FII desaba 7% com remarcação de CRIs, mas gestão mantém dividendos

Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) identifica deterioração na qualidade de crédito de empreendimentos.

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Publicado em 22/09/2025 às 15:16h - Atualizado 12 horas atrás Publicado em 22/09/2025 às 15:16h Atualizado 12 horas atrás por Lucas Simões
Guidance de dividendos do FII CACR11 segue na banda entre R$ 1,30 e R$ 1,40 por cota (Imagem: Divulgação)
Guidance de dividendos do FII CACR11 segue na banda entre R$ 1,30 e R$ 1,40 por cota (Imagem: Divulgação)
As cotas do Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) despencavam -7,7% nesta segunda-feira (22), negociadas por R$ 72 cada, por volta das 15h (horário de Brasília), com o mercado reagindo à precificação de parte dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que integram esse fundo imobiliário de papel
No caso, os quatro títulos de dívida imobiliária que tiveram os seus preços remarcados são os seguintes:
  • CRI Itaparica: Passou de R$ 82,2 milhões para R$ 59,4 milhões (Peso de 18,91% na carteira do FII)
  • CRI Real Park: Passou de R$ 29,5 milhões para R$ 20,3 milhões (Peso de 6,78% na carteira do FII)
  • CRI Santo André: Passou de R$ 87,3 milhões para R$ 73,3 milhões (Peso de 20,09% na carteira do FII)
  • CRI Savoie: Passou de R$ 48,1 milhões para R$ 33,4 milhões (Peso de 11,07% na carteira do FII)
  • Total: Passou de R$ 247,3 milhões para R$ 186,6 milhões (Peso de 56,87% na carteira do FII)
Responsável por tocar o fundo imobiliário, a Cartesia Investimentos e Gestão de Recursos decidiu reavaliar o valor dos CRIs após concluir que houve uma deterioração da qualidade de crédito em tais títulos de renda fixa. Contudo, manteve a projeção de pagamentos de dividendos mensais, na banda entre R$ 1,30 e R$ 1,40 por cota.
Entre as razões que levaram a gestão do FII CACR11 tomar essa medida, destacam-se mudanças na estrutura de garantias dos CRIs e reorganizações societárias das sociedades devedoras das notas comerciais que lastreiam os títulos de dívida imobiliária mencionados.
"Contribuíram para essa conclusão as incertezas em relação à capacidade de geração de caixa dos empreendimentos imobiliários, e o entendimento de que houve redução da capacidade de pagamento das Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e fragilização das garantias das notas comerciais", informa a gestão, em comunicado. 

O que acontece com o FII CACR11?

Ao longo das últimas semanas, o FII CACR11 tem sido alvo de forte movimento especulativo com elevado volume de negociação e volatilidade no valor de mercado de sua cota, sem, contudo, que houvesse qualquer fato relevante que o justificasse.
Por tal motivo, a Cartesia Investimentos e Gestão de Recursos veio ao mercado para prestar esclarecimentos aos seus cotistas, alegando que a carteira de CRIs do FII de papel não apresenta qualquer deterioração em seus fundamentos.
"Os projetos Santo André, Itaparica e Savoie, atualmente sob a gestão do Grupo SIAN, passaram por expressivas melhorias, passando a expectativa de VGV (Valor Geral de Vendas) consolidado de R$ 476 milhões para atualmente R$ 1 bilhão, reforçando ainda mais a sólida estrutura de garantias das operações", salienta a gestão. O projeto Real Park, por sua vez, está iniciando as obras com a execução da fundação.
Com quase 50 anos no mercado imobiliário e sólida reputação na construção civil em diversos estados brasileiros e Portugal, os gestores argumentam que o Grupo SIAN certamente não se disporia a entrar em projetos de tal magnitude sem antes efetuar rigorosa diligência.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil no FII CACR11 há cinco anos, hoje você teria R$ 1.788,30, já considerando o reinvestimento dos dividendos mensais. A simulação também aponta que o Ifix teria retornado R$ 1.276,70 nas mesmas condições.

CACR11

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