Ibovespa cai com Petrobras (PETR4), mas bancos evitam estrago maior na Bolsa
O destaque negativo do pregão foi Petrobras (PETR4), que caiu 1,44% acompanhando o recuo do petróleo no mercado internacional.

🚨 O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (9) em leve queda de 0,31%, aos 141.708 pontos, pressionado pelo recuo de Petrobras (PETR4) e pelo clima negativo no exterior.
Apesar das perdas, o desempenho dos grandes bancos evitou uma queda mais acentuada do principal índice da Bolsa brasileira.
O dólar comercial também encerrou o dia em alta de 0,58%, cotado a R$ 5,375, em meio à combinação de ruído fiscal doméstico e cautela no cenário internacional.
Paz em Gaza, tensão no Brasil
A notícia que dominou as manchetes globais — o anúncio do fim da guerra entre Israel e Hamas — trouxe um raro alívio político internacional, mas passou em branco para os mercados.
A trégua histórica na Faixa de Gaza não foi suficiente para empolgar investidores locais, que seguem preocupados com a guerra fiscal em Brasília.
No Brasil, o campo de batalha é outro: as contas públicas. A Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, que substituía a alta do IOF por um aumento de outros tributos.
Com isso, a MP deve caducar automaticamente, deixando um rombo estimado em R$ 42,3 bilhões até 2026 nas projeções da equipe econômica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação. “Ontem foi triste porque uma parte do Congresso Nacional votou contra a taxação que a gente queria fazer dos bilionários deste País, daqueles que ganham muito e pagam pouco”, disse Lula.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta costurar alternativas para recompor a arrecadação.
➡️ Leia mais: Taesa (TAEE11): Maior gestora do mundo compra ações e eleva posição
IPCA traz algum alívio
Em meio às derrotas fiscais, o governo teve um pequeno trunfo no campo econômico. O IPCA mais benigno divulgado nesta quarta-feira trouxe certo alívio ao mercado.
Segundo Norberto Alves, gestor de renda fixa da Reach Capital, o dado “coloca panos quentes” sobre o temor de aceleração dos núcleos de inflação.
“O IPCA vinha em tendência de queda, e este dado ajuda a reduzir a preocupação com pressões persistentes”, afirmou.
Apesar da inflação controlada, o Banco Central segue firme no discurso de vigilância. O diretor de Política Monetária, Nilton José David, afirmou que a instituição não hesitará em subir novamente a Selic, se necessário.
Por ora, o BC reforça que a taxa básica deve permanecer em 15% por um período prolongado, buscando consolidar o processo de desinflação.
Relação com os EUA e o cenário internacional
Em outra frente, o governo tenta fortalecer o diálogo com os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou por telefone com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e ambos prometeram se encontrar em breve.
Em Nova York, as bolsas encerraram o dia mistas após discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que evitou comentar política monetária. A ausência de sinalizações concretas deixou investidores “a ver navios”, nas palavras de operadores.
Ainda assim, S&P 500 e Nasdaq seguem perto de máximas históricas, enquanto, na Europa, Ferrari e HSBC puxaram o Stoxx 600 para baixo. Na França, o cenário político continua turbulento, aumentando a aversão ao risco.
➡️ Leia mais: Pix por foto? Banco do Brasil (BBAS3) lança pagamento com inteligência artificial
Petrobras pesa, mas bancos salvam o índice
O destaque negativo do pregão foi Petrobras (PETR4), que caiu 1,44% acompanhando o recuo do petróleo no mercado internacional.
As juniores de óleo e gás seguiram o mesmo caminho. A Brava (BRAV3) despencou 5,09% após paralisar operações na região de Potiguar. Segundo a XP, o impacto potencial no fluxo de caixa da companhia pode chegar a US$ 8 milhões por mês.
Já a Vale (VALE3) tentou sustentar o índice com o avanço do minério de ferro, mas virou para queda no final, encerrando o dia com recuo de 0,15%.
Os grandes bancos, por sua vez, atuaram como escudo do Ibovespa.
- Bradesco (BBDC4) subiu 0,53%,
- Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,33%,
- Santander (SANB11) ganhou 1,32%,
- e apenas o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em leve baixa de 0,16%.
Entre as blue chips, B3 (B3SA3) registrou alta de 1,03%, liderando o volume de negociações, enquanto WEG (WEGE3) disparou 4,79% após anunciar novos planos de investimento em parceria com a Light (LIGT3).
Do lado oposto, CSN (CSNA3) recuou 0,47% após alerta de bancos sobre possíveis prejuízos e ausência de dividendos nos próximos anos. A Tenda (TEND3) também caiu 4,51%, com expectativa de um terceiro trimestre fraco.
📊 Já a Ambipar (AMBP3) chegou a subir 5,88%, mas a alta não muda seu destino. A companhia será excluída de todos os índices da B3, em meio à crise e risco de insolvência.

PETR4
PetrobrásR$ 30,21
-7,96 %
15,69 %
17.12%
5,03
0.98

Petrobras (PETR4) vai produzir 5 mil toneladas de fertilizantes por dia já em 2026
Com isso, estatal pretende atender 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados.

Petrobras (PETR4): Exploração da Foz do Amazonas enfrenta mais um desafio
O MPF quer que o Ibama não conceda a licença de exploração até que a Petrobras faça um novo simulado na área.

Com Lula, Petrobras (PETR4) vai anunciar mais de R$ 2,6 bi em investimentos na Bahia
Estatal vai reativar fábrica de fertilizantes e encomendar seis navios a estaleiro baiano.

Petrobras (PETR4): Quando empresa irá divulgar o balanço do 3T25?
A companhia também informou que fará um webcast no dia 7 de novembro, às 11h30.

Petrobras (PETR4) realiza primeira importação de gás natural da Argentina
A empresa poderá importar até 2 milhões de metros cúbicos de gás, de forma interrompida.

Mota Engil fecha contrato de R$ 4,4 bi com Petrobras (PETR4)
A Petrobras também prorrogou por cinco meses um contrato já existente com a ECB.

Petrobras (PETR4) inicia contratação para nova plataforma no campo de Búzios
O FPSO contará com capacidade de produção diária de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás.

Petrobras (PETR4) e Amazon (AMZO34) fazem parceria em combustíveis sustentáveis
Companhias vão estudar soluções para a adoção de combustíveis limpos no setor de logística.