Ibovespa fecha semana em alta após atingir patamar recorde; BBAS3 dispara

Nesta sexta-feira (5), o índice avançou 1,2%, fechando aos 142.691,02 pontos, após alcançar a máxima de 143.408,64 durante o pregão.

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Publicado em 05/09/2025 às 17:55h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 05/09/2025 às 17:55h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
No acumulado semanal, a bolsa brasileira registrou ganho de 0,9%  (Imagem: Shutterstock)
No acumulado semanal, a bolsa brasileira registrou ganho de 0,9% (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa (IBOV) encerrou a primeira semana de setembro em alta, sustentado por expectativas crescentes de cortes de juros nos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira (5), o índice avançou 1,2%, fechando aos 142.691,02 pontos, após alcançar a máxima de 143.408,64 durante o pregão.

No acumulado semanal, a bolsa brasileira registrou ganho de 0,9%, acompanhando o otimismo global gerado pelo enfraquecimento dos dados do mercado de trabalho norte-americano.

No câmbio, o dólar registrou a terceira sessão consecutiva de queda, refletindo a perspectiva de corte de juros nos EUA e maior fluxo para emergentes.

A moeda americana caiu 0,63%, encerrando o dia a R$ 5,41, acumulando queda de 1,13% nos últimos três pregões.

Na semana, a variação foi modesta, de –0,15%, mas suficiente para manter o real como uma das moedas de melhor desempenho no ano. Em 2025, o dólar acumula desvalorização de 12,38% frente à moeda brasileira.

Payroll abaixo do esperado reforça apostas de corte no Fed

O relatório de emprego (payroll) dos EUA mostrou criação de apenas 22 mil vagas em agosto, número muito inferior à mediana das projeções, que apontava para 76 mil novos postos.

Em julho, o dado revisado havia mostrado 79 mil vagas. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, em linha com as expectativas.

Para analistas, o dado evidencia uma desaceleração consistente da economia americana, aumentando a probabilidade de que o Federal Reserve (Fed) inicie cortes de juros já na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

Segundo André Valério, economista sênior do Inter, os números abrem espaço até mesmo para um corte mais agressivo, de 50 pontos-base. Caso o Fed opte por 25 pontos-base, é provável que sinalize cortes adicionais até o fim do ano.

“A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto, marcada para a próxima quinta-feira (11), será fundamental para calibrar a intensidade do movimento”, destacou.

Se a inflação vier contida, o mercado pode retomar a expectativa de três cortes até dezembro, reacendendo o apetite por ativos de risco em economias emergentes, como o Brasil.

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Destaques da bolsa: quem subiu e quem caiu

O pregão desta sexta-feira foi marcado por desempenhos contrastantes entre setores e empresas listadas no Ibovespa.

Entre os papéis do Ibovespa, a Ultrapar (UGPA3) foi um dos principais destaques positivos do pregão.

As ações avançaram cerca de 6% após a publicação da Medida Provisória que institui o programa “Gás para o Povo”, iniciativa voltada à ampliação do acesso ao GLP (gás de cozinha).

O Itaú BBA avaliou que a medida contribui para reduzir o risco regulatório percebido na Ultragaz, subsidiária do grupo, fortalecendo a tese de investimento na companhia e trazendo alívio a investidores que acompanhavam com cautela o setor.

Já a Petrobras (PETR4) esteve entre as maiores quedas do índice, com recuo próximo a 2%.

O desempenho negativo refletiu a queda do petróleo no mercado internacional, que voltou a ser pressionado pelo temor de desaceleração global e pela leitura de que a demanda por commodities energéticas pode enfraquecer nos próximos meses.

O comportamento dos bancos e do setor de consumo interno foi marcado por oscilações moderadas, em compasso de espera diante das movimentações externas.

As ações consideradas defensivas perderam espaço no pregão, já que investidores voltaram a privilegiar ativos de maior risco, beneficiados pelo cenário global de expectativa de corte de juros nos Estados Unidos.

Rendimento dos Treasuries em queda

O payroll fraco também pressionou os rendimentos dos Treasuries, títulos do governo americano que servem como referência global para juros. O papel de dois anos, mais sensível às apostas para a política monetária de curto prazo, recuava 10 pontos-base, a 3,489% às 9h55.

Esse movimento reforça a leitura de que o caminho está aberto para o Fed iniciar o ciclo de flexibilização monetária, o que tende a aliviar o custo de capital global e beneficiar ativos de risco em países emergentes.

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O que isso significa para os investidores

O cenário atual abre espaço para um ambiente mais favorável ao Brasil nos próximos meses. Alguns pontos de destaque para o investidor:

  • Ações ligadas ao consumo: beneficiadas por juros globais mais baixos e maior fluxo de capital estrangeiro para a B3.
  • Exportadoras: podem sofrer alguma pressão caso o dólar siga em queda, reduzindo receitas em reais.
  • Setor energético: acompanha diretamente a volatilidade das commodities, em especial petróleo e gás.
  • Bancos: tendem a se beneficiar do maior apetite por risco e liquidez internacional, mas precisam monitorar a inadimplência no crédito doméstico.

BC e segurança financeira

No Brasil, parte das atenções se voltou também para a entrevista coletiva do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que anunciou medidas para reforçar a segurança do Sistema Financeiro Nacional.

📈 Entre elas, está a criação de um teto para transferências via Pix e TED, medida que busca coibir crimes cibernéticos e fraudes bancárias.

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 21,14

Variação (12M)

-24,19 % Logo Banco do Brasil

Margem Líquida

5,48 %

DY

8.98%

P/L

7,64

P/VP

0.67