Quais elétricas na bolsa brasileira terão maior benefício com indenização de R$ 5,6 bi?

Aneel aprova recálculo de indenização a transmissoras de energia elétrica, encerrando questão do governo Dilma.

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Publicado em 10/06/2025 às 20:50h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 10/06/2025 às 20:50h Atualizado 1 dia atrás por Lucas Simões
Eletrobras (ELET6) e Isa Energia (ISAE4) são as vencedoras (Imagem: Shutterstock)
Eletrobras (ELET6) e Isa Energia (ISAE4) são as vencedoras (Imagem: Shutterstock)

🤑 Quando pensamos em boas pagadoras de dividendos na bolsa brasileira, as elétricas logo vêm à mente por pertencerem a um setor perene e melhor ainda se estivermos falando das transmissoras, que são mais estáveis que as geradoras ou distribuidoras de energia. E há uma boa novidade para duas transmissoras listadas na B3.

Tanto a Eletrobras (ELET6) quanto a Isa Energia (ISAE4) são as maiores beneficiárias pela aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira (10), que determina um recálculo indenizatório que já vinha sendo pago, mas que agora prevê em uma redução de custos de R$ 5,6 bilhões, que impactará principalmente as empresas controladas por Eletrobras e Isa Energia.

Vale destacar também que a estatal mineira Cemig (CMIG4) e a estatal paranaense Copel (CPLE6) também têm, valores indenizatórios a receber do governo federal, quantias financeiras que mexem com os resultados trimestrais das elétricas e podem influenciar em uma distribuição maior de dividendos aos acionistas.

Conforme anúncio da agência do governo, houve o reposicionamento tarifário da Receita Anual Permitida (RAP) de nove concessionárias de transmissão de energia, que gera a redução de custos bilionária às transmissoras, já que é o valor que os consumidores de energia elétrica devem pagar a título de custos com a Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) até 2028.

A questão que afeta o desempenho das transmissoras de energia teve origem ainda no governo Dilma Rousseff, que pleiteou a renovação antecipada das concessões de transmissão, conforme previsto na Lei n.º 12.783/2013.

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Bilhões de reais para as elétricas

Essa legislação estabeleceu o pagamento de indenizações pelos ativos ainda não amortizados, cujo valor foi estimado em R$ 62 bilhões. Inicialmente, a previsão era de que esses pagamentos fossem realizados ao longo de oito anos, conforme definido por portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) publicada em 2016.

O processo de indenização gerou controvérsias e judicializações. Em 2017, uma liminar suspendeu parte dos pagamentos, e só em 2020 eles foram retomados. Durante o processo, foi promovido um esforço de alinhamento entre transmissoras e usuários do sistema de transmissão para a conclusão do processo.

Na ocasião da deliberação, a área técnica apresentou a projeção de Receita Anual Permitida (RAP) total do segmento de transmissão para o ciclo 2025/2026, a preços de junho de 2025 de R$ 50,3 bilhões, de acordo com a nova decisão, o que representa redução de 1,89 bilhões, equivalente a −3,6%.

📊 Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em ELET6 há 10 anos, hoje você teria R$ 7.286,10, já considerando o reinvestimento dos dividendos. Já o investimento em ISAE4 teria entregue R$ 4.575,60.

A simulação ainda ponta que o IDIV (índice que replica o desempenho médio das maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira) teria retornado R$ 3.550,30 nas mesmas condições.

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