Gerdau (GGBR4) deve reduzir investimentos no Brasil
CEO reclamou da falta de proteção à indústria nacional, diante do aumento das importações do aço chinês.

A Gerdau (GGBR4) deve reduzir os investimentos realizados no Brasil, devido ao aumento da concorrência com o aço chinês no mercado doméstico.
📉 A companhia já vinha alertando para os efeitos do aumento das importações do aço, como a redução das vendas e do preço do produto. Além disso, já demitiu mais de 1,5 mil funcionários neste ano por causa dessa situação.
Agora, CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, disse que não faz sentido aumentar a capacidade produtiva no país nesse cenário. Por isso, avisou que os investimentos devem ser cortados a partir do próximo ano.
A decisão sobre os projetos que serão reduzidos ou descontinuadas será tomada nas próximas semanas, para que o corte seja detalhado no próximo Investidor Day, em outubro.
Só neste ano, a Gerdau deve investir R$ 6 bilhões, sendo R$ 4 bilhões no Brasil. Esse valor deve ser mantido, pois a ideia da empresa é rever o plano de investimentos de 2026.
Usiminas também cortou investimentos
A Gerdau não é a primeira a rever os planos de investimento no país por causa do aumento da concorrência com o aço chinês. A Usiminas (USIM5) fez o mesmo na semana passada.
✂️ Ao apresentar os resultados do segundo trimestre, a Usiminas disse que as condições concorrenciais pioraram de forma acelerada no país nos últimos meses. Por isso, cortou a projeção de investimentos deste ano para algo em torno de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. Antes, a meta era investir de R$ 1,4 bilhão a R$ 1,6 bilhão.
No segundo trimestre, a Usiminas registrou um lucro líquido de R$ 128 milhões, revertendo o prejuízo do mesmo período de 2024. Já a Gerdau viu seu lucro líquido ajustado recuar 8,6% na base anual, para R$ 864 milhões. Ainda assim, o grupo Gerdau anunciou mais de R$ 318 milhões em dividendos.
Crítica ao governo
Em entrevista concedida a jornalistas nesta sexta-feira (1º), o CEO da Gerdau creditou o corte dos investimentos à falta de proteção à indústria nacional por parte do governo federal.
🗣️ "Por conta da ineficácia do sistema de cotas e da ineficiência das autoridades brasileiras para evitar um ambiente de concorrência desleal, tomamos a decisão de reduzir os investimentos no Brasil", declarou Werneck, segundo o "Valor Econômico".
Ele disse ainda que era "difícil entender como é que o governo federal aceita esse patamar nunca visto no Brasil de penetração de aço importado". E explicou: "Isso interfere em temas básicos, por exemplo, de arrecadação".
Segundo os cálculos da empresa, o Brasil deixará de arrecadar R$ 7 bilhões em impostos no setor só neste ano por causa do aumento das importações.
O governo brasileiro já impôs cotas de importação para alguns produtos de aço. Contudo, para Werneck, a medida não é suficiente para garantir uma competição isonômica com o aço chinês, mais barato.
EUA
A Gerdau, por outro lado, pretende continuar investindo nos Estados Unidos, sobretudo após o tarifaço de Trump.
Isso porque, diferente do que ocorre no Brasil, as vendas no mercado americano seguem em alta. E, com a decisão de Donald Trump de taxar em 50% a importação de aço, a produção local sai com vantagem.
A expectativa da Gerdau é, portanto, seguir ampliando a capacidade de produção nos Estados Unidos e adequando o portfólio à demanda local.

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