SMTO3 salta 4% em meio à alta do açúcar; queimadas em SP ameaçam canaviais

São Martinho (SMTO3), Jalles Machado (JALL3) e Raízen (RAIZ4) sobem em bloco na B3

Publicado em 26/08/2024 às 15:39h - Atualizado 7 meses atrás Publicado em 26/08/2024 às 15:39h Atualizado 7 meses atrás por Lucas Simões

Preço do açúçar dispara mais de 3% com risco no Centro-Sul (Imagem: Shutterstock)

🌾Em meio à disparada dos preços do açúcar no mercado internacional, com impactos das queimadas no interior paulista ameaçando canaviais, as ações da São Martinho (SMTO3) e demais empresas produtoras de açúcar e etanol subiam em bloco na B3 nesta segunda-feira (26).

Por volta das 15h30, os papéis ordinários da São Martinho despontavam 4,50% negociados a R$ 39,27 cada. Trata-se da segunda maior alta no Ibovespa durante o pregão, somente atrás da Petrobras (PETR4), que decolava mais de 8%.

No mesmo instante, outras companhias do setor também acompanhavam a valorização da commodity, como Jalles Machado (JALL3) e Raízen (RAIZ4), que avançavam 2,2% e 0,9%, respectivamente.

Já os preços do açúcar negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) se recuperaram de mínimas de 16 semanas durante o pregão.

O contrato futuro de açúcar com vencimento para outubro de 2024 saltava 3,5% cotado a 19,03 centavos de dólar por peso-libra.

Canaviais no Centro-Sul sob ameaça

Na visão da XP, o clima seco no último final de semana levaram agosto a um recorde de focos de incêndio, mesmo antes do fim do mês, com quase 3,500 focos, que impactaram áreas de canavial no Centro-Sul brasileiro.

📈"Tais impactos continuam sendo estimados pelo mercado e são um fator altista para o preço do açúcar no mercado internacional. Afinal, o clima seco continua no Centro-Sul, afetando a segunda metade da safra 2024/2025", comenta o analista Samuel Isaak, em relatório.

Ainda assim, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua previsão da safra 2024/25 para 690 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, acima da previsão de abril de 686 milhões, mas abaixo dos 713 milhões em 2023/2024.

Conforme explicações da XP, a revisão altista da safra se deveu à melhora das chuvas no Nordeste, contrapondo-se à seca do Centro-Sul. Além disso, na Tailândia, um dos maiores produtores globais, o bom tempo deve aumentar a produtividade, com a colheita começando a partir de novembro.