Taurus Armas (TASA4): Por que Luiz Barsi, o "caça-dividendos", pensa em nós, revela o CEO

Salésio Nuhns comenta qual é a perspectiva de retorno de dividendos para quem escolhe investir na indústria bélica

Author
Publicado em 15/05/2025 às 22:44h - Atualizado 4 horas atrás Publicado em 15/05/2025 às 22:44h Atualizado 4 horas atrás por Lucas Simões
CEO da Taurus explica como a empresa busca remunerar o seu acionista da melhor forma em 2025 (Imagem: Divulgação/Taurus Armas)
CEO da Taurus explica como a empresa busca remunerar o seu acionista da melhor forma em 2025 (Imagem: Divulgação/Taurus Armas)

💰 Existe uma velha máxima no mercado financeiro que diz: compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos, uma frase que pode calhar com a trajetória percorrida pela Taurus Armas (TASA4). A ação foi a queridinha dos investidores e analistas ao longo de 2022, quando após um turn around chegou a entregar um dividend yield acima de 12%, segundo dados do Investidor10.

Já a fotografia da empresa em 2025 pode parecer bem mais modesta, ao apresentar um dividend yield de apenas 2,54%. Mas, então, por que raios o megainvestidor Luiz Barsi chegou ao final de 2024 a aumentar a sua fatia acionária em TASA4 para 10%, reiterando sua marca como maior acionista individual da fabricante gaúcha de armas, logo abaixo do controlador?

Em entrevista ao Investidor10, o CEO Global da Taurus Salésio Nunhs revelou o porquê investidores com uma filosofia semelhante a Barsi, que tem foco em adquirir boas pagadoras de dividendos a preços descontados na bolsa brasileira, estão frequentemente pensando na empresa, ainda que os seus relatórios de resultados mais recentes apresentem desafios externos às suas operações.

🗣️ "É difícil achar que o Barsi tem uma opinião errada, o seu passado nos impede de pensar isso. Desde o início da retomada da Taurus ele continua com nossas ações e, mais do isso, ele continua aumentando a sua participação", comenta o executivo.

Para Nunhs, os investidores que buscam construção de renda passiva têm olhado para TASA4 porque existe a percepção entre a maioria dos analistas de que o valuation está "barato", ou seja, as ações estão subavaliadas, em linha com a própria opinião dos profissionais do mercado.

Nos últimos 12 meses, os papéis preferenciais da Taurus acumulam desconto de −27,43%, mesmo considerando o reinvestimento dos dividendos, conforme consulta feita no Investidor10 nesta quarta-feira (14).

➡️ Leia mais: Taurus Armas (TASA4) lucra R$ 18,6 milhões no 1T25, queda de 1,6%

O Cumpridor de Promessas

A Taurus enfrentou recentemente uma série de coincidências negativas que afetaram o seu desempenho, entre as principais delas as incertezas na economia americana após o tarifaço de Donald Trump (onde o mercado consumidor gera quase 80% das receitas da empresa), o atual governo brasileiro mais restritivo ao mercado de armas leves aos civis e a lentidão no processo de licitação na Índia, envolvendo 425 mil fuzis.

Todavia, o CEO da companhia considera que os balanços divulgados ao mercado mostram uma empresa saudável que ainda segue pagando dividendos aos seus acionistas, tendo feito todos os investimentos necessários e ainda reduzido a dívida.

📊 De fato, olhando para os números do 1T25, a dívida bruta bancária da Taurus encolheu R$ 88,9 milhões no vencimento de curto prazo no período ante o final do ano passado, além do alongamento do prazo de vencimento da dívida, cujo aumento simultâneo foi de R$ 87,6 milhões. Ao cabo, a dívida bruta recuou de R$ 747,5 milhões para R$ 746,3 milhões.

"Usando um termo de gerenciamento: a companhia está na mão. Temos uma série de projetos importantes a entregar a médio e longo prazos. E a confiança que estabelecemos com o mercado desde a virada de gestão em 2018 mostra: nós temos cumprido tudo o que prometemos!", reafirma Nuhns.

Ele cita as conquistas entregues em sua gestão na Taurus, marcada por transformar uma empresa renascida de uma forte crise para o atual título de maior revendedora de armas leves do mundo, como, por exemplo:

  • o condomínio de fornecedores que agilizou as operações;
  • a fábrica de carregadora que mitigou a dependência de um único fornecedor de pistolas para o mundo inteiro à época, que já produz 5 mil carregadores por dia;
  • a mudança da fábrica da Taurus nos EUA do estado da Flórida para a Geórgia; e
  • além das operações no mercado indiano, em que há transferência de tecnologia.

O caça-dividendos em TASA4

Dessa forma, o CEO reitera a razão pela qual os investidores enxergam a Taurus como um bom investimento a longo prazo, uma vez que a gestão se compromete em realizar com aquilo que se endereçou no passado.

🔫 "Com relação à nossa política de remuneração, o caça-dividendos [o mega investidor Luiz Barsi] está de olho, pois pagamos bastante dividendos muito acima do nosso estatuto, que já é agressivo em distribuir 35% dos lucros. Quando fizemos uma geração de caixa grande e chegamos a produzir 10 mil armas leves por dia, os acionistas embolsaram muito além da taxa de 35% estabelecida", relembra o executivo, citando o auge de demanda do mercado consumidor, logo após o auge da pandemia.

Em 2025, mesmo sem um patamar de dividendos tão agressivo como visto no passado recente, a TASA4 se compromete a distribuir proventos aos seus acionistas a cada dois meses. Sem se comprometer com o futuro, Nuhs também disse que há possibilidade de adiantar a remuneração de dividendos ainda esse ano, caso em setembro haja disponibilidade de caixa para tanto.

TASA4

TAURUS ARMAS
Cotação

R$ 7,45

Variação (12M)

-27,43 % Logo TAURUS ARMAS

Margem Líquida

4,85 %

DY

2.72%

P/L

12,37

P/VP

0.74