Fusão entre Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) ganha apoio do governo; veja o que muda

Se concretizada, a união criaria uma gigante do setor aéreo com cerca de 60% do mercado doméstico.

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Publicado em 28/01/2025 às 10:57h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 28/01/2025 às 10:57h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Rodrigues
A fusão também levanta preocupações sobre a concorrência (Imagem: Shutterstock)
A fusão também levanta preocupações sobre a concorrência (Imagem: Shutterstock)

🚨 A possível fusão entre a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4), duas das maiores companhias aéreas do país, ganhou o apoio declarado do governo federal, representado pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Se concretizada, a união criaria uma gigante do setor aéreo com cerca de 60% do mercado doméstico.

Essa concentração colocaria a nova empresa à frente da Latam, atualmente com 40% de participação no Brasil.

Para o governo, a medida é uma forma de evitar o colapso financeiro de ambas as companhias e garantir empregos, conectividade regional e menor custo de crédito.

“A prioridade do governo é preservar a aviação no Brasil, fortalecer o setor e, principalmente, garantir a geração de empregos e renda”, destacou o ministro Silvio Costa Filho.

O lado concorrencial da questão

Apesar das possíveis vantagens operacionais, a fusão também levanta preocupações sobre a concorrência.

Especialistas apontam que a concentração de mercado pode limitar a competição e, consequentemente, impactar os preços das passagens.

Jerome Cadier, presidente-executivo da Latam, afirmou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá impor "medidas de mitigação sérias" caso o acordo avance.

Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade, reforça a cautela: “Precisamos de mais competição, não de menos. O consumidor pode ser o maior prejudicado.”

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O que dizem as companhias?

Tanto Gol quanto Azul parecem confiantes em relação aos benefícios da fusão.

Segundo John Rodgerson, presidente-executivo da Azul, o foco é aumentar a capacidade operacional para atender à crescente demanda.

Ele acredita que uma maior oferta de voos pode ajudar a controlar os preços das passagens.

“O jeito de lidar com preço é por meio da capacidade. É preciso oferecer mais voos e atender mais regiões”, explicou Rodgerson.

O papel do Cade e do governo

O Cade já sinalizou que analisará minuciosamente as condições concorrenciais, assegurando que a operação, caso aprovada, não prejudique o consumidor.

O superintendente-geral do órgão, Alexandre Barreto de Souza, reforçou o compromisso de adotar todas as medidas necessárias para evitar impactos negativos.

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem acompanhado de perto as negociações, manifestando apoio à fusão como forma de evitar a falência de uma das empresas e preservar a oferta de voos no país.

Os desafios das companhias aéreas no Brasil

📊 A aviação na América Latina enfrenta dificuldades financeiras desde a pandemia, com muitas empresas sendo forçadas a reestruturar suas operações.

A Gol, por exemplo, está em recuperação judicial nos Estados Unidos, enquanto a Azul renegociou dívidas em troca de participação acionária.

Nesse contexto, a fusão surge como uma solução estratégica para superar os desafios econômicos do setor.

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