Risco de recuperação judicial derruba ações de empresa, que entra em leilão na B3
Empresa conseguiu liminar para suspender parte de dívida de US$ 550 milhões com Deutsche Bank e acendeu alerta entre investidores.

A Ambipar (AMBP3) vê seus papéis caírem quase 60% na tarde desta quinta-feira (25) na bolsa de valores. Por volta das 13h, as ações eram negociadas abaixo de R$ 4,50, no valor mais baixo dos últimos 12 meses.
A oscilação foi tão negativa que a B3 colocou os papéis em leilão, o que interrompeu as negociações no balcão da bolsa durante a manhã. No fechamento desta reportagem, o ticker já havia voltado a ser negociado pelos investidores.
A reação dos investidores veio depois que a companhia divulgou um comunicado informando ao mercado que conseguiu uma liminar da Justiça para se proteger de dívidas. Segundo o documento, pelos próximos 30 dias, a empresa está isenta de pagar parte de um empréstimo de US$ 550 milhões que assinou junto ao Deutsche Bank.
Ainda não está certo, mas para alguns analistas, essa proteção pode representar um eventual pedido de recuperação judicial, o que acendeu o alerta dos investidores. A RJ é um processo mais robusto e duradouro, que inclui dívidas com outros credores, e não apenas um como acontece neste caso.
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A proteção de dívida foi necessária diante de garantias adicionais pedidas pelo DB depois da emissão de debêntures emitidas em nome da empresa. O ofício enviado à Justiça aponta que a empresa corre um sério risco de um rombo financeiro.
“Ocorre que praticamente todos os contratos financeiros do grupo Ambipar conteriam cláusulas de vencimento cruzado (cross-default)…o que acarretaria um gravíssimo risco de insolvência imediata para o grupo”, afirmou o grupo.
A empresa também declarou que a medida cautelar é importante para manter as atividades do grupo e viabilizar a proteção dos seus ativos. “[Isso] enquanto se busca junto aos credores uma alternativa viável para o adequado equacionamento de seus compromissos financeiros”, conclui o documento.
A variação negativa do ticker parece pôr fim a um namoro do mercado com a companhia de reciclagem que passou por bons momentos durante o ano. No primeiro semestre de 2025, a empresa chegou a obter uma alta de 60% nos seus papéis, o que a colocou entre as maiores valorizações do ano.
A empresa chegou à bolsa de valores em 2020, quando levantou R$ 1 bilhão em investimentos. Nesta quinta, a capitalização total da empresa é de R$ 8,2 bilhões, de acordo com a B3.

AMBP3
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