pode ser corroído.
A poupança é indicada para reservas de emergência, mas não é ideal para quem busca retorno elevado, e além disso, pode ter retornos abaixo da inflação (perda para o investidor).
2.Fundos de investimento
Os fundos de renda fixa reúnem o dinheiro de diversos investidores para aplicar em títulos públicos e privados, administrados por um gestor profissional.
Tipos:
Fundos DI: focam em títulos pós-fixados atrelados ao CDI ou à Selic.
Fundos de curto e longo prazo: variam de acordo com os prazos e tipos de títulos.
Vantagens:
Diversificação automática, pois o fundo aplica em diferentes ativos.
Gestão profissional.
Possibilidade de investir com aportes iniciais baixos.
Desvantagens:
Incidência de taxas de administração e, em alguns casos, taxa de performance.
Cobrança de imposto de renda por meio do sistema de “come-cotas” a cada semestre.
Rentabilidade pode variar, dependendo das decisões do gestor.
Os fundos de investimento são indicados para investidores que preferem delegar a gestão e buscam diversificação.
3.CDBs (Certificados de Depósito Bancário)
O CDB é um título emitido por bancos para captar recursos. Em troca, o investidor recebe juros sobre o valor aplicado.
Tipos de CDB:
Prefixado: a taxa de juros é fixa e conhecida no momento da aplicação.
Pós-fixado: rentabilidade atrelada ao CDI ou à Selic.
Híbrido: combina uma taxa fixa com um índice de inflação (como o IPCA).
Vantagens:
Cobertura pelo FGC até R$ 250 mil por CPF e por banco.
Opções de liquidez diária ou com prazos definidos.
Rentabilidade frequentemente superior à poupança.
Desvantagens:
Incidência de imposto de renda e IOF, dependendo do prazo de resgate.
Pode ter menor liquidez em alguns casos.
Os CDBs são indicados para quem busca um investimento seguro e com rendimento superior à poupança.
4.Títulos públicos
Os títulos públicos são emitidos pelo governo através do Tesouro Direto, com o objetivo de financiar a dívida pública.
Principais tipos de títulos:
Tesouro Selic: pós-fixado, acompanha a taxa Selic.
Tesouro Prefixado: oferece uma taxa de juros fixa até o vencimento.
Tesouro IPCA+: híbrido, combina uma taxa fixa com o IPCA.
Vantagens:
Alta segurança, pois são garantidos pelo governo federal.
Acessíveis, com aplicações mínimas a partir de R$ 30.
Liquidez diária, especialmente no Tesouro Selic.
Desvantagens:
Incidência de imposto de renda e IOF.
Risco de perda em caso de venda antecipada (marcação a mercado).
Os títulos públicos são recomendados para quem busca segurança e diversificação.
5.Debêntures
As debêntures são títulos emitidos por empresas para captar recursos, geralmente para financiar projetos de longo prazo.
Tipos de debêntures:
Simples: não oferecem garantias específicas.
Incentivadas: isentas de imposto de renda para pessoas físicas e voltadas para infraestrutura.
Vantagens:
Rentabilidade superior à maioria dos produtos bancários.
Isenção de IR nas debêntures incentivadas.
Desvantagens:
Risco de crédito: dependem da saúde financeira da empresa emissora.
Menor liquidez em comparação com outros produtos.
As debêntures são indicadas para investidores com perfil mais arrojado, que buscam diversificação e retornos maiores.
6.LCI e LCA (Letras de Crédito)
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são emitidas por bancos e destinadas a financiar os setores imobiliário e agrícola.
Vantagens:
Isenção de imposto de renda para pessoas físicas.
Garantia do FGC até R$ 250 mil.
Desvantagens:
Prazo mínimo de 90 dias e, em muitos casos, ausência de liquidez diária.
Rentabilidade pode ser menor em relação a outros produtos de renda fixa.
LCI e LCA são recomendadas para investidores que buscam segurança e isenção fiscal.
7.CRI e CRA (Certificados de Recebíveis)
Os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos emitidos por securitizadoras, lastreados em recebíveis desses setores.
