Risco fiscal derruba Ibovespa e leva dólar para R$ 5,53

Mercado avalia as contas públicas brasileiras, depois de o governo elevar a projeção para a receita deste ano.

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Publicado em 23/09/2024 às 17:46h - Atualizado Agora Publicado em 23/09/2024 às 17:46h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Ibovespa fechou 130.565 pontos, após 5ª queda seguida (Imagem: Shutterstock)
Ibovespa fechou 130.565 pontos, após 5ª queda seguida (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa caiu e o dólar subiu nesta segunda-feira (23), com o mercado de olho na situação fiscal brasileira.

📉 O principal índice da B3 recuou 0,38%, no quinto pregão consecutivo de perdas. Com isso, fechou aos 130.565 pontos, o menor patamar desde 8 de agosto.

Já o dólar avançou 0,25% e terminou o dia negociado a R$ 5,53, o maior valor em 10 dias.

No momento mais tenso do dia, no entanto, o Ibovespa bateu nos 130.099 pontos e o dólar atingiu R$ 5,59. As perdas diminuíram no decorrer do pregão, à medida em que o governo federal reforçou o compromisso com a meta fiscal.

O risco fiscal voltou a deixar o mercado em alerta na última sexta-feira (20), quando o governo elevou a projeção para as receitas de 2024. Com isso, o Executivo ainda reduziu a projeção para o déficit primário do ano para R$ 28,3 bilhões e descongelou R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2024.

Economistas viram a medida com cautela, pois esperavam um novo bloqueio e não o desbloqueio dos gastos previstos para este ano. Contudo, o governo federal rebateu as críticas nesta segunda-feira (23).

🗣️ O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, garantiu que o ajuste das projeções fiscais foi feito "sem nenhum tipo de criatividade ou artifício".

Já o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acrescentaram que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal.

Além disso, no entanto, o mercado seguiu de olho na inflação e nos juros brasileiros. Isso porque, no Boletim Focus desta semana, os analistas voltaram a elevar a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mesmo diante da alta da Selic. A expectativa agora é de que a inflação feche o ano em 4,37% e a Selic vá a 11,50% ainda em 2024.

EUA

Já nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em alta. Veja:

  • Dow Jones: 0,14%;
  • S&P 500: 0,28%;
  • Nasdaq: 0,14%.

Altas

O Ibovespa só não caiu mais nesta segunda-feira (23) porque Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) fecharam em alta.

As ações da Petrobras subiram 1,02%, mesmo com os preços do petróleo em queda. Já as da Vale ganharam 0,31% diante da antecipação da posse do novo presidente da companhia, para 1º de outubro.

Destaque ainda para a Santos Brasil (STBP3), que disparou 16,44% com a venda de 47,6% das suas ações para a empresa francesa de transporte marítimo CMA CGM.

Já a AgroGalaxy (AGXY3) subiu 12,28% em um dia de ajustes. Afinal, o papel derreteu 49,5% nos três pregões anteriores, depois que entrou com um pedido de recuperação judicial.

Veja outras altas do dia:

Baixas

O setor financeiro, por outro lado, teve um dia negativo na bolsa brasileira. O Bradesco (BBDC4), por exemplo, recuou 2,58% e a B3 (B3SA3) viu suas ações caírem 3,45%.

O destaque, contudo, foi da Usiminas (USIM5), que recuou 4,76% depois de sofrer um duplo rebaixamento por parte do JPMorgan.

Veja outras quedas do dia: