Selic em 14,25%: Quanto rende R$ 1 mil nos investimentos em renda fixa em 2025?

Entenda como fica a rentabilidade de investimentos como poupança, Tesouro Selic, CDB, LCA, LCI e Letras Financeiras nos próximos meses e anos.

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Publicado em 19/03/2025 às 20:53h - Atualizado Agora Publicado em 19/03/2025 às 20:53h Atualizado Agora por Lucas Simões
O Investidor10 apurou com especialistas o quanto o seu dinheiro pode se multiplicar aproveitando o poder dos juros compostos (Imagem: Shutterstock)
O Investidor10 apurou com especialistas o quanto o seu dinheiro pode se multiplicar aproveitando o poder dos juros compostos (Imagem: Shutterstock)

💰 O maior investidor pessoa física da bolsa de valores brasileira, o bilionário Luiz Barsi, é o autor da célebre frase "renda fixa é perda fixa". No entanto, mesmo ele admitiu que "usa" a renda fixa ao seu favor. Por isso, o Investidor10 apurou com especialistas do mercado o quanto o seu dinheiro poderá render nos principais investimentos da categoria, para que você possa tomar as melhores decisões para a sua estratégia.

Seja para compor a reserva de emergência ou ter uma parte do patrimônio emprestada a terceiros para aproveitar gordos juros compostos, a renda fixa no Brasil entregou historicamente resultados elevados.

Prova disso é que a atual taxa Selic em 14,25% ao ano em pleno março de 2025 está em seu maior patamar desde a era Dilma Rousseff em 2016. E quando a taxa básica de juros da economia fica tão elevada, quem empresta o seu dinheiro para o governo brasileiro, bancos ou até empresas pode acabar lucrando bastante com renda fixa também.

🐷 Na prática, se você depositasse R$ 1 mil hoje na caderneta de poupança, poderia obter o retorno de R$ 1.453,75 após um período de cinco anos, quantia já isenta de imposto de renda, conforme os cálculos do planejador financeiro Rafael Haddad, do C6 Bank. Logo, uma rentabilidade líquida de +45,37%.

Mas, será que dá para ganhar ainda mais e evitar a frase derradeira: "Renda fixa é perda fixa"? Sim, é possível e até correndo menos risco do que na poupança oferecida pelos grandes bancos.

Por exemplo, o Tesouro Selic é o investimento de renda fixa mais seguro do país, que também conta com liquidez diária e está indexado na modalidade de recebimento de juros compostos que mais tem a ganhar com a subida da taxa Selic.

Dessa maneira, os mesmos R$ 1 mil que você decidisse emprestar ao governo brasileiro por meio do Tesouro Direto trariam o retorno bruto de R$ 1.981,29 após o período de cinco anos. Mesmo descontada a alíquota de 15% de imposto de renda, quem aplicou no Tesouro Selic receberia R$ 1.831,11.

➡️ Leia mais: Selic a 14,25%: Saiba quanto CDB a 105% do CDI paga na renda fixa em 2025

Qual tipo de renda fixa paga mais em 2025?

O Tesouro Selic acaba sendo um dos investimentos em renda fixa mais populares devido à sua segurança, já que é garantido pelo próprio Estado brasileiro. Todavia, caso o investidor esteja disposto a correr um pouco mais de risco, poderá alcançar a nata da renda fixa brasileira bem acima de 100% do CDI.

Emprestar o seu dinheiro diretamente a bancos (ou até empresas dos mais variados setores) é o que costuma gerar juros compostos maiores, já que as chances de um país dar calote são muito menores do que uma instituição financeira não honrar com seus compromissos.

Só que, para atenuar os riscos de crédito envolvidos e dar maior segurança aos investidores, alguns tipos de renda fixa privados têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre produtos bancários como CDBs, LCAs, LCIs e até a velha poupança.

📊 Na simulação, um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que ofereça 105% do CDI pode transformar uma aplicação inicial de R$ 1 mil no montante final de R$ 1.882,55 após cinco anos, também já descontado o imposto de renda devido. Isso confere uma rentabilidade líquida de +88,26%, que supera tanto o Tesouro Selic quanto a poupança.