Vantagens:
Isenção de IR para pessoas físicas.
Rentabilidade geralmente superior a outros produtos de renda fixa.
Desvantagens:
Risco de crédito: não têm cobertura do FGC.
Baixa liquidez e maior complexidade na negociação.
Os CRI e CRA são indicados para investidores com maior tolerância ao risco e que desejam diversificação.
A renda fixa oferece uma ampla gama de produtos, cada um com características e níveis de risco diferentes.
A escolha entre poupança, CDBs, títulos públicos, LCI, LCA, debêntures ou CRI e CRA deve considerar o perfil do investidor, o prazo de investimento e os objetivos financeiros.
Diversificar entre esses produtos é uma estratégia inteligente para equilibrar risco e rentabilidade.
Como escolher títulos de renda fixa
Escolher o título de renda fixa adequado envolve uma análise cuidadosa de diversos fatores, como perfil de investidor, prazo, liquidez e rentabilidade.
Cada aplicação atende a necessidades específicas, e entender essas variáveis ajuda a alinhar as expectativas de retorno com a segurança desejada. Abaixo, exploramos os critérios essenciais para fazer uma boa escolha.
1.Defina seu perfil de investidor
O perfil de investidor é fundamental para determinar quais ativos são mais indicados:
Conservador: prefere segurança e baixa volatilidade. Opta por produtos garantidos, como CDBs e Tesouro Selic.
Moderado: busca um pouco mais de retorno, aceitando um risco controlado, como em LCIs ou debêntures.
Arrojado: tolera oscilações para maximizar ganhos, considerando debêntures incentivadas ou CRIs.
Dica: Uma carteira diversificada pode incluir vários títulos de renda fixa com diferentes prazos e riscos.
2.Considere o prazo de resgate
O prazo do investimento define quando o dinheiro poderá ser resgatado e influencia a rentabilidade:
Curto prazo: títulos como Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária são recomendados para reservas de emergência.
Médio ou longo prazo: títulos prefixados ou atrelados ao IPCA, como Tesouro IPCA+ e debêntures, oferecem melhor rentabilidade.
Atenção: Resgatar um título antes do vencimento pode resultar em perdas (especialmente em investimentos sujeitos à marcação a mercado).
3.Avalie a rentabilidade
A rentabilidade dos títulos pode ser:
Prefixada: conhecida no momento da aplicação, ideal para quem busca previsibilidade.
Pós-fixada: acompanha índices como CDI ou Selic, mais indicado para cenários de juros voláteis.
Híbrida: combina uma taxa fixa com um índice de inflação (ex.: Tesouro IPCA+), útil para proteger o poder de compra.
Escolha a modalidade que mais se adequa às suas expectativas e à previsão econômica.
4.Verifique a liquidez
A liquidez indica a facilidade de resgatar o investimento sem perdas significativas:
Alta liquidez: Tesouro Selic e CDBs com liquidez diária.
Baixa liquidez: debêntures e LCIs, que podem exigir a permanência até o vencimento.
Se você precisa de flexibilidade, priorize ativos de liquidez diária.
5.Avalie o risco e a garantia
Nem todos os títulos de renda fixa têm o mesmo nível de segurança. Avalie:
Cobertura do FGC: produtos como CDBs, LCIs e poupança são garantidos até R$ 250 mil por CPF e instituição.
Risco soberano: títulos públicos têm baixo risco, pois são garantidos pelo governo federal.
Risco corporativo: debêntures e CRIs não têm garantia do FGC e dependem da solvência da empresa emissora.
Dica: Sempre considere a classificação de risco (rating) do emissor nos títulos privados.
6.Analise a tributação
O imposto de renda pode impactar a rentabilidade líquida:
Isentos de IR: LCI, LCA, CRI e CRA (para pessoas físicas).
Com IR: CDBs, Tesouro Direto e fundos de investimento, seguindo a tabela regressiva.
Planejar o investimento considerando a tributação evita surpresas e melhora o retorno real.
7.Considere o cenário econômico
A política monetária e a taxa de juros influenciam a rentabilidade dos títulos de renda fixa. Por exemplo:
Em cenários de alta de juros, títulos pós-fixados (Tesouro Selic e CDBs) tendem a se valorizar.
