"Ele não quer conversar", diz Lula sobre posição de Trump
A tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano começa a valer em 1º de agosto.

Nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), não está disposto a discutir a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, cuja implementação está marcada para o dia 1º de agosto.
🗣️ "Eu fiquei pensando: o que fazer? Ele não quer conversar, se ele quisesse conversar, ele pegava o telefone e me ligava", completou. Lula seguiu e ironizou a medida de Trump. "Mas ele não quis conversar. Ele nos deu até o dia 1º [de agosto]. Se não dermos resposta até o dia 1º, ele vai taxar nosso comércio em 50%. Vou contar uma coisa para vocês: eu não sou mineiro, mas eu sou bom de truco", brincou.
Leia também: Haddad: Brasil não vai sair da mesa de negociação com os EUA
Na ocasião, Lula também rebateu a crítica de Trump, que classificou como "caça às bruxas" o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ele acredita em bruxa? Alguém aqui acredita em bruxa para ter caça às bruxas. Ele mandou uma carta pedindo para pararem de perseguir o Bolsonaro. Um desaforo desrespeitoso com o Brasil e a justiça brasileira", pontuou.
Lula lembrou ainda que teve boas relações com presidentes americanos de gestões anteriores. "Eu converso com todo mundo, mas sobretudo com quem quer conversar. Se os EUA quiserem negociar, o Lulinha estará pronto para negociar. Mas desaforo só da Dona Lindu [mãe de Lula], e ela não fazia desaforo", disse.
Trump diz que tarifa de 50% é para países cuja relação "não tem sido boa"
Na véspera, Trump voltou a falas das taxas e declarou que as tarifas de 50% foram direcionadas a países com os quais os Estados Unidos mantêm relações “não muito boas”. Em sua justificativa, resumiu: “É assim que as coisas são”.
💬 “Temos tantos países que não é possível negociar acordos com todos. Então, temos uma tarifa simples e direta, de 15% a 50%”, declarou. “Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. É assim que as coisas são”, disse.
Como está agindo o Brasil
No início da semana, em pronunciamento na OMC (Organização Mundial do Comércio), o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, condenou as tarifas "arbitrárias" e adotadas de maneira "caótica". O diplomata brasileiro não citou o presidente dos EUA.
💭 “Tarifas arbitrárias, anunciadas e aplicadas de forma caótica, estão desestruturando cadeias globais de valor e ameaçam lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, afirmou Gough. Lembrando que entre as medidas tomadas pelo presidente Lula para tentar impedir a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, está a intervenção junto à OMC
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também já adiantou que o governo federal está conduzindo negociações com os EUA. “Estamos fazendo tentativas de contato reiteradas, mas há uma concentração de informações na Casa Branca. Alckmin está tendo contato com secretários. No nosso caso da Fazenda, temos contato com a equipe técnica do Tesouro americano, mas não com o secretário”, disse Haddad.
Além disso, uma comissão temporária externa do Senado Federal, aprovada oficialmente, viajará nesta sexta-feira (25) aos Estados Unidos com o objetivo de estabelecer diálogo com membros do legislativo norte-americano. Os encontros estão agendados para os dias 28 a 30 de julho, em Washington.

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