Haddad adia anúncio de medidas e sinaliza ajustes no IOF após aval do Congresso
O anúncio oficial, que era esperado para as “próximas horas”, foi adiado e deverá ocorrer apenas no próximo domingo (8).

🚨 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (3) que existe margem para calibrar o decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) — mas essa revisão dependerá da aprovação de medidas fiscais estruturais que o governo pretende apresentar em breve.
O anúncio oficial, que era esperado para as “próximas horas”, foi adiado e deverá ocorrer apenas após reunião com líderes partidários no próximo domingo (8).
Em entrevista à imprensa, Haddad frisou a necessidade de alinhamento político para garantir o apoio às medidas no Congresso Nacional, ressaltando que a estratégia é detalhar as propostas previamente aos parlamentares para evitar surpresas e resistências.
“Estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos dos votos do Congresso Nacional, que precisa estar convencido de que esse é o caminho mais consistente do ponto de vista macroeconômico”, afirmou o ministro, sem antecipar o conteúdo das medidas.
IOF em discussão
O decreto publicado no final de maio elevou o IOF sobre operações de crédito, cambiais e de previdência privada, com o objetivo de gerar receitas adicionais e ajudar a equilibrar as contas públicas.
A iniciativa, no entanto, encontrou forte resistência política e social, levando a equipe econômica a sinalizar uma possível revisão.
Haddad indicou que, caso haja acordo e aprovação das novas medidas estruturantes, poderá haver uma “calibragem” do decreto do IOF. Ou seja, uma flexibilização ou redução das alíquotas recém-anunciadas.
“O acordo é apresentar as medidas e, em caso de aprovação, de reconhecimento da justiça das medidas, que me parecem ser inequívocas do ponto de vista da justiça, eu tenho espaço para uma calibragem”, reforçou o ministro.
Ainda segundo Haddad, parte das ações tem impacto já em 2025 e precisa ser definida com maior rapidez, enquanto outras medidas, que afetarão mais fortemente as contas públicas a partir de 2026, podem ser discutidas em um prazo mais estendido.
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Congresso sinaliza apoio, mas cobra agenda estruturante
Ao lado de Haddad durante a entrevista, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que há uma “sintonia” entre Executivo e Legislativo para encontrar uma solução fiscal robusta.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reforçou que não há espaço para conflito entre os poderes e que a revisão do decreto do IOF só deve ocorrer após a apresentação de uma agenda fiscal estruturante.
“Não é possível discutir uma revisão do IOF sem discutir o conjunto das medidas que sustentem as contas públicas”, pontuou Alcolumbre.
Próximos passos
O governo articula uma reunião no domingo (8) com líderes partidários para apresentar e debater o pacote fiscal. A expectativa é que o detalhamento das medidas ocorra logo após o encontro.
A depender da receptividade dos congressistas, o Ministério da Fazenda poderá reavaliar o aumento do IOF, buscando uma alternativa menos onerosa para setores impactados.
📊 Com a pressão crescente e o risco de desgaste político, Haddad aposta no diálogo para viabilizar as medidas e, ao mesmo tempo, manter o compromisso com o equilíbrio fiscal.

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