Em períodos de estabilidade, os prefixados podem oferecer ganhos melhores.
8.Compare as opções disponíveis
Com tantas instituições financeiras e plataformas de investimento, é essencial comparar taxas e condições. Avalie:
Taxas de administração e custódia (em fundos e Tesouro Direto).
Ofertas de CDBs e LCIs em corretoras que podem pagar taxas melhores que os bancos tradicionais.
Escolher títulos de renda fixa exige atenção a diversos fatores, como prazo, liquidez, rentabilidade e risco. Definir seus objetivos financeiros, conhecer seu perfil de investidor e estar atento ao cenário econômico são passos essenciais para maximizar ganhos.
Além disso, diversificar a carteira entre diferentes tipos de ativos pode oferecer o equilíbrio ideal entre segurança e rentabilidade.
Qual é a diferença entre investir em Tesouro Selic, fundo DI e CDB?
Embora Tesouro Selic, fundos DI e CDBs sejam investimentos de renda fixa voltados para quem busca segurança e previsibilidade, cada um tem suas características específicas em termos de risco, liquidez, rentabilidade e custos.
Escolher entre essas opções depende do objetivo do investidor e da necessidade de liquidez imediata. Vamos entender as diferenças.
1.Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título público pós-fixado, vinculado à taxa básica de juros da economia, a Selic.
Ele é emitido pelo Tesouro Nacional e costuma ser indicado para quem precisa de um ativo seguro e com liquidez.
Rentabilidade: acompanha a variação da taxa Selic, o que o torna ideal em períodos de alta de juros.
Risco: muito baixo, pois é garantido pelo governo federal.
Liquidez: diária; permite resgates em dias úteis com crédito no dia seguinte (D+1).
Custos: inclui taxa de custódia da B3 (0,2% ao ano), mas corretoras costumam isentar taxas adicionais.
Indicação: ideal para reserva de emergência, pois alia segurança e facilidade de resgate.
2.Fundos DI
Os fundos DI são fundos de investimento que alocam a maior parte dos seus recursos (pelo menos 95%) em títulos pós-fixados atrelados ao CDI e à Selic.
A diversificação desses fundos permite uma gestão profissional, mas eles envolvem custos e tributação.
Rentabilidade: próxima ao CDI (normalmente pouco abaixo, devido às taxas).
Risco: baixo, mas depende da qualidade dos ativos no portfólio.
Liquidez: geralmente diária, mas o prazo para resgate pode variar entre D+1 e D+3.
Custos: cobra taxa de administração (geralmente entre 0,2% e 1,0% ao ano).
Indicação: recomendados para quem quer delegar a gestão do investimento e aceitar algum custo em troca de conveniência.
3.CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O CDB é um título emitido por bancos para captar recursos, com remuneração atrelada ao CDI, à Selic ou uma taxa prefixada.
Rentabilidade: varia conforme o banco; pode ser superior ao Tesouro Selic e aos fundos DI se a instituição oferecer um CDB com bom percentual do CDI (ex.: 100% ou 110% do CDI).
Risco: relativamente baixo, pois é garantido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
Liquidez: alguns CDBs oferecem liquidez diária, mas outros só permitem resgate no vencimento.
Custos: não há taxas de administração, mas a rentabilidade pode variar conforme a oferta do banco.
Indicação: ideal para quem busca uma rentabilidade superior à Selic e não precisa de liquidez imediata.
Comparativo entre Tesouro Selic, Fundo DI e CDB:
Características | Tesouro Selic | Fundo DI | CDB |
Rentabilidade | Selic | Próximo ao CDI | Varia (até 110% do CDI) |
Risco | Muito baixo | Baixo | Baixo (com FGC) |
Liquidez | Diária (D+1) | D+1 a D+3 | Diária ou no vencimento |
Custos | 0,2% ao ano (B3) | Taxa de administração | Sem taxas |
Garantia | Governo federal | Depende dos ativos | FGC até R$ 250 mil |
A escolha entre Tesouro Selic, fundo DI e CDB depende do perfil do investidor e do objetivo do investimento:
Tesouro Selic é a melhor opção para reserva de emergência, devido à alta segurança e liquidez.
