Jair Bolsonaro é alvo de operação da PF e terá que usar tornozeleira eletrônica

As ações fazem parte de medidas restritivas determinadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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Publicado em 18/07/2025 às 07:36h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 18/07/2025 às 07:36h Atualizado 3 minutos atrás por Elanny Vlaxio
O ex-presidente utilizará tornozeleira eletrônica (Imagem: Shutterstock)
O ex-presidente utilizará tornozeleira eletrônica (Imagem: Shutterstock)

A PF (Polícia Federal) cumpre, na manhã desta sexta-feira (18), mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

🚨A operação atende a uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e inclui medidas restritivas como o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro e a proibição de acesso às redes sociais.

O ex-presidente também terá de respeitar o recolhimento domiciliar das 19h às 7h, além de estar proibido de manter contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros investigados ou réus no STF, bem como de frequentar embaixadas, segundo informações do "G1".

Financiamento nos EUA

Na operação, foram encontrados na residência do ex-presidente cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie.

Além disso, segundo relato de um investigador, ao G1, Bolsonaro reconheceu publicamente ter destinado R$ 2 milhões para financiar a iniciativa que seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), está conduzindo nos Estados Unidos com foco em medidas envolvendo o Brasil e ministros do STF.

A operação, acontece, inclusive, em meio a uma série de declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), que vem se posicionando contra o julgamento de Bolsonaro no Brasil, classificando-o como "caças às bruxas".

Em carta divulgada na véspera, Trump disse que o julgamento de Bolsonaro "deveria ser encerrado imediatamente". Ele disse estar preocupado com os "ataques à liberdade de expressão" nos EUA e no Brasil e, pediu, ainda, que o governo Lula "pare de atacar oponentes políticos e acabe com seu ridículo regime de censura".

Veja aqui o que diz a decisão de Moraes que autorizou a operação contra Bolsonaro

O que diz a defesa de Bolsonaro

A defesa do ex-presidente declarou, em comunicado, que recebeu com "surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas."

"A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial."

Já Bolsonaro classificou o episódio como uma "suprema humilhação. Veja aqui o que disse o ex-presidente depois de receber a tornozeleira eletrônica.

Denúncia da PGR

Na última segunda-feira (14), a PGR (Procuradoria Geral da República) pediu a condenação do ex-presidente e outras 7 pessoas. Segundo o pedido, Bolsonaro “figura como líder da organização criminosa [..], por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”.

⚠️Ainda de acordo com a denúncia, o ex-presidente “instrumentalizou o cargo com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder nas eleições de 2022 e minar o livre exercício dos demais poderes constitucionais, especialmente do Poder Judiciário”. Caso seja julgado culpado pelos crimes, a pena de Bolsonaro pode passar de 40 anos.

Os crimes atribuídos a Bolsonaro são:

  • Organização criminosa armada (Lei 12.850/2013);
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal);
  • Tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do CP);
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União (art. 163, parágrafo único, do CP);
  • Deterioração de patrimônio tombado (Lei 9.605/1998).

Veja também os outros réus no processo

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República);
  • Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.