Porém, o planejador financeiro do C6 Bank calcula que se o investidor optasse por um CDB que pagasse IPCA+ 8% ao ano, teria o retorno de R$ 1.677,83 nas mesmas condições, já que o profissional leva em conta nos cálculos as estimativas do mercado sobre a inflação e os índices de remuneração ( Selice CDI) no futuro. Ou seja, não adianta apenas considerar o patamar atual de Selic a 14,25% ao ano. O ganho seria de +67,78%.

Agora, se o investidor está procurando a modalidade de renda fixa mais rentável para aproveitar pelos próximos cinco anos, é bom dar uma olhada nas LCAs e LCIs que ofereçam pelos menos 96% do CDI, que podem remunerar R$ 1.913,82 já livres de imposto de renda nas mesmas condições. Trata-se de uma valorização de +91,38%.

E a grande sacada está no fato de que, tanto as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), quanto as LCIs (Letras de Crédito Imobiliárias), não sofrem a mordida do leão da Receita Federal e, por isso, uma taxa de 96% do CDI incentivada é equivalente a um CDB oferecendo 113% do CDI.

➡️ Leia mais: LCAs e LCIs a 96% do CDI pagam quanto com Selic a 14,25%? Saiba como é a renda fixa isenta

Rentabilidade dos investimentos em renda fixa com aplicação de R$ 1 mil

  • Poupança: R$ 1.038,12 (em 6 meses) / R$ 1.077,70 (em 1 ano) / R$ 1.161,44 (em 2 anos) / R$ 1.453,75 (em 5 anos)
  • Tesouro Selic: R$ 1.055,00 (em 6 meses) / R$ 1.121,07 (em 1 ano) / R$ 1.263,92 (em 2 anos) / R$ 1.831,11 (em 5 anos)
  • CDB a 105% do CDI: R$ 1.057,58 (em 6 meses) / R$ 1.128,03 (em 1 ano) / R$ 1.280.12 (em 2 anos) / R$ 1.882,55 (em 5 anos)
  • CDB a IPCA+ 8% ao ano: R$ 1.053,18 (em 6 meses) / R$ 1.115,64 (em 1 ano) / R$ 1.242,73 (em 2 anos) / R$ 1.677,83 (em 5 anos)
  • CDB Prefixado a 15,50% ao ano: R$ 1.057,34 (em 6 meses) / R$ 1.126,23 (em 1 ano) / R$ 1.282,94 (em 2 anos) / R$ 1.897,14 (em 5 anos)
  • LCAs e LCIs a 96% do CDI: R$ 1.141,89 (em 1 ano) / R$ 1.296,46 (em 2 anos) / R$ 1.913,82 (em 5 anos)
  • Letra Financeira a 107% do CDI: R$ 1.283,81 (em 2 anos) / R$ 1.897,79 (em 5 anos)
  • Letra Financeira a IPCA+ 8% ao ano: R$ 1.245,76 (em 2 anos) / R$ 1.688,48 (em 5 anos)
  • Letra Financeira Prefixada a 15,50% ao ano: R$ 1.285,89 (em 2 anos) / R$ 1.908,52 (em 5 anos)

Premissas

  • Selic: 14,72% a.a. (em seis meses); 14,88% a.a. (em um ano); 14,54% a.a. (em dois anos); 14,54% a.a. (em cinco anos);
  • CDI: 14,62% a.a. (em seis meses); 14,78% a.a. (em um ano); 14,44% a.a. (em dois anos); 14,44% a.a. (em cinco anos);
  • Poupança: 7,77% a.a. (em seis meses); 7,77% a.a. (em um ano); 7,77% a.a. (em dois anos); 7,77% a.a. (em cinco anos);
  • Inflação: 5,97% a.a. (em seis meses); 5,23% a.a. (em um ano); 4,64% a.a. (em dois anos); 4,16% a.a. (em cinco anos).