Fundos DI são recomendados para quem busca comodidade e diversificação, apesar das taxas de administração.
CDBs podem oferecer rentabilidade superior, especialmente em bancos menores, mas exigem atenção à liquidez e ao vencimento.
Diversificar entre essas opções pode ser uma estratégia eficiente para combinar segurança, rentabilidade e flexibilidade.
Como a taxa de juros afeta os investimentos de renda fixa?
As taxas de juros desempenham um papel crucial nos investimentos de renda fixa, influenciando diretamente a rentabilidade e a atratividade dos diferentes produtos disponíveis no mercado.
Compreender essa relação é fundamental para quem deseja maximizar seus retornos e minimizar riscos.
A seguir, detalhamos como as taxas de juros impactam os investimentos de renda fixa, levando em consideração fatores como a relação entre a taxa Selic, a dinâmica do mercado e os diferentes tipos de investimentos.
1.Relação entre taxa de juros e rentabilidade dos títulos de renda fixa
Quando a taxa Selic aumenta, os títulos de renda fixa, especialmente os pós-fixados (como Tesouro Selic e CDBs atrelados ao CDI), tendem a oferecer retornos mais altos. Isso ocorre porque a rentabilidade desses investimentos está diretamente vinculada à variação da Selic.
Assim, ao investir em títulos que pagam uma porcentagem da Selic ou do CDI, o investidor se beneficia do aumento das taxas de juros, obtendo uma rentabilidade superior.
Por outro lado, quando a taxa Selic cai, os novos títulos emitidos passam a oferecer rendimentos menores, tornando os títulos já existentes (emitidos anteriormente com taxas mais altas) menos atrativos no mercado.
Essa dinâmica pode levar à desvalorização dos títulos, especialmente aqueles que possuem um prazo mais longo até o vencimento.
2.Impacto da taxa de juros na marcação a mercado
Os investimentos de renda fixa são frequentemente sujeitos à marcação a mercado, um processo que ajusta o valor dos títulos com base nas taxas de juros vigentes no mercado.
Quando a taxa de juros sobe, os títulos existentes (com taxas fixas) tendem a perder valor, pois os investidores preferem comprar novos títulos que oferecem uma rentabilidade mais atraente.
Por exemplo, se um investidor possui um título de renda fixa que paga 8% ao ano, e a nova taxa de juros no mercado passa a ser de 10%, o título de 8% se torna menos interessante. Essa diferença faz com que o preço do título caia, o que pode resultar em perdas se o investidor decidir vender antes do vencimento.
3.Diferença entre investimentos prefixados e pós-fixados
A taxa de juros também afeta os investimentos prefixados e pós-fixados de maneiras distintas:
Prefixados: Esses títulos oferecem uma taxa de retorno fixa ao longo de todo o período do investimento. Se a taxa Selic aumenta após a compra do título, a rentabilidade deste ativo não muda.
No entanto, o preço do título pode cair no mercado, levando a perdas potenciais se o investidor decidir vender antes do vencimento.
Por outro lado, em um cenário de queda das taxas de juros, os títulos prefixados se tornam mais valiosos, pois oferecem retornos superiores em comparação com novas emissões.
Pós-fixados: Tais títulos, como o Tesouro Selic e CDBs atrelados ao CDI, ajustam sua rentabilidade de acordo com as flutuações da Selic.
Assim, em um cenário de alta de juros, esses títulos se tornam mais atrativos, uma vez que proporcionam retornos mais altos. O risco de desvalorização é menor, já que a rentabilidade está alinhada com a taxa de mercado.
4.Efeitos das expectativas de alta e baixa de juros
As expectativas em relação às futuras taxas de juros também impactam o comportamento dos investidores.
Se há a expectativa de que a taxa Selic aumentará, muitos investidores podem antecipar-se e comprar títulos de renda fixa antes que os preços se ajustem às novas taxas. Isso pode levar a uma valorização temporária dos títulos antes da efetivação da alta das taxas.
