O que ninguém te conta sobre o Tesouro Direto pagar mais no curto prazo do que no longo?
Entenda quais são as razões pelas quais a renda fixa do governo negocia com a chamada curva de taxas invertidas.

Nem sempre a renda fixa que trava o seu dinheiro por mais tempo até o vencimento oferece o maior juro composto ao investidor, e tem exemplo disso bem na cara dos investidores dando sopa no Tesouro Direito ao longo de 2025.
Seja pelo elevado risco fiscal no Brasil, patamar recorde da taxa Selic a 15% ao ano, emissões recordes de debêntures incentivadas ou talvez a influência de todos esses fatores fazem com que os títulos públicos de curto prazo sigam pagando taxas de rentabilidade acima dos vencimentos de longo prazo, fenômeno conhecido como curva de juros invertida.
Para exemplificar, nesta segunda-feira (30), o Tesouro IPCA+ 2029 pagava remuneração de IPCA+ 7,50% ao ano, ao passo que o Tesouro IPCA+ 2050 ao ano oferecia IPCA+ 6,78% ao ano.
Outro fator curioso é que os rendimentos do Tesouro IPCA+ 2029 estão em curva ascendente, já desde a mínima em 2025, a IPCA+ 7,24% ao ano, registrada no dia 19 de maio, os juros compostos do título indexado à inflação de curto prazo vêm subindo.
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De olho nas taxas da renda fixa
Em contrapartida, as taxas do Tesouro IPCA+ 2050 encontram-se hoje em sua mínima histórica, tendência que se intensificou desde o dia 11 de junho, quando o mercado já precifica mais uma alta da taxa Selic para 15% ao ano. Ao mesmo tempo se intensifica o registro de lucro com marcação a mercado, à medida que as taxas caem o preõ unitário dos títulos sobem.
O analista Rafael Passo da Ajax Asset relembra que o governo atual busca novas fontes de receita para compensar a perda de arrecadação com a derrubada do decreto, o que não só eleva o risco fiscal que torna os títulos públicos de curto prazo mais atrativos, como mantêm as apostas da Selic mais alta por mais tempo.
Fora que o crescimento das ofertas de debêntures incentivadas em 39% neste ano até maio, com investidores emprestando diretamente R$ 8,9 bilhões para empresas, conforme dados mais recentes da Anbima, só reforça mais uma linha de competição para a renda fixa do governo na ponta mais curta e intermediária dos vencimentos, já que a maioria das debêntures emitidas neste ciclo têm prazos que variam entre três e dez anos.
Acompanhe a seguir os preços e as rentabilidades dos títulos públicos no Tesouro Direto na tarde do dia 30 de junho de 2025:
Títulos pré-fixados
- Tesouro Prefixado 2028 = Aporte mínimo de R$ 7,32 (Rentabilidade: 13,23% ao ano)
- Tesouro Prefixado 2032 = Aporte mínimo de R$ 4,43 (Rentabilidade: 13,38% ao ano)
Títulos pós-fixados
- Tesouro Selic 2028 = Aporte mínimo de R$ 168,21 (Rentabilidade: Selic + 0,0526% ao ano)
- Tesouro Selic 2031 = Aporte mínimo de R$ 167,44 (Rentabilidade: Selic + 0,1057% ao ano)
Títulos indexados à Inflação
- Tesouro IPCA+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 34,24 (Rentabilidade: IPCA + 7,50% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 16,57 (Rentabilidade: IPCA + 6,90% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 8,78 (Rentabilidade: IPCA + 6,78% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 42,02 (Rentabilidade: IPCA + 7,19% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,89 (Rentabilidade: IPCA + 7,03% ao ano)
- Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais) = Aporte mínimo de R$ 40,86 (Rentabilidade: IPCA + 6,96% ao ano)
Títulos para aposentadoria extra
- Tesouro Renda+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 18,36 (Rentabilidade: IPCA + 7,00% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 13,35 (Rentabilidade: IPCA + 6,89% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 9,69 (Rentabilidade: IPCA + 6,84% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2045 = Aporte mínimo de R$ 7,01 (Rentabilidade: IPCA + 6,82% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2050 = Aporte mínimo de R$ 5,05 (Rentabilidade: IPCA + 6,82% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2055 = Aporte mínimo de R$ 3,61 (Rentabilidade: IPCA + 6,84% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2060 = Aporte mínimo de R$ 2,55 (Rentabilidade: IPCA + 6,86% ao ano)
- Tesouro Renda+ 2065 = Aporte mínimo de R$ 1,85 (Rentabilidade: IPCA + 6,86% ao ano)
Títulos para custear estudos
- Tesouro Educa+ 2026 = Aporte mínimo de R$ 36,13 (Rentabilidade: IPCA + 7,89% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2027 = Aporte mínimo de R$ 33,79 (Rentabilidade: IPCA + 7,64% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2028 = Aporte mínimo de R$ 31,63 (Rentabilidade: IPCA + 7,46% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2029 = Aporte mínimo de R$ 29,62 (Rentabilidade: IPCA + 7,35% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2030 = Aporte mínimo de R$ 27,70 (Rentabilidade: IPCA + 7,27% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2031 = Aporte mínimo de R$ 25,94 (Rentabilidade: IPCA + 7,21% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2032 = Aporte mínimo de R$ 24,30 (Rentabilidade: IPCA + 7,14% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2033 = Aporte mínimo de R$ 22,80 (Rentabilidade: IPCA + 7,08% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2034 = Aporte mínimo de R$ 21,37 (Rentabilidade: IPCA + 7,03% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2035 = Aporte mínimo de R$ 20,05 (Rentabilidade: IPCA + 6,99% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2036 = Aporte mínimo de R$ 17,80 (Rentabilidade: IPCA + 6,96% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2037 = Aporte mínimo de R$ 17,61 (Rentabilidade: IPCA + 6,93% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2038 = Aporte mínimo de R$ 16,48 (Rentabilidade: IPCA + 6,92% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2039 = Aporte mínimo de R$ 15,42 (Rentabilidade: IPCA + 6,91% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2040 = Aporte mínimo de R$ 14,41 (Rentabilidade: IPCA + 6,91% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2041 = Aporte mínimo de R$ 13,45 (Rentabilidade: IPCA + 6,91% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2042 = Aporte mínimo de R$ 12,57 (Rentabilidade: IPCA + 6,91% ao ano)
- Tesouro Educa+ 2043 = Aporte mínimo de R$ 11,77 (Rentabilidade: IPCA + 6,92% ao ano)

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