Presidente da Polishop busca reestruturação extrajudicial por dívida superior a R$ 185 mi, diz jornal

Além de dívida com bancos, o presidente da empresa disse que possui um endividamento de cerca de R$ 50 milhões com shoppings centers.

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Publicado em 05/04/2024 às 23:22h - Atualizado 1 mês atrás Publicado em 05/04/2024 às 23:22h Atualizado 1 mês atrás por Jennifer Neves
Foto - Shutterstock
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🎥 O presidente e fundador da Polishop, João Appolinário disse que a empresa está buscando uma "reestruturação extrajudicial" com os credores. Conforme detalhado no pedido de medida cautelar apresentado pela empresa, que foi acessado pelo Estadão, o endividamento bancário da companhia diminuiu de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024. Appolinário destaca que os bancos são os credores mais desafiadores de se negociar.

Além da dívida com os bancos, Appolinário menciona um endividamento de cerca de R$ 50 milhões com shoppings centers. Ele atribui as dificuldades enfrentadas pela empresa principalmente à pandemia, ao aumento do IGP-M e à crise de crédito decorrente do caso Americanas.

De acordo com o documento judicial, a Polishop enfrentou 50 processos de despejo entre 2022 e 2024. A empresa também afirma que fechou pelo menos 42 lojas desde o ano passado.

O objetivo do pedido de medida cautelar para suspender as execuções de dívidas, segundo Appolinário, é conter o clima de pressão em torno da reestruturação da varejista, com solicitações de pagamentos imediatos que prejudicam a continuidade das operações.

Ele ressalta que a empresa já tomou medidas necessárias, como o fechamento de lojas e a redução de custos, e agora está em uma nova fase, inclusive com a abertura prevista de 6 lojas em abril. Em novos contratos, a empresa busca limitar o custo total de ocupação a 5% a 8% do faturamento das lojas.

Segundo a peça judicial, a redução da dívida bancária ocorreu em parte devido ao capital de giro e em parte devido a investimentos feitos por Appolinário. A empresa argumenta que está presa em um ciclo prejudicial que só pode ser quebrado com a suspensão das dívidas e a reestruturação do passivo.

Outra questão levantada diz respeito à suspensão dos serviços de marketing e tecnologia prestados por plataformas como Google, Meta, Microsoft, Oi e Uol. A Polishop afirma que essas plataformas estão exigindo o pagamento de valores em atraso, ameaçando cancelar os serviços.

O Juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da segunda Vara de Falências e Recuperação Judicial, decidiu pela concessão de tutela antecipada "enquanto a empresa não está em condições de apresentar o pedido de recuperação judicial".

O pedido da Polishop, no entanto, permanece aberto, com a empresa solicitando a antecipação dos efeitos das execuções "com urgência, até que seja apresentado o competente Pedido de Recuperação Judicial/Extrajudicial".