Taxação de alumínio preocupa Coca-Cola, mas empresa deve administrar problema

Troca de embalagem é possibilidade para conter alta dos preços

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Publicado em 11/02/2025 às 11:26h - Atualizado 8 dias atrás Publicado em 11/02/2025 às 11:26h Atualizado 8 dias atrás por Wesley Santana
(Imagem: shutterstock)
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Nesta semana, o presidente Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa adicional de 25% para a importação de aço e alumínio nos Estados Unidos. O atual chefe norte-americano também cancelou um acordo que tinha com seus principais parceiros comerciais -caso do Brasil- para isenção de fornecedores. 

🥫 A nova tarifa deve impactar os mercados que exportam para os EUA, mas também as empresas locais que precisam do material. É o caso da Coca-Cola (COCA34), que usa justamente o alumínio como embalagem para sucos e refrigerantes. 

Durante a conferência de resultados, o atual CEO da Coca-Cola, James Quincey, disse que a empresa tem maneiras de se defender da decisão de Trump. Para ele, a empresa deve agir para conter um eventual salto no preço do alumínio e, por consequência, de seus produtos.

“A taxa [de 25%] não é insignificante. Mas não vai mudar radicalmente um negócio americano de bilhões de dólares. É um problema possível de se administrar no mercado. Não podemos concluir que isso é uma grande mudança. É um custo que vamos ter de administrar. Seria melhor não ter [esse custo], mas vamos administrar”, disse ele.

📈 Leia mais: Trump impõe tarifas de 25% sobre importação de aço e alumínio

O executivo antecipou que a empresa tem a possibilidade de trocar a embalagem de alumínio por outros materiais, dependendo de como o cenário se desenrolar nos próximos meses. No entanto, ele destacou que o mercado mais impactado pela medida da Casa Branca é justamente os EUA, além de Canadá e México.

“Acho que controlamos variáveis que podemos adaptar e mitigar o que está acontecendo”, comentou. “Essa é uma oportunidade de administrar o nosso mix. Vamos olhar os fornecedores que são fortes. Acho que isso é mitigável e possível de se administrar”, finalizou.

Proteccionismo

❌ A medida promulgada por Trump é classificada como protecionista pelos analistas internacionais, pois funciona como uma barreira comercial com outros países. Quando um governo decide elevar as taxas de importação, ocorre uma desestimulação por trazer produtos de fora para dentro do país. 

De longe, o maior afetado pela taxa adicional é o Canadá que, em 2024, exportou 6 milhões de toneladas de aço para os EUA. Na sequência, aparece o Brasil, que, no mesmo período, enviou mais de 4 milhões de toneladas para o gigante da América do Norte. México, Coreia do Sul e Vietnã também devem sofrer um impacto gigantesco com a novidade.

A presidente da Câmara de Comércio do Canadá disse que a incerteza perpétua “veio para ficar”, em referência ao segundo mandato de Donald. 

"Empresas e investidores já se sentem inseguros com a pausa tarifária de 30 dias, e agora nossas indústrias de aço e alumínio – fundamentais para o sucesso compartilhado das economias americana e canadense – estão sendo as primeiras a serem atingidas", afirmou Candace Laing, presidente da entidade. 

O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a medida, mas o Planalto havia antecipado que poderia retaliar. Fontes disseram à imprensa que há uma tentativa de negociar com os EUA pelas vias diplomáticas.

COCA34

Coca-Cola
Cotação

R$ 67,00

Variação (12M)

33,88 % Logo Coca-Cola

Margem Líquida

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DY

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27,90

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