JBS (JBSS3): listagem nos EUA pode atrasar novamente e ações caem

Em relatório feito pelo Bradesco BBI, o adiamento da listagem poderia gerar uma desvalorização de 10% para a empresa

Publicado em 22/02/2024 às 16:48h - Atualizado 7 meses atrás Publicado em 22/02/2024 às 16:48h Atualizado 7 meses atrás por Elanny Vlaxio

As ações da JBS (JBSS3) registraram queda nesta quinta-feira (22) após comunicado de que a listagem da companhia nos Estados Unidos pode ser atrasada novamente. Por volta das 17h, as ações ordinárias da empresa caiam 1,80%, e eram cotadas a R$ 21,78.

A empresa anunciou a intenção de realizar uma dupla listagem no meio de 2023, mas, até agora, o resultado não saiu. De acordo com as últimas informações, a JBS estaria apresentando o negócio para possíveis compradores das ações listadas dos Estados Unidos.

📰 Segundo disse o CFO da companhia, Guilherme Cavalcanti, à "Bloomberg", seria improvável que a JBS tivesse tempo para conseguir a aprovação da proposta pelos acionistas. Caso a dupla listagem se concretize, a JBS planeja investir R$ 12 bilhões adicionais no Brasil até 2026.

Cavalcanti acrescentou que a empresa não estaria com pressa para captar o capital, já que o adiamento possibilitaria que a companhia mostrasse melhores resultados trimestrais aos acionistas e, consequentemente, aumente o preço das ações.

Expectativas para 2024

Em relatório feito em dezembro, o Bradesco BBI menciona que gestores, em média, estavam dispostos a esperar cerca de quatro meses (março de 2024) para que a JBS convocasse a assembleia de acionistas para votar a listagem dos EUA. Já com o adiamento, o potencial de desvalorização poderia ser de 10%.

“No entanto, uma correção de 5% no preço das ações da JBS desde a divulgação do nosso relatório sugere que cerca de 50% desse potencial de desvalorização já foi precificado, o que, portanto, deixa espaço para uma queda adicional de 5% a partir dos níveis atuais”, avaliou o Bradesco.

💰 Já para o balanço do quarto trimestre de 2023 da empresa, a expectativa é de resultados mistos, segundo aXP Investimentos (XPBR31). Segundo a projeção, a receita líquida pode atingir R$ 93,3 bilhões, uma alta anualizada de 1%, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos e depreciação) ajustado para R$ 5,3 bilhões.

Para a XP, o destaque negativo deve ficar com a margem Ebtida da carne bovina nos EUA, em 0,5%, conforme a previsão. Em 2022, a receita líquida da empresa, no mesmo período, ficou em R$ 97,865 bilhões, uma queda de 4,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.