“Respiramos um pouco mais aliviados”, diz CEO da B3 sobre primeiro semestre

Companhia deve divulgar números do 2T24 na próxima quinta (7)

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Publicado em 05/08/2025 às 12:06h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 05/08/2025 às 12:06h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
B3 é a operadora da bolsa de valores brasileira (Imagem: Shutterstock)
B3 é a operadora da bolsa de valores brasileira (Imagem: Shutterstock)

Em carta publicada neste domingo (3), Gilson Finkelsztain, CEO da B3 (B3SA3), fez uma análise do cenário econômico brasileiro. O texto foi divulgado pelo jornal Valor Econômico, destacando que o fim do primeiro semestre trouxe maior otimismo aos investidores.

🗣️ “Os prognósticos para o novo ano eram ruins em dezembro. O Brasil iniciou 2025 em um clima de pessimismo generalizado, marcado pela incerteza quanto ao crescimento da economia, juros elevados, deterioração da confiança e um déficit primário de mais de R$ 40 bilhões“, inicia o texto. “Passados os primeiros seis meses do ano e com os dados do semestre sendo divulgados, respiramos um pouco mais aliviados com números que surpreenderam positivamente, embora tenhamos grandes desafios ainda a enfrentar”, diz ele.

Finkelsztain aproveitou o momento para dar um panorama do que foi a bolsa de valores brasileira no período, que cresceu mais de 15%. Com isso, destacou que este foi o melhor período dos últimos 10 anos, tornando-se um marco para os investidores.

Além disso, houve também uma alta na arrecadação da renda fixa, que alcançou o patamar de R$ 150 bilhões no terceiro trimestre. Isso motivado pela alta da taxa de juros e pelo pagamento de papeis atrelados à inflação.

“No mercado de renda variável, o investidor estrangeiro voltou, mesmo que timidamente, a olhar para o Brasil. Somente em maio, foram R$ 10 bilhões aportados por não residentes. No primeiro semestre, a entrada líquida em bolsa superou os R$ 26 bilhões, o maior volume em três anos. O movimento reflete, em parte, a percepção de que os ativos brasileiros estão excessivamente descontados”, avalia.

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O executivo ainda destacou que, com o cenário de incerteza nos EUA, mercados emergentes como o Brasil ganham destaque. Segundo ele, porém, a questão fiscal do país deve ser central na escolha dos investidores nos próximos meses.

“Apesar das incertezas, há um vislumbre de esperança para os investidores. A concentração excessiva de capital no mercado americano reacende o debate sobre diversificação, e o Brasil tem muito espaço para ser considerado nas decisões de alocação global”, conclui.

A B3 deve divulgar o balanço financeiro do segundo trimestre de 2025 na próxima quinta-feira (7), conforme calendário divulgado no mês passado. No 1T25, a companhia reportou um um lucro líquido sem grandes diferenças em relação a um ano antes, na faixa de R$ 1,1 bilhão.