Direita volta ao poder na Bolívia após 20 anos com vitória de Rodrigo Paz
Economista e ex-senador Rodrigo Paz vence eleições com 54% dos votos e promete “capitalismo para todos” para recuperar a economia boliviana.

Desde o mês passado, o mundo já sabia: depois de quase 20 anos, um partido de direita voltaria a comandar a Bolívia a partir de 2026. A indefinição estava somente no nome que seria escolhido pela população, o que foi definido na noite do último domingo (19).
Rodrigo Paz (Partido Democrata Cristão), filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, é o novo presidente da Bolívia, eleito para um mandato de quatro anos. No fim das contagens, ele obteve 54% dos votos válidos contra 45% do seu opositor, Jorge Tuto, também um líder de direita.
Paz tem um extenso currículo político, tendo já ocupado os cargos de deputado, prefeito e senador. Ele é formado em Economia e Relações Internacionais, além de ter estudado Gestão Pública nos Estados Unidos.
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Mesmo sendo de uma família com tradição na vida pública, seu programa de governo foi definido por muitos bolivianos como inovador. Por isso, ele conseguiu desbancar seu oponente, Jorge Tuto, com um discurso de outsider.
"Desde a vitória, estendemos nossa mão para governar com todos aqueles que amam a pátria", disse Paz em seu primeiro discurso como presidente eleito. "A ideologia não se alimenta, o que alimenta é o direito ao trabalho, a segurança jurídica, o respeito à propriedade privada, a certeza do nosso futuro", acrescentou.
Por meio de publicação nas redes sociais, o atual presidente da Bolívia, Luis Arce, reconheceu a vitória de Paz. "Parabenizo Rodrigo Paz Pereira, o presidente eleito em um segundo turno histórico que foi realizado pela primeira vez na Bolívia e desejo o melhor sucesso ao seu governo", escreveu.
Grande desafio
O novo presidente Rodrigo Paz assume o comando da Bolívia em meio a uma grave crise econômica e a um cenário de instabilidade política. Sem acesso ao mar e com uma indústria nacional enfraquecida, o país figura entre as economias mais pobres da América do Sul.
No curtíssimo prazo, o primeiro problema a ser atacado pelo presidente é a falta de combustíveis. Isso acontece em razão da falta de dólares no país, o que dificulta a compra do produto no mercado internacional.
A principal bandeira deste novo governo é o mote “capitalismo para todos”, com um foco na redução de impostos e uma otimização do câmbio no país. O plano de governo prevê um desenho de banda cambial, em que o Banco Central define uma faixa de flutuação do dólar no país.
"O capitalismo para todos é um prato pequeno para o povo, estabilidade para a queda dos preços, regras claras para produzir com um Estado que ajuda você", disse Paz antes de ser eleito.
Outro plano é convergir o déficit primário do país para próximo de 1% do PIB (Produto Interno Bruto). Para isso, o país deve usar um saldo de US$ 3,5 bilhões recebido de financiamentos internacionais.
Nesta mesma linha, o presidente promete uma reforma no Estado boliviano, com congelamento de empresas públicas, implementação de sistemas digitais para compras do governo, além de mais controle anticorrupção. Ele também deve atacar a eleição de juízes, o que, para muita gente, teria politizado o sistema.
Mapa da Bolívia
Conhecida pela tradição indígena, a Bolívia é um país com população de pouco mais de 11 milhões de habitantes. A nação está situada na Cordilheira dos Andes, portanto, grande parte de seu território está a mais de 3 mil metros acima do nível do mar.
O PIB nominal é de US$ 45,5 bilhões, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,649, situado na categoria média, junto da Venezuela. Já o indicador Gini, que calcula a desigualdade nos países, coloca o país entre os mais desiguais do mundo, na 131ª posição.
Atualmente, cada dólar dos Estados Unidos equivale a cerca de 7 bolivianos na cotação oficial. O país conta, porém, com uma conversão paralela, em que cada unidade da moeda norte-americana é negociada a 9 bolivianos, enquanto um real brasileiro é vendido por 2,30 bolivianos.

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