XP (XPBR31) pretende distribuir 50% do lucro líquido aos acionistas, diz BTG

A XP (XPBR31) pretende manter a distribuição de dividendos em ritmo elevado nos próximos anos. Pelo menos foi o que disse o CEO da empresa, Thiago Mafra, a analistas do BTG Pactual.

💰 "Mafra foi muito claro de que podemos esperar um payout, na forma de dividendos e recompras, acima de 50% de 2024 a 2026", disse o BTG, após reunião com o CEO e o CFO da XP, Victor Mansur.

Diante dessa previsão, o BTG espera que a XP libere mais R$ 1 bilhão aos seus acionistas neste segundo semestre de 2024.

O banco explica que a corretora já distribuiu R$ 1,3 bilhão no primeiro semestre, o equivalente a 58% do lucro líquido do período. Por isso, deveria distribuir ao menos 43% do lucro esperado para o segundo semestre para cumprir a promessa de um payout de 50% em 2024.

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Apesar dessa previsão, vale lembrar que a XP ainda não tem uma política formal de dividendos e começou a distribuir proventos há relativamente pouco tempo.

A corretora anunciou o primeiro dividendo da sua história em setembro de 2023, no valor de US$ 0,58 por ação. Depois disso, pagou mais US$ 0,73 por ação em dezembro do ano passado e acelerou a recompra de ações.

A companhia anunciou a recompra de 2,5 milhões de ações em fevereiro e autorizou a recompra de até mais R$ 1 bilhão em ações em maio deste ano.

Resultados devem bater expectativas

🎯 Em relatório, o BTG avaliou que a XP "está muito mais madura, focando, na nossa opinião, nos indicadores certos".

Segundo o banco, "a empresa está profundamente focada em melhorar o ROE buscando maior eficiência operacional e de capital". Além disso, indicou que mira um EBT médio de R$ 7,5 bilhões para 2026, o que implica um lucro de quase R$ 6,5 bilhões, isto é, 9% acima do esperado pelo mercado,

Analistas do BTG avaliam que os próximos resultados da XP também podem superar as expectativas do mercado, que hoje apontam para um lucro de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre de 2024, devido à recente reestruturação da empresa.

A reestruturação passou por melhorias na gestão de capital e alavancagem, o que reduziu o custo de capital e pode levar a maiores receitas, segundo o BTG.

Além disso, a XP tem concentrado a oferta de crédito em segmentos mais rentáveis. Mafra explicou que a XP segue focando dos investimentos como seu negócio principal e não tem intenção de se tornar um banco de varejo.

BTG recomenda compra

Diante desse cenário, o BTG reforçou a perspectiva positiva sobre as ações, mesmo com o aumento das taxas de juros criando um "momento desfavorável para a XP".

O banco recomenda a compra dos papeis, com preço alvo de US$ 24. Isto é, um potencial de alta de quase 37% em relação ao fechamento de sexta-feira (11), quando o papel fechou cotado a US$ 17,54 na Nasdaq.

As ações da XP são listadas em Nova York, mas a companhia tem BDRs (Brazilian Depositary Receipts) negociados na B3. Nesta segunda-feira (14), o BDR sobe quase 2% e voltou a ser negociado acima dos R$ 100.