Elétricas ganham força na bolsa e banco lista as mais atrativas para investir
Após um 2024 marcado por desempenho fraco e incertezas, as empresas do segmento voltaram a conquistar espaço nas carteiras.

🚨 O setor elétrico brasileiro, tradicionalmente visto como porto seguro para investidores, vive um momento de recuperação em 2025.
Após um 2024 marcado por desempenho fraco e incertezas, as empresas do segmento voltaram a conquistar espaço nas carteiras, impulsionando o índice IEE — que reúne as elétricas listadas na B3 (B3SA3) — a uma alta acumulada de 29% no ano, o dobro do avanço registrado pelo Ibovespa, que sobe 13% no mesmo período.
De olho nesse movimento, o Bank of America (BofA) publicou um relatório destacando quais empresas do setor apresentam melhores oportunidades neste momento.
Copel
Entre os destaques do banco está a Copel (CPLE6), que vem entregando números consistentes e atraindo atenção pela previsibilidade de resultados.
Segundo o BofA, a companhia deve registrar taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 15% no Ebitda nos próximos três anos, reflexo de ganhos operacionais e investimentos estratégicos.
Outro ponto de interesse para o investidor é a rentabilidade via dividendos. A projeção é que a Copel mantenha um retorno recorrente em dois dígitos, oferecendo fluxo de caixa previsível e atrativo em tempos de juros elevados.
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Eletrobras
A Eletrobras (ELET6) também entrou na lista do BofA após apresentar números expressivos no balanço mais recente.
No segundo trimestre, a elétrica reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão, um salto de 43,3% em comparação ao mesmo período de 2024 e uma reviravolta em relação ao prejuízo ajustado de R$ 80 milhões registrado no primeiro trimestre deste ano.
O resultado foi acompanhado do anúncio de R$ 4 bilhões em dividendos intermediários, equivalente a um retorno de 4,5% sobre o valor das ações — surpreendendo parte do mercado.
Para o BofA, a empresa negocia atualmente com Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 12,6%, e os bons números podem alterar de forma positiva a percepção dos investidores.
Neoenergia
A Neoenergia (NEOE3) também aparece como uma alternativa interessante, com TIR real estimada em 13,2%.
O BofA ressalta que o mercado ainda não precificou totalmente o menor risco na alocação de capital da companhia, o que abre espaço para valorização das ações.
O histórico de execução de projetos e o portfólio diversificado — que inclui geração, transmissão e distribuição — reforçam o potencial de crescimento da Neoenergia nos próximos anos.
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Volatilidade segue no radar
Apesar das boas perspectivas para o setor, o BofA alerta que a volatilidade deve permanecer elevada no Brasil no curto prazo. O mercado já projeta cortes de juros para o próximo ano, mas a instituição é mais otimista: enquanto a média das estimativas aponta para uma Selic de 12,5% ao fim de 2026, o banco norte-americano prevê 11,25%.
As incertezas fiscais e a falta de clareza sobre as eleições de 2026 devem manter as taxas de longo prazo em patamares altos.
Por outro lado, o ambiente externo traz algum alívio: nos Estados Unidos, os juros recuaram na semana passada após dados fracos de emprego, fortalecendo o real e dando suporte à projeção de taxas mais baixas por aqui.
O que esperar para os próximos meses
💰 A combinação de dividendos elevados, crescimento de resultados e resiliência operacional mantém o setor elétrico como um destino atrativo para investidores em busca de estabilidade.
Para o BofA, Copel, Eletrobras e Neoenergia são nomes que se destacam neste momento, cada uma com características próprias que podem compor estratégias diferentes de portfólio.

CPLE6
COPELR$ 12,15
27,07 %
12,75 %
6.73%
11,91
1,42

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