Flipagem: o que é e como funciona?

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Publicado em 21/08/2021 às 18:05h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 21/08/2021 às 18:05h Atualizado 3 meses atrás por Redação
Flipagem
Flipagem

Se você está começando a estudar sobre investimentos agora, provavelmente já ouviu a palavra flipagem. Mas você sabe o que isso significa? No post de hoje, você confere tudo sobre flipagem, como funciona e se realmente vale à pena! Então, leia até o final para conferir tudo o que preparamos para você!

O que é flipagem

A flipagem nada mais é do que um dos vários tipos de operação de investimento. Nesta, em específico, o investidor efetua a compra de ações no IPO, para posterior venda na abertura. Então, falando de forma mais simples, acontece quando uma determinada empresa abrirá o capital na BM&FBOVESPA, e o investidor irá reservar ações ao participar da IPO. Depois, no dia que as ações dessa empresa estreiam na Bolsa de Valores, os compradores que reservaram as ações se aproveitam que os ativos estão valorizados para venderem por um valor mais alto do que pagaram pelas ações, gerando lucro. A palavra “flipagem” se originou do verbo to flip do inglês que, traduzido, quer dizer “virar algo”. Por isso, hoje em dia, os investidores que costumam praticar essa estratégia rápida e de curto prazo são os flippers. Entenda como é feita a flipagem de ativos Gráficos - Foto por Unsplash[/caption]

Como é feita a venda rápida de ativos?

Antes de entender como acontece a venda rápida de ativos, é interessante que você saiba como funciona quando uma empresa abrirá o seu capital na Bolsa. Basicamente, quando esse evento acontece, a empresa precisa passar pelo Initial Public Offering (IPO) ou, em português, Oferta Pública Inicial. O que leva empresas a abrirem capital na Bolsa é a intenção de arrecadarem fundos, que são destinados ao seu desenvolvimento e crescimento. Esse momento é muito aguardado tanto pelas empresas, como pelo mercado, o que acaba gerando grande expectativa dos investidores que enxergam a possibilidade de lucrar, seja no curto ou no longo prazo. E, como se sabe, no mundo do mercado financeiro, as expectativas levam a altas. Nesse caso, as altas expectativas levam à alta do valor dos papéis durante o primeiro dia. É nesse cenário que o flipper se insere e faz o seu trabalho. Antes de iniciar a venda das ações para todos os investidores na Bolsa, as empresas que estão prestes a abrir capital definem um prazo, dentro do qual os investidores podem reservar ações. Mas é a própria empresa quem define o valor e a quantidade. Assim, os flippers reservam essas ações quando possuem a expectativa de que, no primeiro dia de negociação desses ativos, eles sofram uma valorização gerada pelas altas expectativas do mercado como um todo. Quando a valorização ocorre, os flippers vendem as ações que compraram por preços maiores do que pagaram quando reservaram. Esse tipo de investimento também pode ser feito na emissão de cotas de fundos de investimento quando, por exemplo, algum fundo imobiliário emite novas cotas, e possibilita que os investidores as negociem na abertura do mercado. É necessário muita análise para realizar a flipagem Homem na mesa mexendo no celular - Foto por Unsplash[/caption]

O que é analisado na flipagem?

O primeiro passo para realizar operações de flipagem é analisar o mercado, e as empresas que abrirão o capital na Bolsa de Valores. Com isso em mãos, os flippers analisarão minuciosamente, para verificarem se há expectativa real de valorização dos ativos dessas empresas. Se a resposta for sim, então, provavelmente, também existe potencial para lucrar. Existem alguns aspectos principais que os flippers analisam. São eles:

  1. Prazo de liquidação: no qual o investidor deve pagar as ações que reservou após a abertura. Como regra, quanto mais tempo possuir, mais vantajoso é fazer a flipagem. Pois ele terá um tempo maior para realizar a venda.
  2. Setor: os flippers olham o setor da empresa, já que esse é um ponto crucial para a valorização dos ativos. Eles dão preferência a setores sólidos, que possuem boas projeções, bem como os que possuem maior probabilidade de valorização.
  3. Book de ofertas: basicamente, se o book de ofertas for menor do que o book de compras, há um potencial real de valorização desses ativos.
  4. Volume de ofertas: quanto maior for o volume de papéis que a empresa emitir, mais vantajoso será para os flippers. No mercado, as IPOs maiores são as que mais chamam a atenção. Desse modo, isso impacta diretamente na expectativa e, consequentemente, na valorização.
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Quais são os riscos envolvidos?

Como você já deve imaginar, a flipagem se enquadra como uma operação arriscada, pois baseia as suas ações e operações em previsões que ainda não se concretizaram. Afinal, não dá para ter certeza de que os ativos irão realmente se valorizar, e não acabarão despencando, e causando a perda de muito dinheiro. Portanto, o ponto mais importante para que a flipagem tenha bons resultados, é o flipper acertar nas previsões de valorização dos ativos e ter uma boa gestão de riscos. Isso implica em uma análise minuciosa de diversos aspectos que influenciam na valorização, como os pontos citados anteriormente.

Enfim, vale a pena?

Mas, então, resta a dúvida: a flipagem vale a pena? E a resposta depende muito. Essa operação não é uma boa opção para investidores com perfil conservador, e nem para investidores com pouca experiência. Afinal, para que dê certo, é necessário que o investidor tenha muito conhecimento de mercado, e seja um ótimo analista de empresas. Mas isso, ainda assim, não tira o alto risco da operação. No entanto, é como dizem: quanto maior o risco, maior pode ser o lucro. Portanto, não é sobre valer a pena ou não. Mas sobre o quanto o investidor está certo de que quer apostar dinheiro nisso, e o quanto de conhecimento que ele tem para fazer dar certo. Afinal de contas, se der certo, o investidor pode realmente ganhar muito dinheiro! Mas, se você ainda tem receio e não possui muitos conhecimentos sólidos, principalmente em flipagem, o ideal é sempre procurar por empresas sólidas. E pensar em construir um patrimônio a longo prazo, tomando muito cuidado para não arriscar tudo em operações rápidas, e altamente perigosas. Essas operações são ideais para investidores que já investiram uma boa parte do seu patrimônio em resultados seguros, para o longo prazo, mas resolvem destinar uma quantia menor para essas ações mais arriscadas. Ou seja, um valor que, caso percam, não irá afetar drasticamente a sua vida.