Tarifaço dos EUA: Alckmin reúne empresários e nega interferência entre Poderes

O vice-presidente Alckmin também planeja reuniões específicas com representantes do agronegócio e da indústria ao longo do dia.

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Publicado em 15/07/2025 às 13:34h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 15/07/2025 às 13:34h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
O encontro contou com a presença de 37 representantes do setor produtivo (Imagem: Shutterstock)
O encontro contou com a presença de 37 representantes do setor produtivo (Imagem: Shutterstock)

🚨 Durante reunião com representantes da indústria nesta terça-feira (15), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reafirmou que o governo federal não pode intervir nas decisões de outros Poderes da República.

A declaração ocorre em meio à repercussão negativa das novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

A medida norte-americana foi atribuída ao tratamento judicial dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à atuação do Judiciário sobre grandes empresas de tecnologia com sede nos EUA, segundo justificativas apresentadas por autoridades americanas.

Na abertura do encontro, Alckmin frisou a importância de preservar a separação entre os Poderes e ressaltou que o Executivo está engajado em buscar a reversão das tarifas, consideradas por ele como “absolutamente inadequadas”.

“O governo não tem ação sobre outro Poder. E, em relação à questão das tarifas, trabalharemos para revertê-las”, afirmou.

Diálogo institucional para conter impactos

O encontro contou com a presença de 37 representantes do setor produtivo, entre eles Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer (EMBR3), e Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além de Alckmin, participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

O objetivo do encontro foi mapear os impactos diretos do tarifaço sobre os diversos setores da economia e construir uma resposta estratégica coordenada entre o governo e a iniciativa privada.

Alckmin também planeja reuniões específicas com representantes do agronegócio e da indústria ao longo do dia, além de estreitar o diálogo com entidades empresariais norte-americanas ligadas às cadeias produtivas brasileiras.

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Comitê consultivo e articulação internacional

Como resposta à crise comercial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um comitê consultivo com empresários para atuar de forma integrada com o governo nas negociações e articulações internacionais.

Segundo fontes do Palácio do Planalto, a intenção é demonstrar unidade nacional na defesa dos interesses econômicos do país, com foco em preservar exportações e empregos, especialmente em setores atingidos diretamente pela elevação tarifária.

📊 O governo brasileiro também pretende intensificar o diálogo diplomático com autoridades e empresas norte-americanas, apostando em interlocução direta com corporações que mantêm relações estreitas com o Brasil.