O que se sabe sobre o acidente aéreo que matou 62 pessoas em SP
Cenipa está avaliando as caixas-pretas do voo
Na sexta-feira (9), um avião da Voespass caiu na cidade de Vinhedo, em SP, quando fazia um percurso entre Cascavel (PR) e Guarulhos. Segundo informações do governo paulista, os 58 passageiros e 4 tripulantes morreram no mundo do acidente.
Até o momento, o que se sabe é que o ATR-72 despencou de uma altura de 4 mil metros em apenas um minuto. Especialistas indicam que tenha ocorrido o mesmo fenômeno que derrubou o avião da Air France, que completou 15 anos no último mês de junho.
De acordo com as imagens disponíveis na internet, o avião caiu em um movimento chamado “parafuso chato”. Com isso, a principal suspeita é que tenha ocorrido formação de gelo nas asas da aeronave, tendo a companhia aérea já admitido que o modelo é sensível a isso.
Leia mais: Voepass confirma mortes e divulga lista dos 57 passageiros; veja os nomes
A real causa só vai ser confirmada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Força Aérea Brasileira, depois que analisar as caixas-pretas da aeronave. Os equipamentos já foram resgatados pela equipe e foi enviado à Brasília na manhã deste sábado (10).
No último boletim da Voepass, a empresa disse que a prioridade neste momento tem sido assistir às famílias das vítimas. A companhia afirmou que está cadastrando os familiares para dar continuidade aos procedimentos que serão necessários neste momento.
“Neste momento de profunda dor, a equipe da VOEPASS Linhas Aéreas segue direcionando seus esforços para apoiar de forma irrestrita todas as famílias das vítimas, para prover não só estrutura operacional, mas também conforto e solidariedade, além de contribuir com as investigações das autoridades competentes”, diz a companhia aérea.
Segurança do voo
O acidente aéreo acontece no momento mais seguro da aviação comercial no Brasil e no mundo. Segundo levantamento do MIT (Massachusetts Institute of Technology), o risco de ocorrer um acidente aéreo no mundo hoje é de 1 em 13,7 milhões.
Se comparado há dez anos, a segurança a bordo evoluiu de forma exponencial. O mesmo cálculo diz que, entre 2008 e 2013, o risco de acidente era de 1 em 7,9 milhões.
"Há quem pense que existe um nível de risco irredutível, que é impossível ficar abaixo de um limite mínimo. Mas a chance de morrer durante uma viagem aérea continua caindo cerca de 7% anualmente, e continua a cair pela metade a cada década", afirmou Arnold Barnett, em artigo publicado pela universidade.
Para produção deste relatório, os cientistas dividiram o mundo em três grupos, com diferentes tipos de segurança. O Brasil ficou no segundo grupo, junto de países como Chile, Índia, México e África do Sul, em que o risco de morte em um acidente é ainda menor, de 1 em 80 milhões.
O primeiro grupo é formado por alguns dos países mais desenvolvidos do mundo, como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, com uma segurança ainda maior. A média global, no entanto, é mais baixo por causa do terceiro grupo, composto por todos os outros países da América do Sul, por exemplo.
"Os países restantes continuam a melhorar em algo como um fator de dois [reduzindo os riscos pela metade], mas ainda estão atrás dos dois primeiros grupos", destacou Barnett no documento publicado pelo MIT.
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