Corte de gastos, prévia da inflação e ata do Fed: Veja agenda da semana
Pacote fiscal deve ser anunciado na terça-feira (26) e pode ditar o rumo dos negócios na Bolsa.
Após muitas negociações, o governo federal promete concluir e apresentar nos próximos dias o corte de gastos que deve reforçar o arcabouço fiscal. Por isso, as contas públicas brasileiras continuam na mira do mercado nesta semana, além de dados como a prévia da inflação brasileira e a ata do Fed (Federal Reserve).
✂️ O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (25) para acertar os últimos detalhes do corte de gastos. Segundo ele, o governo estará pronto para anunciar as medidas depois dessa reunião. Por isso, o pacote fiscal deve ser apresentado até terça-feira (26).
Antes disso, o Executivo também deve detalhar o novo bloqueio de R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024, anunciado na noite de sexta-feira (21). O bloqueio foi necessário por causa da elevação dos gastos com a Previdência Social e porque as medidas de corte de gastos em estudo no governo só devem valer a partir de 2025.
Incertezas fiscais pressionam dólar e inflação
⚠️Diante das incertezas fiscais, os investidores têm se mantido cautelosos com os ativos brasileiros, o que tem pressionado o dólar e o Ibovespa. Por isso, o anúncio do corte de gastos deve ditar o rumo dos negócios na bolsa brasileira nesta semana.
A expectativa do mercado é de que o governo faça um corte significativo nas despesas obrigatórias, de forma a garantir o cumprimento da meta fiscal, que prevê déficit zero neste e no próximo ano e a volta do superávit fiscal em 2026. O Itaú BBA, por exemplo, ajuste de pelo menos R$ 60 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026.
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A XP avalia que, em caso de surpresas positivas, o anúncio pode ser um catalisador para a Bolsa. Afinal, "a política fiscal vem sendo o grande foco do ano para a economia e os ativos brasileiros e, nas últimas semanas, todas as atenções estão voltadas para o anúncio do pacote de corte de gastos que deve ser apresentado pelo governo".
O BTG Pactual reforçou que o governo tem a oportunidade de reforçar a confiança dos investidores se entregar um corte de gastos "decente". Mas alertou que, caso o pacote não atenda às expectativas do mercado, os investidores podem ficar ainda mais cautelosos em relação ao Brasil, o que tende a pressionar o dólar e, consequentemente, a inflação e os juros. "O mercado precisa ver sustentabilidade no atual quadro fiscal e crescimento mais lento de gastos", avisou.
As projeções para a inflação e o dólar, por sinal, já estão em alta, devido às incertezas fiscais e ao cenário externo mais desafiador. Por isso, o mercado também estará atento nesta segunda-feira (25) à nova edição do Boletim Focus.
Outros indicadores
Além do Boletim Focus, o BC (Banco Central) divulga na segunda-feira (25) as estatísticas do setor externo relativas ao mês de outubro. As estatísticas monetárias e de crédito saem na quinta (28) e as estatísticas fiscais, na sexta-feira (29).
💲 Já o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta na terça-feira (26) a prévia da inflação de novembro, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15). Na quinta-feira (28), a FGV (Fundação Getúlio Vargas) publica a inflação do aluguel, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).
A semana ainda traz dados do mercado de trabalho brasileiro em outubro, com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado) sendo publicado na quinta (28) e a taxa de desemprego medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal), na sexta-feira (29).
EUA
Nos Estados Unidos, a semana será mais curta, em virtude do feriado do Dia de Ação de Graças, que fecha os mercados na quinta (28) e na sexta-feira (29). Ainda assim, reserva dados importantes para o mercado.
Na terça-feira (26), será publicada a ata da última reunião do Fed, realizada em 6 e 7 de novembro. O Banco Central dos Estados Unidos cortou suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual na ocasião e deixou em aberto o ritmo do ajuste daqui para a frente, diante da perspectiva econômica incerta.
Na quarta-feira (27), também serão conhecidas a segunda leitura do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no terceiro trimestre e o resultado de outubro do PCE (núcleo do índice de preços de gastos com consumo), o indicador de inflação preferido do Fed.
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