XP aposta em corte na Selic e vê Ibovespa (IBOV) nos 170 mil pontos até 2026

Corretora eleva projeção para a bolsa e diz que eleições e migração da renda fixa devem impulsionar o índice.

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Publicado em 02/10/2025 às 14:09h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 02/10/2025 às 14:09h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
Ibov é o indicador que reflete o desempenho do mercado de ações no Brasil (Imagem: Shutterstock)
Ibov é o indicador que reflete o desempenho do mercado de ações no Brasil (Imagem: Shutterstock)

Nesta quinta-feira (2), o principal índice da bolsa de valores retornou a um patamar de semanas antes. O Ibovespa (IBOV) é negociado abaixo dos 144 mil pontos, depois de alcançar o recorde histórico de 147 mil pontos há alguns dias. 

No entanto, na análise da XP Investimentos (XPBR31), o indicador ainda tem muito para se valorizar nos próximos meses. A corretora prevê que o mercado acionário brasileiro pode avançar até o pico de 170 mil pontos no final do próximo ano, no contexto das eleições presidenciais, o que seria o valor justo para o ativo.

A nova perspectiva da XP substitui a anterior, publicada pela corretora há algumas semanas. Nela, a previsão era de que a bolsa alcansse 150 mil pontos até o fim de 2025, o que já é dado como certo por muitos analistas. 

A casa considerou vários  vários fatores para dar esse palpite mais recente, a começar pelo fim do aperto monetário. Isto é, caso o Banco Central faça cortes na Selic, os investidores devem voltar a apostar na renda variável para obter mais ganhos, o que deve elevar o IBOV. 

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“Observando os últimos 20 anos, as alocações em fundos de ações aumentaram em 8 dos 10 períodos de queda da Selic, mostrando que a demanda doméstica por ações é altamente sensível ao nível de juros”, escrevem os estrategistas Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueiredo e Lucas Rosa em relatório. 

Outro ponto importante citado por eles é justamento o pleito nacional, que deve movimentar a bolsa e trazer ainda mais volatilidade para os papéis. Por isso, a corretora também revisou suas apostas em várias áreas, mirando o médio prazo. 

Força da renda fixa

Segundo o relatório da XP, atualmente os brasileiros mantêm R$ 10 trilhões em ativos financeiros. No entanto, a renda fixa é responsável por 75% de todo esse montante, enquanto o mercado de ações fica apenas com 6%. 

Para a corretora, com o início do corte de juros, os investidores vão começar a migrar para a renda variável, que pode alcançar o patamar de 26%. Eles entendem, portanto, que não basta apenas que os investidores estrangeiros apostem no Brasil, mas que os domésticos também vão contribuir para elevar o Ibovespa ao patamar apontado. 

Desde o começo deste ano, o IBOV acumula uma valorização de quase 20% em real brasileiro. Quando a comparação é feita em dólar, o avanço passa de 40%, uma força que também é vista em outras bolsas de mercados emergentes, como o México. 

“Embora o debate com investidores siga concentrado no noticiário doméstico (cortes de juros à frente e o “trade eleitoral”), vemos os principais drivers da recente alta como majoritariamente globais”, acrescenta a equipe.