Dólar afunda 2,4% na semana, maior recuo semanal desde agosto
Moeda fechou cotada a R$ 5,91, menor valor de fechamento em quase dois meses.
Donald Trump retornou à Casa Branca com um tom bem mais moderado do que o esperado por muitos analistas. Por isso, o dólar afundou 2,42% nesta semana, o maior recuo semanal desde agosto de 2024.
💵 O dólar vem caindo de forma consecutiva desde segunda-feira (20), dia da posse de Trump como presidente dos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (12), recuou mais 0,12%. Por isso, fechou a semana cotado a R$ 5,91, o menor valor de fechamento desde 26 de novembro de 2024.
O recuo do dólar reflete a decisão de Trump de postergar e até aliviar as tarifas comerciais prometidas na corrida eleitoral.
O republicano havia falado em taxar em até 60% os produtos da China logo no primeiro dia do seu novo mandato. Contudo, assumiu o governo americano falando em uma tarifa de 10% a partir de fevereiro. E, agora, já admite a possibilidade de um acordo comercial com a China.
Em entrevista à "Fox News", Trump disse nessa quinta-feira (23) que preferia não usar tarifas com a China e admitiu a possibilidade de fazer um acordo comercial com o país.
A declaração ocorre depois que o republicano teve uma "conversa boa e amigável" com o presidente chinês, Xi Jinping, sobre temas como comércio, Taiwan e TikTok. E logo reverberou na China.
Porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Mao Ning disse que, "apesar das diferenças, os dois países têm enormes interesses comuns e espaço para cooperação".
O dólar afundou diante da possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Afinal, as tarifas comerciais defendidas por Trump tendem a pressionar a inflação e os juros americanos, fortalecendo a moeda.
Dólar tocou em R$ 5,86 na mínima do dia
💲 Com isso, o dólar chegou a tocar em R$ 5,86 na mínima do dia, no início da tarde desta sexta-feira (24). A moeda, no entanto, voltou a ganhar força contra o real na reta final do pregão, depois que o governo brasileiro admitiu a possibilidade de reduzir as tarifas de importação de alguns alimentos para baratear os preços no país.
Com a alta dos alimentos, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) marcou 0,11% em janeiro. A prévia da inflação desacelerou frente aos 0,34% de dezembro. Contudo, ficou acima do esperado pelo mercado, renovando a percepção de que a Selic voltará a subir na próxima semana.
Além disso, o mercado avalia os impactos fiscais do esforço do governo de conter os preços dos alimentos.
Ibovespa
📉 Diante dessas incertezas, o Ibovespa não teve um desempenho tão positivo quanto o dólar nesta sexta-feira (24). O principal índice da B3 oscilou bastante e acabou fechando em queda de 0,03%, aos 122.446 pontos. Com isso, acumulou um leve ganho de 0,08% na semana.
Além dessas incertezas, a Petrobras (PETR4) pesou sob o Ibovespa. As ações preferenciais da estatal recuaram 0,52%, mesmo com os preços do petróleo ensaiando uma recuperação do tombo sofrido nos últimos dias, depois que Trump prometeu aumentar a produção da commodity.
Já o IRB (IRBR3) afundou 2,30%, diante do início de uma disputa de R$ 10 milhões com a Previ.
Veja outras quedas do dia:
- Vamos (VAMO3): -2,15%;
- Ambev (ABEV3): -1,63%;
- Bradesco (BBDC4): -0,79%.
A Vale (VALE3), por outro lado, avançou 1,36%, acompanhando a alta do minério de ferro. CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) também ganharam com a recuperação da commodity, fechando com alta de 5,09% e 3,11% respectivamente.
Já a Cogna (COGN3) saltou 3,79%, impulsionada pela recomendação de compra do JP Morgan.
Veja outras altas do dia:
- C&A (CEAB3): 1,97%;
- Petz (PETZ3): 1,95%;
- Raízen (RAIZ4): 1,61%.
EUA
Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam em queda, devolvendo parte dos ganhos registrados nos primeiros dias do novo governo Trump. Veja o fechamento:
- Dow Jones: -0,32%;
- S&P 500: -0,29%;
- Nasdaq: -0,50%.
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