Ibovespa cai com Petrobras (PETR4), mas bancos evitam estrago maior na Bolsa

O destaque negativo do pregão foi Petrobras (PETR4), que caiu 1,44% acompanhando o recuo do petróleo no mercado internacional.

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Publicado em 09/10/2025 às 17:58h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 09/10/2025 às 17:58h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
O dólar comercial também encerrou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,375 (Imagem: Shutterstock)
O dólar comercial também encerrou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,375 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (9) em leve queda de 0,31%, aos 141.708 pontos, pressionado pelo recuo de Petrobras (PETR4) e pelo clima negativo no exterior.

Apesar das perdas, o desempenho dos grandes bancos evitou uma queda mais acentuada do principal índice da Bolsa brasileira.

O dólar comercial também encerrou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,375, em meio à combinação de ruído fiscal doméstico e cautela no cenário internacional.

Paz em Gaza, tensão no Brasil

A notícia que dominou as manchetes globais — o anúncio do fim da guerra entre Israel e Hamas — trouxe um raro alívio político internacional, mas passou em branco para os mercados.

A trégua histórica na Faixa de Gaza não foi suficiente para empolgar investidores locais, que seguem preocupados com a guerra fiscal em Brasília.

No Brasil, o campo de batalha é outro: as contas públicas. A Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que substituía a alta do IOF por um aumento de outros tributos.

Com isso, a MP deve caducar automaticamente, deixando um rombo estimado em R$ 42,3 bilhões até 2026 nas projeções da equipe econômica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação. “Ontem foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste País, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, disse Lula.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta costurar alternativas para recompor a arrecadação.

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IPCA traz algum alívio

Em meio às derrotas fiscais, o governo teve um pequeno trunfo no campo econômico. O IPCA mais benigno divulgado nesta quarta-feira trouxe certo alívio ao mercado.

Segundo Norberto Alves, gestor de renda fixa da Reach Capital, o dado “coloca panos quentes” sobre o temor de aceleração dos núcleos de inflação.

“O IPCA vinha em tendência de queda, e este dado ajuda a reduzir a preocupação com pressões persistentes”, afirmou.

Apesar da inflação controlada, o Banco Central segue firme no discurso de vigilância. O diretor de Política Monetária, Nilton José David, afirmou que a instituição não hesitará em subir novamente a Selic, se necessário.

Por ora, o BC reforça que a taxa básica deve permanecer em 15% por um período prolongado, buscando consolidar o processo de desinflação.

Relação com os EUA e o cenário internacional

Em outra frente, o governo tenta fortalecer o diálogo com os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e ambos prometeram se encontrar em breve.

Em Nova York, as bolsas encerraram o dia mistas após discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que evitou comentar política monetária. A ausência de sinalizações concretas deixou investidores “a ver navios”, nas palavras de operadores.

Ainda assim, S&P 500 e Nasdaq seguem perto de máximas históricas, enquanto, na Europa, Ferrari e HSBC puxaram o Stoxx 600 para baixo. Na França, o cenário político continua turbulento, aumentando a aversão ao risco.

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Petrobras pesa, mas bancos salvam o índice

O destaque negativo do pregão foi Petrobras (PETR4), que caiu 1,44% acompanhando o recuo do petróleo no mercado internacional.

As juniores de óleo e gás seguiram o mesmo caminho. A Brava (BRAV3) despencou 5,09% após paralisar operações na região de Potiguar. Segundo a XP, o impacto potencial no fluxo de caixa da companhia pode chegar a US$ 8 milhões por mês.

Já a Vale (VALE3) tentou sustentar o índice com o avanço do minério de ferro, mas virou para queda no final, encerrando o dia com recuo de 0,15%.

Os grandes bancos, por sua vez, atuaram como escudo do Ibovespa.

  1. Bradesco (BBDC4) subiu 0,53%,
  2. Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,33%,
  3. Santander (SANB11) ganhou 1,32%,
  4. e apenas o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em leve baixa de 0,16%.

Entre as blue chips, B3 (B3SA3) registrou alta de 1,03%, liderando o volume de negociações, enquanto WEG (WEGE3) disparou 4,79% após anunciar novos planos de investimento em parceria com a Light (LIGT3).

Do lado oposto, CSN (CSNA3) recuou 0,47% após alerta de bancos sobre possíveis prejuízos e ausência de dividendos nos próximos anos. A Tenda (TEND3) também caiu 4,51%, com expectativa de um terceiro trimestre fraco.

📊 Já a Ambipar (AMBP3) chegou a subir 5,88%, mas a alta não muda seu destino. A companhia será excluída de todos os índices da B3, em meio à crise e risco de insolvência.

PETR4

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