Por outro lado, se as expectativas são de queda nas taxas de juros, os investidores podem optar por manter seus títulos atuais, já que as novas emissões terão retornos inferiores. Essa dinâmica pode causar volatilidade no mercado de renda fixa, afetando a liquidez e o comportamento dos investidores.
A taxa de juros é um dos principais fatores que afetam os investimentos em renda fixa, influenciando a rentabilidade, o valor de mercado dos títulos e as decisões dos investidores.
A relação entre a taxa Selic, a marcação a mercado, e as expectativas em relação a futuras mudanças nas taxas são elementos cruciais para quem busca otimizar seus investimentos.
Para os investidores, é fundamental monitorar as mudanças na política monetária e nas taxas de juros, pois isso pode ter um impacto significativo em seus retornos e na escolha dos produtos de renda fixa mais adequados.
A diversificação entre títulos prefixados e pós-fixados, bem como o acompanhamento constante do cenário econômico, são estratégias eficazes para navegar nesse ambiente e maximizar a segurança e a rentabilidade dos investimentos.
O que é marcação a mercado?
A marcação a mercado é um procedimento contábil utilizado para avaliar o valor de um ativo financeiro com base no preço de mercado atual. Essa prática é especialmente relevante para investimentos que podem ser comprados e vendidos no mercado, como ações, títulos de renda fixa e fundos de investimento.
A marcação a mercado reflete o valor que um investidor receberia se decidisse vender o ativo naquele momento, levando em conta as flutuações diárias de preços.
Como funciona a marcação a mercado?
A marcação a mercadoenvolve a atualização regular do valor dos ativos na carteira de um investidor, com base nos preços de mercado mais recentes.
Na prática, isso é feito com o intuito de oferecer uma visão precisa e realista da situação financeira do investidor, permitindo que ele avalie se seus investimentos estão valorizando ou desvalorizando ao longo do tempo.
Por exemplo, se um investidor possui um título de renda fixa que foi comprado por R$ 1.000,00 mas, devido a mudanças nas taxas de juros, o mesmo título agora é negociado a R$ 950,00 no mercado, a marcação a mercado indicaria que o valor do ativo na carteira do investidor é de R$ 950. Isso pode afetar a percepção do investidor sobre sua rentabilidade e risco.
Importância da marcação a mercado
A marcação a mercado é importante por várias razões:
Transparência: Fornece uma visão clara e atualizada do valor dos investimentos, ajudando os investidores a tomar decisões informadas.
Avaliação de desempenho: Permite que os investidores avaliem o desempenho de sua carteira ao longo do tempo, considerando a valorização ou desvalorização dos ativos.
Gestão de risco: Ajuda os investidores a identificar riscos potenciais e ajustar suas estratégias de investimento conforme necessário.
Regulamentação: Em muitos casos, a marcação a mercado é uma exigência regulatória para instituições financeiras, garantindo que elas mantenham uma contabilidade precisa e transparente.
3.Marcação a mercado em renda fixa
No contexto da renda fixa, a marcação a mercado pode impactar significativamente o valor de títulos como CDBs, debêntures e títulos públicos.
Quando a taxa de juros sobe, os títulos existentes, que foram emitidos com taxas mais baixas, tendem a perder valor, resultando em uma desvalorização na marcação a mercado. Isso pode ser preocupante para investidores que precisam vender seus títulos antes do vencimento, pois podem enfrentar perdas se o preço de mercado for inferior ao valor que pagaram originalmente.
Por outro lado, em um cenário de queda nas taxas de juros, os títulos com taxas fixas se tornam mais valiosos, uma vez que oferecem retornos superiores em comparação com as novas emissões, resultando em uma valorização na marcação a mercado.
A marcação a mercado é um conceito fundamental para entender o valor real dos ativos financeiros, especialmente em um ambiente volátil como o de renda fixa.
Na prática, ela permite que os investidores monitorem o desempenho de seus investimentos, avaliem riscos e tomem decisões informadas sobre a compra ou venda de ativos.
