Copom define nova taxa Selic em meio a incertezas

A incerteza paira sobre se a redução será de 0,25 ou 0,5 p.p, em meio à recente valorização do dólar e à manutenção dos juros nos EUA.

Author
Publicado em 08/05/2024 às 10:22h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 08/05/2024 às 10:22h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues

📉 Nesta quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne para decidir sobre o próximo corte na taxa básica de juros, a Selic, diante de uma possível divisão entre os membros.

Atualmente em 10,75% ao ano, a indefinição paira sobre se a redução será de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, em meio à recente valorização do dólar e à manutenção dos juros nos Estados Unidos em patamares elevados.

Na última reunião, em março, o Copom havia indicado, de forma unânime, a previsão de um corte de 0,5 ponto percentual na Selic para o encontro de maio.

No entanto, a volatilidade nos mercados globais desde então diminuiu a certeza desse movimento.

Durante sua participação na reunião do G20 em abril, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a decisão do Copom dependeria do nível de incerteza na economia global.

As projeções do mercado, conforme o boletim Focus, apontam para um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. Até a semana passada, a expectativa era de um corte de 0,5 ponto. Para o final do ano, a estimativa é que a Selic chegue a 9,63% ao ano.

A decisão do Copom será anunciada ao final do dia de hoje. Esta será a sétima redução desde agosto, quando o BC encerrou o ciclo de alta dos juros.

📊 Quanto à inflação, na última reunião, o Copom destacou a mudança na forma de comunicação sobre os próximos cortes, visando proporcionar mais flexibilidade ao Banco Central.

Anteriormente, o Copom afirmava que reduziria a Selic em 0,5 ponto pelo menos em mais três ocasiões. Agora, informa apenas que cortará os juros básicos na mesma magnitude na reunião de maio.

A deterioração da conjuntura internacional aumentou a incerteza quanto à trajetória da inflação, não apenas no Brasil, mas em diversos países, conforme apontado na ata da última reunião.

A perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos e tensões geopolíticas globais tornaram mais desafiador para o BC manter cortes agressivos na Selic.

O último boletim Focus manteve a expectativa de inflação para 2024 em 3,72%. Isso está dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em relação à atividade econômica, o IPCA-15 de abril registrou uma variação de 0,21%, acumulando alta de 3,77% nos últimos 12 meses, dentro da meta estabelecida para 2024.