Por segurança, BC vai permitir que usuários bloqueiem abertura de novas contas bancárias

A partir de dezembro, os brasileiros terão uma nova ferramenta para se proteger de golpes e fraudes bancárias, de acordo com o Banco Central. O órgão vai passar a bloquear a abertura de novas contas correntes a pedido dos titulares.

📱 A novidade foi divulgada nesta segunda-feira (26), em uma norma a ser instituída pelo BC junto ao Sistema Financeiro Nacional. A opção tem o objetivo de evitar a abertura de cadastros com identidade falsa. 

Sempre que o usuário não quiser que sejam abertas contas no seu nome, ele vai poder informar aos órgãos oficiais, que vão bloquear seu perfil por um período determinado. Quando ele quiser fazer novos cadastros financeiros, basta desativar a função.

O novo sistema estará disponível até o fim deste ano, em uma área logada apelidada de Meu BC. Desta forma, antes de abrir uma nova conta, as instituições financeiras terão de consultar a base de dados para concluir a operação, diz o órgão.

“O sistema mostrará as ativações e as desativações realizadas, bem como as consultas feitas por instituições financeiras sobre a possibilidade de abertura de novas contas”, informou o BC.

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Essa é mais uma ferramenta para promover segurança aos usuários, em um momento de crescimento de golpes digitais. Os usuários já podem usar, por exemplo, o sistema chamado "Registrato Bacen", que entrega todas as informações financeiras recentemente.

Na página, o usuário pode consultar: contas bancárias abertas e fechadas, chaves Pix cadastradas, empréstimos ativos e até informações de câmbios realizados. 

Outra consulta disponível no Registrato é a de valores esquecidos, referentes a contas antigas com saldos em aberto. A informação engloba heranças, restituições do governo e contas bancárias antigas.

Um emaranhado de fraudes digitais

💰 Em 2024, foram registradas mais de R$ 10 bilhões em fraudes digitais no Brasil, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. De acordo com dados da Febraban (Federação dos Bancos), ao menos 153 mil pessoas foram vítimas do chamado “golpe do WhatsApp”, uma das principais fraudes da atualidade. 

Já o Instituto DataSenado indicou, também no ano passado, que um em cada quatro brasileiros acima de 16 anos registrou algum prejuízo com golpe. O grupo situado entre 16 e 29 anos teve a maior porcentagem, enquanto os que têm entre 50 e 59 anos foram os menos prejudicados.

“São seduzidos por promessas de emprego pela internet e ganhos fáceis sem sair de casa, por exemplo. Alia-se a isso fatores como baixa escolaridade, dificuldade em identificar conteúdos falsos e o tempo de uso dos celulares. Os jovens estão muito mais expostos a golpes virtuais, diante da maior frequência de uso da internet”, destacou economista Luciano Póvoa, consultor do Senado para a área de regulação econômica.