PIB do 1º trimestre será conhecido nesta 3ª feira, veja projeções
Mercado espera que, depois de seis meses andando de lado, economia brasileira voltará a crescer.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga nesta terça-feira (4) o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre de 2024. E o mercado acredita que o número será positivo, indicando uma retomada da economia brasileira.
💲O PIB do Brasil cresceu 2,9% em 2023, mas desacelerou ao longo do ano. De acordo com o IBGE, o indicador avançou 1,9% no primeiro trimestre do ano passado, mas cresceu 0,9% no segundo trimestre e depois andou de lado, variando 0,1% no terceiro trimestre e 0,0% no quarto trimestre de 2023.
O mercado acredita, contudo, que a economia brasileira voltou a acelerar no primeiro trimestre de 2024. As projeções aponta para um crescimento de até 1% do PIB, na comparação com o quarto trimestre de 2023, puxada sobretudo pelo consumo das famílias.
Economistas explicam que o mercado de trabalho aquecido, o pagamento adicional de precatórios, o reajuste do salário mínimo e dos benefícios sociais e a redução das taxas de juros impulsionaram o consumo das famílias no primeiro trimestre, beneficiando principalmente os setores de comércio e serviços.
Leia também: Mercado financeiro eleva projeções para inflação e taxa Selic em 2024
O BTG Pactual estima que o consumo das famílias cresceu 1,9% na comparação com o quarto trimestre de 2023, quando caiu 0,2%. O banco projeta um crescimento de 0,6% do PIB no primeiro trimestre.
"Apesar da desaceleração no 4T23, esperamos que o crescimento do PIB em 2024 seja impulsionado por uma recuperação do consumo das famílias devido à poupança acumulada ao longo de 2023, forte expansão da massa salarial e estímulo fiscal ao longo do ano", disse o BTG Pactual, em relatório.
📈 Já o Santander acredita que a economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024. "Após apresentar tendência de estabilidade no 2S23, esperamos uma aceleração do PIB no 1T24, na esteira de um impulso no consumo das famílias devido a um mercado de trabalho resiliente e ao grande pagamento de dívidas precatórias", diz o Santander, em relatório.
O Itaú trabalha com um PIB de 0,7% e destaca, além do aumento do consumo das famílias, a recuperação dos investimentos no trimestre. Para o banco, a FBFC (formação bruta de capital fixo) deve crescer na base anual por causa de uma maior importação de bens de capital, como máquinas e equipamentos.
Do ponto de vista da oferta, tanto os serviços, quanto a agricultura e a indústria devem apresentar crescimento na comparação com o quarto trimestre de 2024. Os bancos destacam, contudo, que a produção de soja e milho caiu em relação ao mesmo período do ano passado e a que a indústria ainda apresenta resultados mistos, com setores como a mineração desacelerando, enquanto a indústria de transformação deve se recuperar.
Chuvas no Rio Grande do Sul
Apesar das expectativas positivas para o PIB do primeiro trimestre, é esperado uma desaceleração do crescimento econômico no segundo trimestre, em razão das enchentes no Rio Grande do Sul e do aumento das projeções de juros.
Para o Itaú, a tragédia no Rio Grande do Sul deve impactar os dados de crescimento econômico a partir de maio e podem reduzir em até 0,3 ponto percentual o PIB de 2024.
"Para o ano fechado esperamos um crescimento de 2,3% considerando um começo de ano mais forte, mas com a economia desacelerando no segundo semestre", disse o Itaú em relatório, ressaltando que a projeção de 2,3% não considera os efeitos da tragédia no Sul.
De acordo com o Boletim Focus, o mercado projeta uma alta de 2,05% do PIB anual de 2024. Contudo, tem elevado as projeções para a taxa Selic e a inflação do ano. Atualmente, a expectativa é de que os juros terminem o ano em 10,25% e a inflação marque 3,88%.
Boletim Focus: Projeção para a inflação em 2025 chega a 5%
As expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 subiram ligeiramente de 4,99% para 5,00%.
Etiópia relança bolsa de valores após 50 anos para atrair capital estrangeiro
Colega do Brasil no Brics desde 2024, a nação africana inaugurou no último dia 10 de janeiro a Ethiopian Securities Exchange
Carta de desculpas do Banco Central: Por que a inflação estourou o teto da meta?
Disparada do dólar contra o real e economia brasileira aquecida explicam maior parte da alta do IPCA em 2024
PIB e IBC-Br marcam a semana, veja agenda completa
Também será divulgado o IBC-Br de setembro.
Quais são as cidades com as maiores economias do Brasil?
Curitiba e Porto Alegre, por exemplo, caíram uma posição no ranking.
XP projeta inflação brasileira acima de 6% em 2025; veja o motivo
O principal motor dessa alta seria o câmbio depreciado, que impacta desde bens industrializados até alimentos.
Agenda da semana: Copom, inflação global e juros na Europa entram no radar
No cenário doméstico, todas as atenções estão voltadas para o Copom, que divulgará sua decisão sobre a taxa Selic na quarta-feira (11).
Projeção para inflação em 2024 chega a 4,71%; previsões para 2025 disparam
Para 2024, a taxa básica de juros foi mantida em 11,75% pela nona semana consecutiva.