Ao estar ciente de como a marcação a mercado funciona e como ela afeta o valor dos investimentos, os investidores podem gerenciar melhor suas carteiras e suas expectativas de retorno.
O que é CDI?
O CDI, ou Certificado de Depósito Interbancário, é um título de renda fixa que desempenha um papel crucial no sistema financeiro brasileiro.
Ele é utilizado como uma referência para diversas operações financeiras e investimentos, sendo especialmente relevante para quem investe em produtos atrelados a taxas de juros.
A seguir, vamos explorar em detalhes o que é o CDI, como ele funciona, sua importância no mercado financeiro e como afeta os investimentos.
Definição e funcionamento do CDI
O CDI é um título emitido por instituições financeiras que representa a taxa de juros que os bancos cobram uns dos outros para empréstimos de curto prazo, geralmente com prazo de um dia.
Essa taxa é determinada pela oferta e demanda no mercado interbancário, refletindo o custo do dinheiro para os bancos.
O CDI é considerado uma taxa de referência, pois serve como um benchmark para o rendimento de muitos produtos financeiros, como CDBs, fundos de investimento e títulos públicos.
A cada dia, o CDI é calculado com base nas operações realizadas entre os bancos, e a taxa é divulgada pelo Banco Central do Brasil. Essa taxa é utilizada para várias operações financeiras, desde empréstimos até investimentos, sendo um indicador fundamental da saúde econômica do país.
Importância do CDI no mercado financeiro
O CDI é um dos principais indicadores de rentabilidade para investimentos em renda fixa no Brasil. Sua importância se reflete em diversos aspectos:
Referência de rentabilidade: Muitos produtos de investimento, como CDBs e fundos DI, oferecem rendimentos atrelados ao CDI. Isso significa que, ao investir nesses produtos, o investidor pode esperar um retorno que varia de acordo com a taxa CDI.
Controle da política monetária: O CDI também é um reflexo das políticas monetárias adotadas pelo Banco Central. Quando a Selic (taxa básica de juros) é aumentada ou reduzida, isso geralmente impacta o CDI, uma vez que ambos estão interligados.
Sendo assim, o CDI ajuda investidores e analistas a entenderem as decisões do Banco Central e suas possíveis consequências na economia.
Avaliação de risco: O CDI serve como um parâmetro para avaliar o risco de diferentes investimentos.
Quando o CDI está em alta, os investimentos atrelados a ele tendem a oferecer rendimentos mais elevados, enquanto que em períodos de queda, a rentabilidade pode ser menor.
Como o CDI afeta os investimentos?
O CDI é especialmente relevante para os investidores de renda fixa, pois muitos produtos financeiros têm sua rentabilidade atrelada a essa taxa. A seguir, destacamos como o CDI influencia diferentes tipos de investimentos:
CDBs (Certificados de Depósito Bancário): Muitos CDBs oferecem rendimentos que variam de acordo com uma porcentagem do CDI, como "100% do CDI" ou "90% do CDI".
Na prática, isso significa que, se a taxa CDI aumentar, o retorno do CDB também aumenta, tornando-o um investimento atrativo.
Fundos DI: Os fundos de investimento que buscam acompanhar o CDI, conhecidos como fundos DI, têm o objetivo de oferecer retornos próximos a essa taxa.
Os investidores que aplicam nesses fundos podem esperar rentabilidades semelhantes ao CDI, mas com a adição de taxas de administração.
Tesouro Direto: Alguns títulos do Tesouro Direto, como o Tesouro Selic, são influenciados diretamente pela taxa CDI, pois sua rentabilidade está ligada à taxa Selic, que é próxima do CDI em muitos momentos.
O CDI é um indicador fundamental no mercado financeiro brasileiro, servindo como referência para a rentabilidade de diversos produtos de investimento.
Compreender o funcionamento do CDI e sua relação com as taxas de juros é essencial para investidores que desejam maximizar seus retornos em renda fixa e tomar decisões mais informadas sobre seus investimentos.
Ao acompanhar as variações do CDI e suas implicações no mercado, os investidores podem planejar melhor suas estratégias financeiras e aproveitar as oportunidades que surgem.
