Embraer (EMBJ3) faz festa no Salão de Dubai com pedidos de 20 novas aeronaves

No primeiro dia do Salão de Dubai, a Embraer (EMBJ3) já pôde fazer uma grande festa no evento do setor aéreo. A fabricante somou pedidos de pelo menos 20 novas aeronaves.

Um dos pedidos foi feito pela Air Côte d'Ivoire, da Costa do Marfim, que encomendou quatro aeronaves E-175. A empresa ainda deixou o espaço aberto para ampliar a solicitação para mais oito jatos.

A previsão é que as entregas comecem a ser realizadas no primeiro semestre de 2027, com jatos configurados para transportar até 76 passageiros. A ideia é usar as aeronaves para operar percursos regionais e ajudar na capilaridade dentro da África.

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Outra demanda veio da suíça Helvetic Airways, que encomendou três aeronaves do modelo E195-E2. A companhia também assinou um contrato que prevê a possibilidade de aumentar o pedido em mais cinco aeronaves.

Neste caso, os primeiros exemplares serão entregues no final do próximo ano, conforme cronograma da Embraer. Quando o pedido for concluído, a europeia chegará a ter 20 aeronaves da fabricante brasileira.

Nenhuma das empresas informou os valores que compõem os contratos, mas estima-se que uma aeronave não saia das fábricas por menos de US$ 55 milhões. Esse valor pode ser alterado conforme o tamanho, desempenho e configuração interna de cada projeto, que é definido individualmente com cada aérea.

Obviamente, as ações da Embraer reagiram aos anúncios e subiam mais de 1% na tarde desta segunda-feira (17). Por volta das 12h, os papéis operavam perto dos R$ 84,50, de acordo com informações da B3.

Só neste ano, os papéis da companhia acumularam alta de mais de 45% na bolsa de valores, entregando uma das melhores performances do Ibovespa (IBOV). No mesmo período, o indicador da bolsa valorizou cerca de 30%.

Dubai Airshow 2025

Todas essas negociações acontecem no Dubai Airshow, um evento que ocorre a cada dois anos no Oriente Médio. É uma oportunidade para que as empresas do setor aéreo se reúnam para apresentar novidades, firmar parcerias e fechar contratos bilionários.

A Emirates, por exemplo, aproveitou o evento para fechar um contrato de US$ 38 bilhões com a Boeing (BOEI34). Ele se refere ao pedido de 65 aeronaves do modelo B777-9, aumentando a frota para 315 jatos de grande porte.

No comunicado divulgado pela companhia, além de destacar o pedido, a Emirates ressaltou que ele faz parte dos esforços de investimento nos Estados Unidos. A informação funciona como um recado ao presidente Donald Trump, que tem feito pedidos para que as empresas aportem no país.

“[O pedido] marca um compromisso massivo de longo prazo com a manufatura aeroespacial dos EUA, gerando apoio para centenas de milhares de empregos de alto valor na indústria industrial ao longo da vida dos programas", disse a Emirates.

O Salão de Dubai também recebe as aeronaves C919 e C909, ambas fabricadas inteiramente na China pela COMAC. Essas são as apostas do governo asiático para atender a uma demanda cada vez mais crescente de aeronaves ao redor do mundo.

Está marcada, inclusive, uma demonstração de voos para o público, que deve acontecer durante a feira internacional. Além dos aviões comerciais, a empresa também oferece opções mais segmentadas, como ambulâncias aéreas, aeronaves de resposta a emergências e comando, aeronaves de combate a incêndios e cargueiros.

O desafio da empresa é garantir aprovação dos órgãos reguladores do Ocidente para que companhias de outros países possam adquirir suas aeronaves. Até agora, as vendas estão focadas nas empresas que atuam na China, onde os modelos já estão aptos a operar.

Segundo dados da COMAC, anualmente já são transportados mais de 2 milhões de passageiros por meio da frota da fabricante. Os percursos são realizados pela China Eastern Airlines, Air China e China Southern Airlines, em cerca de 15 rotas domésticas.