Prévia da inflação, IPCA-15 desacelera e fica abaixo do esperado em maio

Índice subiu 0,36% no mês, em meio ao aumento da energia e da redução dos preços dos transportes.

Author
Publicado em 27/05/2025 às 09:34h - Atualizado 19 horas atrás Publicado em 27/05/2025 às 09:34h Atualizado 19 horas atrás por Marina Barbosa
A conta de luz foi a "vilã" da inflação em maio (Imagem: Shutterstock)
A conta de luz foi a "vilã" da inflação em maio (Imagem: Shutterstock)

A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), marcou 0,36% neste mês de maio.

📉 O resultado desacelerou em relação aos meses anteriores -em abril, por exemplo, havia subido 0,43%. Além disso, ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,44% do IPCA-15.

Com isso, o IPCA-15 acumulado em 12 meses também cedeu, passando de 5,49% para 5,40%. No acumulado do ano, o índice subiu 2,80%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Como isso afeta a Selic?

💲 O IPCA-15 de maio indica uma redução da pressão inflacionária e reforça as apostas do mercado de que o ciclo de alta da Selic chegou ao fim.

O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchéz, disse, por exemplo, que o dado "corrobora nossa projeção de IPCA mais próxima de 5,0% para este ano e adiciona elementos favoráveis à interrupção do ciclo de alta da Selic".

A possibilidade de que os juros sigam nos atuais 14,75% ganhou força depois dos últimos recados do Copom (Comitê de Política Monetária) e também da recente alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), já que o aumento do imposto deve encarecer o custo do crédito para as empresas.

A inflação acumulada em 12 meses, no entanto, ainda segue acima da meta perseguida pelo BC (Banco Central), que é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Por isso, como indicou o Boletim Focus, a expectativa é de que os juros só comecem a cair em 2026.

Leia também: Aumento do IOF: Veja como medida afeta suas compras, viagens e investimentos

O que pressionou a prévia da inflação?

A energia elétrica e os medicamentos foram os "principais vilões" da prévia da inflação em maio.

💡 Segundo o IBGE, os preços da energia subiram 1,68%, em razão sobretudo da mudança da bandeira tarifária da conta de luz, que subiu do patamar verde para o amarelo neste mês. Reajustes tarifários anunciados nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza também pesaram sobre o índice.

Já os produtos farmacêuticos ficaram 1,93% mais caros, depois que o governo federal autorizou um reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos.

O mês ainda foi de preços mais altos no grupo de vestuário, principalmente por causa do aumento das roupas femininas.

E o que ficou mais barato?

O grupo dos transportes, por outro lado, ajudou a conter o avanço da inflação.

✈️ Segundo o IBGE, o grupo teve um resultado negativo de 0,29% no IPCA-15 de maio, devido a uma queda de 11,18% nos preços das passagens aéreas e também a uma redução de 1,24% nas tarifas de ônibus urbano.

O óleo diesel (1,53%) e o gás veicular (0,96%) também ficaram mais baratos, em relação a abril. Contudo, os preços do etanol (0,54%) e da gasolina (0,14%) subiram.

Leia também: Petrobras (PETR4) vai reduzir preços dos combustíveis? Veja o que diz a CEO

Alimentos

Já a inflação dos alimentos e bebidas desacelerou, de 1,14% em abril para 0,39% em maio.

🍎 O movimento é fruto, sobretudo, de uma redução dos preços do tomate (7,28%), do arroz (4,31%) e das frutas (1,64%).

Por outro lado, batata-inglesa (21,75%), cebola (6,14%) e café moído (4,82%) ficaram mais caros.

Com isso, a alimentação no domicílio subiu 0,30% no mês, abaixo do 1,29% registrado em abril.

Inflação por grupos

Veja os grupos da inflação se comportaram em maio, segundo o IPCA-15:

  • Vestuário: 0,92%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,91%;
  • Habitação: 0,67%;
  • Despesas pessoais: 0,50%;
  • Alimentação e bebidas: 0,39%;
  • Comunicação: 0,27%;
  • Educação: 0,09%;
  • Artigos de residência: -0,07%;
  • Transportes: -0,29%.