O que esperar da Black Friday diante da alta dos juros e do dólar?
Para analistas, consumidores e empresas podem ser mais cautelosos, mas resultado ainda deve ser positivo para o varejo.
A Black Friday já se tornou uma das principais datas do varejo brasileiro. Por isso, o setor espera movimentar mais de R$ 5,2 bilhões nesta sexta-feira (29). Mas alerta: é possível que empresas e consumidores ajam com cautela devido à alta dos juros e do dólar.
💰 A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) projeta um faturamento de R$ 5,22 bilhões para a Black Friday de 2024. A cifra, no entanto, representa um crescimento real de apenas 0,4% em relação ao ano passado.
"Em que pese o fato de que o mercado de trabalho continua apresentando bons indicadores, outros condicionamentos do consumo apresentaram um desempenho menos favorável, especialmente a partir da segunda metade do ano", explicou o economista da CNC, Fábio Bentes.
Entre esses desafios, ele cita o aumento dos juros, da taxa da inadimplência e do dólar. Afinal, os juros e a inadimplência tendem a limitar o apetite dos consumidores, sobretudo em relação a bens de maior valor agregado. Já o dólar alto encarece os produtos importados.
Consumidores miram roupas; celulares vêm em 4º lugar
🛍️ Diante desse cenário, o analista da Ativa Investimentos, Lucas Barbosa, também acredita que a população pode "ser mais cautelosa nas compras da Black Friday e isso pode pressionar as empresas".
Não à toa, cinco das dez marcas que mais engajaram os consumidores brasileiros nas redes sociais são especializadas em vestuário e perfumaria, ou seja, produtos de menor valor.
Veja aqui as 10 marcas mais citadas nas redes no pré-Black Friday
Pesquisa do Instituto Locomotiva e da QuestionPro reforça que as roupas são os itens mais desejados nesta Black Friday, enquanto os celulares e smartphones estão na quarta posição. Veja os produtos que os brasileiros planejam comprar nesta Black Friday:
- Roupas: 72%;
- Calçados: 66%;
- Produtos de beleza e perfumaria: 65%;
- Celulares e smartphones: 51%;
- Decoração e artigos para casa: 50%;
- Eletrônicos: 49%;
- Eletrodomésticos: 46%;
- Artigos infantis: 45%;
- Móveis: 43%;
- Livros: 42%;
- Artigos de pet shop: 40%.
Ainda assim, a CNC espera que o faturamento do segmento de móveis e eletrodomésticos alcance R$ 1,23 bilhão, e o de utilidades domésticas e eletroeletrônicos chegue a R$ 1,18 bilhão, superando o de vestuário, calçados e acessórios (R$ 1 bilhão).
Empresas podem moderar nas ofertas
📊 No entanto, analistas dizem que as empresas também podem agir com cautela diante desse cenário, moderando, por exemplo, nas ofertas.
"O custo de componentes importados, com o dólar nesses patamares, vai se elevar naturalmente. Então, não é a qualquer preço que as coisas vão ser vendidas, porque, apesar de ter um grande volume de vendas, alguma margem precisa ser mantida", alertou o head de renda variável da Faz Capital, Alexandre Pletes.
"As empresas terão um dilema entre oferecer cupons de desconto e ganhar no volume e perder na margem ou segurar um maior número de descontos e tentar manter uma margem mais equalizada", endossou Lucas Barbosa.
Em relatório, a XP reforçou que as empresas devem adotar "estratégias promocionais racionais, o que pode limitar descontos mais atrativos, especialmente em produtos duráveis".
"Como resultado, acreditamos que categorias discricionárias de ticket mais baixo (por exemplo, vestuário e beleza) podem ser favorecidas, especialmente em um ambiente de altas taxas de juros", afirmou.
Além disso, as empresas brasileiras vão enfrentar a concorrência com empresas estrangeiras de ecommerce, sobretudo as asiáticas, como Shopee e Shein, nesta Black Friday.
Ainda assim, a XP espera "um desempenho relativamente sólido para a Black Friday" e lembra que companhias como Magazine Luiza (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3), Mercado Livre (MELI3) e Amazon (AMZO34) "estão se preparando para a Black Friday com estratégias além de descontos", como cupons, frete grátis e crédito.
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