CVM barra assembleia de fusão entre Marfrig e BRF após contestação de acionista

A paralisação ocorre após uma representação apresentada pela gestora Latache Capital, acionista minoritária da BRF.

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Publicado em 17/06/2025 às 22:26h - Atualizado Agora Publicado em 17/06/2025 às 22:26h Atualizado Agora por Matheus Silva
A assembleia estava marcada para o dia 18 de junho (Imagem: Shutterstock)
A assembleia estava marcada para o dia 18 de junho (Imagem: Shutterstock)

🚨 A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou a suspensão da assembleia geral extraordinária que votaria a fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), segundo informou nesta segunda-feira (16) a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo.

A paralisação ocorre após uma representação apresentada pela gestora Latache Capital, acionista minoritária da BRF.

A assembleia estava marcada para o dia 18 de junho e teria como pauta a proposta de incorporação da BRF pela Marfrig, operação que prevê a unificação das duas gigantes do setor de proteínas sob uma única estrutura de capital.

Embora a Marfrig já detenha participação controladora na BRF, a efetivação da fusão depende de aval dos acionistas das duas companhias.

Contestação trava processo

A CVM ainda não esclareceu se a suspensão se aplica apenas à assembleia da BRF, à da Marfrig ou a ambas.

Até o momento, as empresas não comentaram oficialmente a decisão, tampouco o órgão regulador respondeu aos pedidos de esclarecimento feitos fora do horário comercial.

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A contestação da Latache Capital levanta preocupações sobre governança e proteção dos interesses de acionistas minoritários.

A gestora argumenta que a proposta pode não refletir condições justas de troca de ações, considerando a relação entre controladora e controlada.

Próximos passos são incertos

Com a suspensão, o cronograma de aprovação da fusão fica incerto. Em maio, a Marfrig havia divulgado que a operação visava criar sinergias operacionais e financeiras entre as companhias, além de consolidar sua atuação no mercado global de alimentos processados.

O modelo proposto envolve troca de ações, com a Marfrig assumindo integralmente o capital da BRF.

📊 No entanto, a decisão da CVM evidencia a atenção crescente dos reguladores à transparência e aos direitos dos minoritários em grandes operações de fusão e aquisição — sobretudo em casos em que já existe relação de controle entre as partes envolvidas.

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