Vale (VALE3): Ministro pede "sensibilidade" sobre Mariana a novo CEO

Próximo presidente da Vale, Gustavo Pimenta tem como desafio fechar o acordo de reparação de danos relativo ao rompimento da Barragem de Fundão.

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Publicado em 28/08/2024 às 17:07h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 28/08/2024 às 17:07h Atualizado 2 meses atrás por Marina Barbosa
Governo pede R$ 109 bi medidas reparatórias e compensatórias em Mariana (Imagem: Shutterstock)
Governo pede R$ 109 bi medidas reparatórias e compensatórias em Mariana (Imagem: Shutterstock)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu "sensibilidade humana" ao próximo presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, em relação ao acordo que visa a compensação dos danos causados pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG).

🗣️ "Espero que o presidente, por ser mineiro, tenha sensibilidade humana de entender as necessidades de solucionar rapidamente, porque o governo federal tem a clareza de que é necessário fazer um acordo", afirmou Silveira, em conversa com jornalistas, nesta quarta-feira (28). 

O ministro lembrou que o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, "causou impactos sociais ambientais e pessoais, alguns irreparáveis". E afirmou que a Vale, por ser uma "referência do setor mineral do país", tem "obrigações sociais muito relevantes com a nação brasileira".

Silveira ainda comentou a importância da Vale para a transição energética, lembrando que a companhia detém o direito de exploração de muitos minerais críticos no Brasil, como nióbio, níquel e cobre, que são usados, entre outras coisas, em baterias de carros elétricos.

Acordo de Mariana

O poder público calcula que seriam necessários R$ 126 bilhões para a integral implantação das reparações e compensações relativas à barragem de Mariana. Governo e Vale, no entanto, não chegaram a um consenso sobre o valor a ser pago em um eventual acordo indenizatório. 

💲 O Executivo já baixou o valor pedido para R$ 109 bilhões para financiar medidas de caráter ambiental e socioeconômico na área afetada pelo rompimento da barragem. Contudo, Vale, Samarco e BHP propuseram R$ 82 bilhões na última proposta, em junho.

O acordo sobre Mariana é apontado como um dos principais e mais urgentes desafios de Gustavo Pimenta, o próximo presidente da Vale. 

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Presidente da Vale

Atual vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Pimenta foi escolhido na segunda-feira (26) para comandar a mineradora, no lugar de Eduardo Bartolomeo, a partir de 2025. 

Ele foi eleito de forma unânime pelo Conselho de Administração da empresa, pondo fim a um longo e turbulento processo sucessório, que começou quando o governo federal tentou emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo.

O nome de Gustavo Pimenta não teria enfrentado resistência no governo, apesar de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao modelo de "corporation" da Vale, no qual o controle da empresa é diluído entre os acionistas.

Na terça-feira (27), Lula disse que "nessa discussão que a gente está, de fazer um acordo para receber dinheiro de Mariana, o dinheiro que prometeram pro povo, você não tem dono".

O ministro de Minas e Energia também criticou o modelo de "corporation" nesta quarta-feira (28), dizendo que a ausência de um acionista de referência dificulta a relação com o poder pública e atrasa questões fundamentais para a sociedade como o acordo de Mariana. 

Silveira, no entanto, mostrou simpatia pela escolha de Gustavo Pimenta. Segundo ele, a decisão demonstra o que o governo pensa, já que "a empresa resolveu dentro da sua governança".

Ele disse ainda que, com a escolha de Pimenta, a Vale deixa de estar "acéfala". "A Vale estava acéfala. Agora não. Espero que, tomando posse, tenha uma referência", afirmou o ministro.

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