Donald Trump pode invadir Venezuela de Nicolás Maduro? Entenda o jogo

EUA enviam grande contingente de navios de guerra, aviões, submarinos e militares para a costa do país sul-americano.

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Publicado em 23/08/2025 às 11:44h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 23/08/2025 às 11:44h Atualizado 1 minuto atrás por Lucas Simões
Venezuela tem a maior reserva de petróleo do planeta, mas EUA alegam outro motivo (Imagem: Shutterstock)
Venezuela tem a maior reserva de petróleo do planeta, mas EUA alegam outro motivo (Imagem: Shutterstock)

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump deu uma grande demonstração de poder bélico contra a Venezuela de Nicolás Maduro, ao enviar nesta semana para a costa do país sul-americano navios de guerra, aviões, ao menos um submarino e cerca de 4 mil militares.

A razão dada oficialmente pela Casa Branca para tamanha mobilização militar seria o combate aos cartéis de drogas que operam na Venezuela, país vizinho ao Brasil, na fronteira norte.

Para especialistas em geopolítica, o mais recente episódio que acentua a crise diplomática entre EUA e Venezuela é, na verdade, um recado de Trump para Maduro, demonstrando ao comandante do país sul-americano que os americanos têm condições reais de invadir a nação.

Vale mencionar que a Justiça dos EUA considera Nicolás Maduro um presidente ilegítimo e chefe de cartel narcoterrorista, além de oferecer desde o início de agosto de 2025 uma recompensa de US$ 275 milhões por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro.

Na outra ponta, o governo venezuelano teria mobilizado 4,5 milhões de milicianos para responder, em seu entendimento, à possível ameaça de invasão dos EUA.

Embora não seja possível prever se essas hostilidades e demonstrações militares entre Washington e Caracas possam evoluir para um conflito armado, em um mundo cada vez mais militarizado, é fato que outras questões geopolíticas estão na mesa entre americanos e venezuelanos, podendo trazer impactos aos investimentos em bolsa de valores.

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Petróleo divide EUA e Venezuela

Quando falamos de petróleo, é comum que muitos investidores logo pensem nos países do Golfo Pérsico, principalmente a Arábia Saudita. Todavia, é a Venezuela que possui atualmente as maiores reservas da commodity no planeta, com cerca de 300,9 bilhões de barris, conforme dados do World Atlas. Na sequência, é que aparece a Arábia Saudita com 266,4 bilhões de barris de petróleo em reserva estimada.

Já os EUA, o maior consumidor da commodity no mundo, com demanda diária de 18 milhões de barris de petróleo por dia, têm apenas a nona maior reserva de óleo do planeta, estimada em 48,5 bilhões de barris. O Brasil ostenta a 15ª maior reserva, com cerca de 16,2 bilhões de barris.

Desde que Trump voltou a comandar a Casa Branca em 2025, após a vitória em seu segundo mandato, o republicano já ameaçou taxar países que comprarem o petróleo extraído na Venezuela com tarifas de 25%.

Fora que Trump reverteu a licença dada à petroleira americana Chevron (CVX) para explorar petróleo na costa da Venezuela, medida que havia sido concedida pelo ex-presidente democrata Joe Biden.

Bem ao lado, vizinho da Venezuela e do Brasil, está a Guiana, que desde 2015 viu a sua sorte mudar da água para o vinho ao descobrir imensas reservas de petróleo. Os próprios acionistas da Chevron passaram a deter uma boa fatia dessa riqueza com participação direta no bloco de petróleo em alto mar (offshore) chamado Stabroek, distante 190 quilômetros da costa.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em CVX há 10 anos, hoje você teria R$ 4.538,40, já considerando o reinvestimento dos dividendos em dólar. A simulação também aponta que o IVVB11 (investimento que replica o S&P 500) teria retornado R$ 5.360,70 nas mesmas condições.

CVX

Chevron
Cotação

R$ 158,18

Variação (12M)

14,73 % Logo Chevron

Margem Líquida

7,31 %

DY

4,31 %

P/L

19,41

P/VP

1,81