O que é FGC?
O FGC, ou Fundo Garantidor de Créditos, é uma entidade privada que tem como objetivo proteger os depositantes e investidores em caso de problemas financeiros de instituições financeiras, como falências ou liquidações.
Ele foi criado em 1995, em resposta a crises econômicas que afetaram a confiança do público no sistema financeiro brasileiro. Neste tópico, abordaremos o funcionamento do FGC, sua importância e o que ele cobre.
Funcionamento do FGC
O FGC atua como um mecanismo de proteção aos investidores, garantindo que, caso uma instituição financeira não consiga honrar suas obrigações, os depositantes e investidores sejam reembolsados até um determinado limite.
O funcionamento do FGC pode ser entendido em algumas etapas:
Contribuições: As instituições financeiras que operam no Brasil, como bancos e corretoras, são obrigadas a contribuir para o FGC. Essa contribuição é uma porcentagem dos depósitos e aplicações financeiras que a instituição possui.
Limite de cobertura: O FGC garante um valor de até R$ 250.000,00 por CPF ou CNPJ, por instituição financeira.
Na prática, isso significa que, se um banco em que você tem investimentos ou depósitos falir, você poderá receber até R$ 250.000,00 de volta.
Processo de ressarcimento: Quando uma instituição financeira é considerada insolvente, o FGC é acionado e inicia o processo de ressarcimento aos depositantes. O reembolso geralmente ocorre em até 5 dias úteis após a decretação da insolvência.
Importância do FGC
O FGC desempenha um papel crucial na manutenção da confiança do público no sistema financeiro brasileiro. Sua importância pode ser destacada em diversos aspectos:
Segurança para investidores: A proteção oferecida pelo FGC permite que os investidores se sintam mais seguros ao aplicar seus recursos em instituições financeiras, sabendo que têm uma rede de proteção em caso de problemas.
Estabilidade do sistema financeiro: O FGC contribui para a estabilidade do sistema financeiro ao reduzir o risco de corridas bancárias, onde os depositantes retiram seus fundos em massa devido a temores sobre a solvência de um banco. Com a garantia do FGC, os investidores são menos propensos a entrar em pânico.
Incentivo à inclusão financeira: A proteção do FGC pode incentivar mais pessoas a abrirem contas em bancos e a investirem em produtos financeiros, promovendo a inclusão financeira e o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil.
O que o FGC cobre?
O FGC cobre uma variedade de produtos financeiros, proporcionando segurança aos investidores e depositantes. Entre os produtos garantidos estão:
Depósitos à vista e a prazo: Isso inclui contas correntes, contas de poupança, depósitos a prazo (CDBs) e letras de câmbio emitidas por instituições financeiras associadas ao FGC.
Fundos de investimento: O FGC também garante algumas aplicações em fundos de investimento, especialmente os que possuem títulos de renda fixa, desde que os fundos sejam estruturados por instituições participantes do FGC.
O que não é coberto pelo FGC?
Embora o FGC ofereça ampla cobertura, existem algumas exceções. Os seguintes produtos não são garantidos:
Ações e outros ativos de renda variável: Investimentos em ações, debêntures, fundos de ações e ETFs não são cobertos pelo FGC.
Títulos de dívida emitidos por empresas: Debêntures e notas promissórias emitidas por empresas também não têm a garantia do FGC.
Depósitos em instituições não participantes: Apenas os depósitos feitos em instituições financeiras que contribuem para o FGC são garantidos. Portanto, é essencial verificar se a instituição é associada.
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um elemento essencial do sistema financeiro brasileiro, proporcionando segurança e confiança aos depositantes e investidores.
Com sua proteção de até R$ 250.000,00 por CPF ou CNPJ e uma variedade de produtos cobertos, o FGC desempenha um papel vital na estabilidade econômica e no incentivo à inclusão financeira.
Ao compreender o funcionamento do FGC e a importância de sua proteção, os investidores podem tomar decisões mais informadas ao escolher onde aplicar seus recursos.
Continue lendo: Manual do Investidor Iniciante: tudo que você precisa saber antes de começar a investir
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