Taxas do Tesouro Direto abrem setembro no maior patamar desde abril de 2025
Remuneração do Tesouro IPCA+ 2040 atinge máxima e provoca forte prejuízo com marcação a mercado.

Os investimentos de renda fixa começaram o mês de setembro de 2025 a todo vapor, já que nesta segunda-feira (1º) as taxas no Tesouro Direto chegam a bater patamares que não eram vistos desde meados de abril.
Prova disso é o que acontece com a remuneração do Tesouro IPCA+ 2040, que atualmente oferece retorno de IPCA+ 7,28% ao ano, bem acima dos juros compostos de IPCA+ 7,13% ao ano ofertados na sexta-feira (29), último pregão de agosto.
Não só esse juro real beirando os 7,30% ao ano se assemelha com as máximas disponíveis há quatro meses, como essa disparada das taxas no Tesouro Direto destrava fortes prejuízos na marcação a mercado, ao investidor que decide resgatar antecipadamente o dinheiro emprestado ao governo brasileiro.
O próprio preço unitário do Tesouro IPCA+ 2040 derrapou de R$ 1.629,19 na sexta-feira passada para os atuais R$ 1.596,01. Ou seja, houve uma desvalorização de −2% em apenas um pregão.
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Como investir no Tesouro Direto?
Para o analista Rafael Passos, da Ajax Asset, essa volatilidade maior das taxas no Tesouro Direto no curto prazo pode estar relacionada com questões políticas pesando no prêmio de risco oferecido aos investidores dispostos a financiar os cofres públicos.
"Tanto integrantes do governo Lula quanto aliados de Jair Bolsonaro acreditam que uma eventual condenação do ex-presidente provocará uma nova leva de sanções por parte de Donald Trump contra o Brasil, tanto na esfera econômica quanto a ministros do STF", salienta o especialista.
Vale lembrar também que o resultado primário do setor público em julho de 2025 revelou um déficit de R$ 66,6 bilhões, pior que o saldo negativo de R$ 60,6 bilhões esperado pelo consenso de economistas.
"O quadro fiscal é bastante preocupante, sobretudo pela geração de déficits nominais elevados e crescimento contínuo dos indicadores de endividamento, tendência que deve se manter ao longo dos próximos anos. Sem âncora fiscal, nesse ritmo de crescimento desacelerando, a inflação continuará acima da meta, caindo de forma bem mais lenta que poderia, e a taxa de juros mais alta, com pouco espaço para cortes", alerta Passos.
Caso o cenário de juros elevados por mais tempo e inflação persistente se confirme no Brasil, o Tesouro Selic segue como um dos títulos públicos mais competitivos, dado que seu rendimento acompanha a variação da taxa Selic, além de ter liquidez diária.
Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 1º de setembro de 2025:
Títulos pré-fixados
- Tesouro Prefixado 2028 = Aporte mínimo de R$ 7,48 (Rentabilidade: 13,28% ao ano)
- Tesouro Prefixado 2032 = Aporte mínimo de R$ 4,42 (Rentabilidade: 13,82% ao ano)
- Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 = Aporte mínimo de R$ 8,25 (Rentabilidade: 13,94% ao ano)
Títulos pós-fixados
- Tesouro Selic 2028 = Aporte mínimo de R$ 172,46 (Rentabilidade: Selic + 0,0500% ao ano)
- Tesouro Selic 2031 = Aporte mínimo de R$ 171,68 (Rentabilidade: Selic + 0,1058% ao ano)
Títulos indexados à Inflação
- Tesouro IPCA+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 34,46 (Rentabilidade: IPCA + 7,79% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 15,96 (Rentabilidade: IPCA + 7,28% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 8,30 (Rentabilidade: IPCA + 7,09% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 41,58 (Rentabilidade: IPCA + 7,58% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,14 (Rentabilidade: IPCA + 7,36% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 38,53 (Rentabilidade: IPCA + 7,28% ao ano)
Títulos para aposentadoria extra
- Tesouro Renda+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 17,91 (Rentabilidade: IPCA + 7,36% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 12,84 (Rentabilidade: IPCA + 7,23% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 9,21 (Rentabilidade: IPCA + 7,16% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2045 = Aporte mínimo de R$ 6,59 (Rentabilidade: IPCA + 7,12% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 4,70 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2055 = Aporte mínimo de R$ 3,31 (Rentabilidade: IPCA + 7,13% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2060 = Aporte mínimo de R$ 2,34 (Rentabilidade: IPCA + 7,14% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2065 = Aporte mínimo de R$ 1,66 (Rentabilidade: IPCA + 7,14% ao ano)
Títulos para custear estudos
- Tesouro Educa+ 2026 = Aporte mínimo de R$ 36,72 (Rentabilidade: IPCA + 8,06% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2027 = Aporte mínimo de R$ 34,19 (Rentabilidade: IPCA + 7,90% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2028 = Aporte mínimo de R$ 31,85 (Rentabilidade: IPCA + 7,79% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 29,67 (Rentabilidade: IPCA + 7,72% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 27,63 (Rentabilidade: IPCA + 7,67% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2031 = Aporte mínimo de R$ 25,76 (Rentabilidade: IPCA + 7,62% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2032 = Aporte mínimo de R$ 24,06 (Rentabilidade: IPCA + 7,56% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2033 = Aporte mínimo de R$ 22,52 (Rentabilidade: IPCA + 7,49% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2034 = Aporte mínimo de R$ 21,07 (Rentabilidade: IPCA + 7,44% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 19,73 (Rentabilidade: IPCA + 7,39% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2036 = Aporte mínimo de R$ 16,46 (Rentabilidade: IPCA + 7,35% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2037 = Aporte mínimo de R$ 17,27 (Rentabilidade: IPCA + 7,32% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2038 = Aporte mínimo de R$ 16,16 (Rentabilidade: IPCA + 7,29% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2039 = Aporte mínimo de R$ 15,11 (Rentabilidade: IPCA + 7,27% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 14,11 (Rentabilidade: IPCA + 7,26% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2041 = Aporte mínimo de R$ 13,19 (Rentabilidade: IPCA + 7,25% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2042 = Aporte mínimo de R$ 12,34 (Rentabilidade: IPCA + 7,23% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2043 = Aporte mínimo de R$ 11,54 (Rentabilidade: IPCA + 7,22% ao ano)

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