Taurus Armas (TASA4): Por que Luiz Barsi, o "caça-dividendos", pensa em nós, revela o CEO
Salésio Nuhns comenta qual é a perspectiva de retorno de dividendos para quem escolhe investir na indústria bélica

💰 Existe uma velha máxima no mercado financeiro que diz: compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos, uma frase que pode calhar com a trajetória percorrida pela Taurus Armas (TASA4). A ação foi a queridinha dos investidores e analistas ao longo de 2022, quando após um turn around chegou a entregar um dividend yield acima de 12%, segundo dados do Investidor10.
Já a fotografia da empresa em 2025 pode parecer bem mais modesta, ao apresentar um dividend yield de apenas 2,54%. Mas, então, por que raios o megainvestidor Luiz Barsi chegou ao final de 2024 a aumentar a sua fatia acionária em TASA4 para 10%, reiterando sua marca como maior acionista individual da fabricante gaúcha de armas, logo abaixo do controlador?
Em entrevista ao Investidor10, o CEO Global da Taurus Salésio Nunhs revelou o porquê investidores com uma filosofia semelhante a Barsi, que tem foco em adquirir boas pagadoras de dividendos a preços descontados na bolsa brasileira, estão frequentemente pensando na empresa, ainda que os seus relatórios de resultados mais recentes apresentem desafios externos às suas operações.
🗣️ "É difícil achar que o Barsi tem uma opinião errada, o seu passado nos impede de pensar isso. Desde o início da retomada da Taurus ele continua com nossas ações e, mais do isso, ele continua aumentando a sua participação", comenta o executivo.
Para Nunhs, os investidores que buscam construção de renda passiva têm olhado para TASA4 porque existe a percepção entre a maioria dos analistas de que o valuation está "barato", ou seja, as ações estão subavaliadas, em linha com a própria opinião dos profissionais do mercado.
Nos últimos 12 meses, os papéis preferenciais da Taurus acumulam desconto de −27,43%, mesmo considerando o reinvestimento dos dividendos, conforme consulta feita no Investidor10 nesta quarta-feira (14).
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O Cumpridor de Promessas
A Taurus enfrentou recentemente uma série de coincidências negativas que afetaram o seu desempenho, entre as principais delas as incertezas na economia americana após o tarifaço de Donald Trump (onde o mercado consumidor gera quase 80% das receitas da empresa), o atual governo brasileiro mais restritivo ao mercado de armas leves aos civis e a lentidão no processo de licitação na Índia, envolvendo 425 mil fuzis.
Todavia, o CEO da companhia considera que os balanços divulgados ao mercado mostram uma empresa saudável que ainda segue pagando dividendos aos seus acionistas, tendo feito todos os investimentos necessários e ainda reduzido a dívida.
📊 De fato, olhando para os números do 1T25, a dívida bruta bancária da Taurus encolheu R$ 88,9 milhões no vencimento de curto prazo no período ante o final do ano passado, além do alongamento do prazo de vencimento da dívida, cujo aumento simultâneo foi de R$ 87,6 milhões. Ao cabo, a dívida bruta recuou de R$ 747,5 milhões para R$ 746,3 milhões.
"Usando um termo de gerenciamento: a companhia está na mão. Temos uma série de projetos importantes a entregar a médio e longo prazos. E a confiança que estabelecemos com o mercado desde a virada de gestão em 2018 mostra: nós temos cumprido tudo o que prometemos!", reafirma Nuhns.
Ele cita as conquistas entregues em sua gestão na Taurus, marcada por transformar uma empresa renascida de uma forte crise para o atual título de maior revendedora de armas leves do mundo, como, por exemplo:
- o condomínio de fornecedores que agilizou as operações;
- a fábrica de carregadora que mitigou a dependência de um único fornecedor de pistolas para o mundo inteiro à época, que já produz 5 mil carregadores por dia;
- a mudança da fábrica da Taurus nos EUA do estado da Flórida para a Geórgia; e
- além das operações no mercado indiano, em que há transferência de tecnologia.
O caça-dividendos em TASA4
Dessa forma, o CEO reitera a razão pela qual os investidores enxergam a Taurus como um bom investimento a longo prazo, uma vez que a gestão se compromete em realizar com aquilo que se endereçou no passado.
🔫 "Com relação à nossa política de remuneração, o caça-dividendos [o mega investidor Luiz Barsi] está de olho, pois pagamos bastante dividendos muito acima do nosso estatuto, que já é agressivo em distribuir 35% dos lucros. Quando fizemos uma geração de caixa grande e chegamos a produzir 10 mil armas leves por dia, os acionistas embolsaram muito além da taxa de 35% estabelecida", relembra o executivo, citando o auge de demanda do mercado consumidor, logo após o auge da pandemia.
Em 2025, mesmo sem um patamar de dividendos tão agressivo como visto no passado recente, a TASA4 se compromete a distribuir proventos aos seus acionistas a cada dois meses. Sem se comprometer com o futuro, Nuhs também disse que há possibilidade de adiantar a remuneração de dividendos ainda esse ano, caso em setembro haja disponibilidade de caixa para tanto.

TASA4
TAURUS ARMASR$ 7,45
-27,43 %
4,85 %
2.72%
12,37
0.74

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