Selic a 14,25% ameaça lucros em 2025? Veja setores e ações na B3 mais prejudicados
Analistas do BTG Pactual calculam quais serão os possíveis impactos financeiros às empresas brasileiros com taxa de juros tão elevada

💸 Os analistas do BTG Pactual estão cada vez mais pessimistas com o lucro a ser apurado pelas empresas brasileiras listadas na B3 em 2025, diante de uma taxa Selic já contratada em 14,25% ao ano pelo Banco Central (BC) até março.
No caso, o banco está modelando que os lucros consolidados para 2025, excluindo da conta Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), serão 2,7% menores do que se tinha há seis meses, com as empresas voltadas para a economia local crescendo ligeiramente 1,2% e as exportadoras de commodities caindo 5,3%, aponta relatório publicado nesta segunda-feira (16).
"Excluindo a WEG (WEGE3) e os frigoríficos, nossas estimativas de lucros para as empresas domésticas em 2025 foram revisadas para baixo em 0,8%, talvez uma reação inicial a um ambiente econômico esperado mais difícil em 2025", escrevem os analistas Leonardo Correa, Carlos Sequeira, Antônio Junqueira, Osni Carfi e Bruno Lima.
Isso porque a abordagem mais hawkish (expressão para o tom mais duro do BC) levou a equipe econômica do BTG Pactual a aumentar suas estimativas para a taxa de juros de curto prazo terminal para 14,75%, o nível nominal mais alto desde 2006.
➡️ Leia mais: Tesouro Direto já paga 15,34% ao ano; e deu circuit breaker
Setores e ações listadas na B3 mais prejudicados
Até o momento, o Ibovespa (índice com as ações brasileiras mais negociadas na Bolsa) acumula prejuízo de quase 7% em 2024, além de ter atingido o seu menor nível em quase seis meses, enquanto o dólar se consolida acima de R$ 6. Ou seja, o investidor precisa escolher com cautela suas posições na renda variável, já prevendo alguns motivos para o próximo ano.
Nesse sentido, o BTG Pactual revela que seus analistas reduziram suas estimativas de lucro líquido para 12 de 20 setores no horizonte de 2025. Tais setores que sofreram as maiores revisões negativas foram:
- Petróleo & Gás (-R$ 6,5 bilhões; −29%);
- Metais & Mineração (-R$ 2,8 bilhões; −22%); e
- Varejo (-R$ 2,4 bilhões; −16%).
🛢️ As petroleiras tiveram o maior tombo na revisão negativa nos lucros, impulsionada pela PRIO (PRIO3), com menos R$ 3,5 bilhões; Raízen (RAIZ4), com menos R$ 2,1 bilhões; e Braskem (BRKM5), com menos R$ 1 bilhão).
"A curva de preços do petróleo foi reduzida (afetando a PRIO3), enquanto nossas novas estimativas para a Braskem refletem a recuperação mais lenta no ciclo petroquímico", afirma o quinteto de especialistas.
O segundo maior fator que impulsionou nossas revisões negativas foi o setor de Metais & Mineração. A revisão para baixo foi principalmente causada pela CSN (CSNA3), com menos R$ 2,6 bilhões).
Afinal de contas, o setor de siderurgia está altamente alavancado, com dívida líquida/Ebitda em 4 vezes para 2025 (aproximadamente 34% atrelados à Selic).
➡️ Leia mais: Trump leva altcoin a bater nova máxima com seu projeto cripto; veja
Dólar acima de R$ 6 tem o seu preço
A significativa diminuição nos lucros das empresas de commodities está principalmente relacionada à desvalorização do real brasileiro, uma vez que elas possuem porções substanciais de dívidas em dólar, apesar de seus produtos também serem cotados na moeda americana.
📉 Nos últimos seis meses, a moeda brasileira depreciou 11,4% em relação ao dólar, marcando a maior desvalorização entre as 18 moedas de países emergentes.
- Brasil: −11,4%
- Argentina: −11,4%
- México: −8,8%
- Turquia: −7,5%
- Chile: −6,9%
- Colômbia: −4,0%
- República Tcheca: −3,4%
- Bulgária: −2,3%
- Índia: −1,5%
- Taiwan: −0,5%
- China: −0,3%
- Polônia: −0,3%
- Singapura: +0,1%
- Hong Kong: +0,4%
- Peru: +1,2%
- Indonésia: +1,6%
- África do Sul: +3,1%
- Malásia: +5,8%
"De fato, nossa equipe macro recentemente aumentou sua estimativa de dólar para o final de 2024 de R$ 5,70 para R$ 5,95", conclui o relatório.

PRIO3
PRIOR$ 40,24
-17,22 %
71,73 %
0%
3,48
1,38

PRIO3: Lucro líquido vai a US$ 1,074 bilhão no 4T24, alta de 231%
No ano anterior, o Ebitda totalizou US$ 1,675 bilhão.

Corretora projeta alta de 83% nas ações da Prio (PRIO3), confira
O preço-alvo agora é de R$ 70 em 2025.

Prio (PRIO3) avança no desenvolvimento do campo de Wahoo
Companhia obteve licença para perfuração e anunciou aumento de capital para financiar projeto.

Prio (PRIO3) começa 2025 com produção de petróleo em alta; veja prévia
Concorrente privada da Petrobras (PETR4) supera em janeiro sua própria produção diária de barris de óleo reportada em dezembro de 2024

Prio (PRIO3) ganha processo sobre concessão de Wahoo
Com isso, companhia terá direito a toda a produção do campo, que pode chegar a 40 mil barris/dia.

Prio (PRIO3): Produção cresce 4,1% em março e atinge 86,2 mil boed
No Campo de Frade, a produção totalizou 47,1 mil boe por dia em março.

PRIO (PRIO3) aprova emissão de R$ 1,3 bilhão em debêntures
A emissão se dará em duas séries e prazo de cinco anos para a primeira e dez anos para a segunda.

PRIO (PRIO3) anuncia recompra de até 89,2 milhões de ações
As aquisições poderão ser realizadas pelo prazo máximo de 18 meses, contados até 08 de setembro de 2025