Condenada a prisão, Carla Zambelli anuncia que deixou o Brasil

A deputada federal Carla Zambelli (PL) anunciou, nesta terça-feira (3), que deixou o Brasil. Condenada a 10 anos de prisão, a parlamentar não informou inicialmente para qual país se dirigiu, em transmissão feita pelas redes sociais.

🗣 "Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias. Eu vim, a princípio, buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e, agora, eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo", afirmou a deputada.

A saída de Zambelli acontece apenas 20 dias depois que ela foi condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) pela invasão do sistema da Justiça. O órgão havia apreendido seu passaporte anteriormente, mas devolveu o documento, tirando as restrições de deixar o país.

Durante a live, a parlamentar também citou seu companheiro de partido, Eduardo Bolsonaro, que se licenciou no cargo e foi para os Estados Unidos. "Tem essa possibilidade da constituição, acho que as pessoas conhecem um pouco mais essa possibilidade hoje em dia porque foi o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também", disse, em referência a um suposto pedido de exílio.

No entanto, ela descartou um eventual abandono de país, mas disse que vai se basear na Europa, já que tem cidadania de um dos países da região. “Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Não desistir da minha luta. Muito pelo contrário. É resistir. É continuar falando o que eu quero falar. Voltar a ser a Carla antes das amarras que essa ditadura nos impôs", declarou.

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Em entrevista à CNN Brasil, Carla disse que está nos Estados Unidos, mas deve ir à Itália nos próximos dias. “Tenho cidadania italiana e não podem me deportar. Eles não podem me deportar sendo cidadã italiana”, afirmou.

Apesar de ter sido condenada, Zambelli não tinha um mandato de prisão em aberto, portanto, não é considerada foragida da Justiça brasileira. Ela diz que vai usar seu tempo no exterior para denunciar perseguições políticas que pessoas da ala ideológica de direita estariam sofrendo no país.

"O que nós estamos vivendo hoje é um tempo de ditadura, falta de liberdades, censura e acho que vocês precisam ter pessoas fora do Brasil para poder lutar e continuar denunciando, desta vez na Europa. Vou levar isso a todos os países da Europa. Vou denunciar em todas as cortes que a gente tiver para denunciar", afirmou.

Zambelli é um dos principais quadros do PL em São Paulo, estado que a elegeu para Brasília nas últimas duas eleições. Desde o pleito de 2023, no entanto, ela vem sendo acusada de vários crimes, especialmente depois que seguiu um cidadão com arma em punho pelas ruas da capital.