Tesla demite cerca de 14 mil funcionários devido à queda nas vendas de veículos elétricos

Segundo Musk, a empresa está em uma nova fase de crescimento e precisa reestruturar as operações para "reduzir custos e aumentar a eficiência".

Author
Publicado em 15/04/2024 às 23:47h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 15/04/2024 às 23:47h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
Foto - Shutterstock
Foto - Shutterstock

🚗 A Tesla (TSLA34) anunciou nesta segunda-feira (15), que planeja cortar mais de 10% de seus funcionários, após registrar uma queda nas vendas de veículos elétricos no último trimestre - a primeira desde 2020. Cerca de 14 mil trabalhadores serão impactados pela decisão, que foi comunicada por e-mail, de acordo com o site Electrik.

Na mensagem, o fundador da empresa, Elon Musk, afirmou que a Tesla está entrando em uma nova fase de crescimento e, para isso, precisa reestruturar suas operações para "reduzir custos e aumentar a eficiência". O e-mail não especificou quais setores seriam mais afetados pelas demissões.

"Como parte deste esforço, realizamos uma análise completa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir nosso quadro de funcionários em mais de 10% em todo o mundo. Não há nada que eu deteste mais, mas isso precisa ser feito. Isso nos permitirá ser enxutos, inovadores e preparados para o próximo ciclo de crescimento", disse Musk em comunicado.

Em um anúncio surpresa logo após o comunicado aos funcionários, Drew Baglino, vice-presidente sênior, anunciou sua renúncia. Ele desempenhou um papel importante no crescimento da empresa de uma startup para líder global em carros elétricos.

"Ontem (domingo) tomei a difícil decisão de deixar a Tesla depois de 18 anos", declarou Baglino em uma publicação no X (antigo Twitter), rede social também pertencente a Musk. O antigo funcionário era um dos três executivos de alto escalão, além de Musk, listados no site da empresa.

Investidores expressaram preocupações sobre a gestão da companhia, pois os vários empreendimentos de Musk e suas declarações políticas polarizadoras suscitam dúvidas sobre seu comprometimento com a Tesla. A confiança de Wall Street na empresa diminuiu: as ações perderam cerca de um terço de valor neste ano.

Quanto às vendas, a Tesla viu uma queda de 8,5% na comercialização de veículos elétricos no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com o último trimestre de 2023, a diminuição foi de cerca de 20%.

No ano passado, a empresa reduziu os preços dos carros para impulsionar a demanda, prejudicando seus lucros. No entanto, essa estratégia parece estar perdendo força.

Concorrentes, como a BYD, da China, a BMW, da Alemanha, e a Kia e a Hyundai, da Coreia do Sul, relataram crescimento nas vendas de veículos elétricos durante o mesmo período, indicando que a desaceleração global na demanda por carros elétricos não foi o único motivo para os problemas da Tesla.

No ano passado, a Tesla informou ter 140.473 funcionários. O comunicado não mencionou se os demitidos receberão pacotes de rescisão ou quando deixarão a empresa.