Guerra das fintechs esquenta: Mercado Pago faz aquisição estratégica e desafia rivais

Com mais de 68 milhões de clientes, empresa quer transformar base em investidores e tomar espaço dos líderes.

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Publicado em 19/09/2025 às 10:11h - Atualizado 17 horas atrás Publicado em 19/09/2025 às 10:11h Atualizado 17 horas atrás por Wesley Santana
Mercado Pago é a divisão financeira do Mercado Livre, um dos maiores e-commerces da América Latina (Imagem: Shutterstock)
Mercado Pago é a divisão financeira do Mercado Livre, um dos maiores e-commerces da América Latina (Imagem: Shutterstock)

Nesta semana, o Mercado Pago deu mais um passo para se tornar um banco digital completo. A subsidiária do Mercado Livre (MELI34) anunciou a compra da Nikos DTVM para passar a oferecer ativos mobiliários de diversos formatos. 

A empresa em questão foi criada a partir de uma necessidade do próprio MP, depois que viu sua parceria com a Órama terminar. A corretora foi comprada pelo BTG Pactual, e deixou de prestar o serviço de investment-as-a-service.

“A parceria que tínhamos com eles vinha funcionando muito bem. Depois de três anos de trabalho, vimos que a aquisição era o passo natural”, disse Ignácio Estivariz, vice-presidente de fintech do Mercado Pago, ao Brazil Journal. “Acreditamos muito na nossa oferta de banco digital”. 

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O acordo entre as duas empresas se deu no modelo de fusão, em que serão absorvidos também os funcionários da DTVM. Com isso, a expectativa é que a aquisição dê mais possibilidades para a empresa dentro do mercado de capitais. 

“Desenvolvemos uma sólida parceria comercial com a Nikos, que já nos permitiu dar passos importantes na ampliação e fortalecimento do nosso portfólio de investimentos", continuou o executivo. 

Atualmente, o Mercado Pago tem mais de 68 milhões de clientes, hoje muito focados em produtos simples, como a conta remunerada. No entanto, essa carteira tem potencial para se tornar base de investidores de outros produtos financeiros, o que dá vantagem para a companhia frente a grandes corretoras do mercado. 

O MP não divulgou qual foi o valor da operação, mas ela ainda deve ser submetida à análise dos órgãos reguladores, como o Banco Central. Transações como essa não costumam demorar para serem analisadas e quase sempre são aprovadas, dependendo dos termos do contrato. 

Esse M&A pode ser para o Mercado Pago como foi a aquisição da Easynvest pelo Nubank, em 2020. Na época, a operação representou uma virada na estratégia do banco digital na área de investimentos. 

Atualmente, o roxinho mantém uma área completa de investimento, indo desde a oferta de produtos financeiros à gestão de recursos. Nos últimos meses, o banco digital tem emitido diversos ETFs, que são fundos de índices listados em bolsas. 

Embora seja uma subsidiária do Meli, o Mercago Pago tem sua operaçãoo independente, com receita que já passa o de rivais listadas em bolsa. No ano passado, foram R$ 1,9 bilhão em lucro líquido, acima do Pagbank que registrou R$ 1,7 bi, por exemplo. 

Além de oferecer contas e cartão de crédito para pessoas físicas, a empresa tem forte atuação no mercado de adquirência, com a oferta de máquinas para cartões. 

MELI34

Mercado Livre
Cotação

R$ 107,99

Variação (12M)

13,67 % Logo Mercado Livre

Margem Líquida

8,52 %

DY

-%

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54,75

P/VP

20,88