China e a maior hidrelétrica do mundo podem turbinar ações brasileiras na B3
A China iniciou a maior hidrelétrica do mundo e ações como Vale e Gerdau podem se beneficiar com alta demanda por aço e minério.

🚨 O governo chinês deu início à construção da maior hidrelétrica do planeta, um megaprojeto bilionário que promete mudar a geopolítica da energia e também impactar diretamente o mercado global de commodities — com reflexos até na Bolsa brasileira.
Com investimento estimado em US$ 167 bilhões (cerca de R$ 933 bilhões), a obra será erguida no rio Yarlung Tsangpo, no Planalto Tibetano, próximo às fronteiras com Butão e Nepal, e deverá levar aproximadamente dez anos para ser concluída.
A estrutura contará com cinco usinas em cascata, que juntas terão capacidade de gerar 300 bilhões de kWh por ano — o triplo da atual líder, a usina chinesa de Três Gargantas.
Mas o que isso tem a ver com a B3 e os investidores brasileiros? Muito.
Especialistas apontam que ações de empresas como Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e até companhias ligadas à infraestrutura podem se beneficiar com a forte demanda por insumos industriais gerada por essa construção.
Projeto gigante pode aquecer setores de minério, aço, cimento e energia
A obra, considerada estratégica pelo Partido Comunista Chinês, integra os planos de transição energética e crescimento verde do país — que atualmente é o maior emissor de carbono do mundo.
A usina também tem peso político: trata-se de uma resposta da China às críticas sobre sua dependência de carvão, além de funcionar como estímulo à economia local por meio da geração de empregos e investimentos.
O projeto deve movimentar uma quantidade monumental de matérias-primas:
- Segundo o Morgan Stanley, a demanda por cimento pode chegar a até 30 milhões de toneladas ao longo da obra, ou cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano;
- Já a demanda por aço pode atingir entre 1,4 milhão e 1,9 milhão de toneladas em uma década, de acordo com estimativas do BTG Pactual;
- A obra também exigirá grande volume de cobre e alumínio, essenciais para a infraestrutura de geração e transmissão de energia, com foco em abastecer também data centers e polos industriais de alto consumo energético.
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Vale, CSN e Gerdau entre as mais favorecidas
Segundo relatório do Bradesco BBI, o anúncio da construção da hidrelétrica impulsionou as cotações do minério de ferro, mesmo em meio a uma sazonalidade mais fraca.
A avaliação do banco é que Vale e CSN podem ser as principais beneficiadas pela demanda crescente por insumos.
A Genial Investimentos reforça essa visão e destaca que o projeto sinaliza uma nova rodada de estímulos à infraestrutura na China, compensando parte da fraqueza do setor imobiliário.
A casa elevou a recomendação para Vale com preço-alvo de R$ 64,00, apostando em um ciclo de valorização das commodities metálicas no curto e médio prazo.
A Gerdau, por sua vez, ganha atenção por ter forte presença nos Estados Unidos, o que ajuda a mitigar riscos ligados à volatilidade chinesa.
Já Usiminas (USIM5) e CSN seguem com recomendação mais conservadora, dadas as incertezas no setor siderúrgico.
Desafios internacionais e alerta geopolítico
Apesar do entusiasmo dos mercados, o projeto também levanta bandeiras vermelhas. Países vizinhos como Índia e Bangladesh, que compartilham a bacia do rio Yarlung Tsangpo, já manifestaram preocupação com os potenciais efeitos ambientais e hídricos da obra.
Há receios de que o controle chinês sobre o fluxo do rio possa causar impactos no abastecimento de água e segurança alimentar dessas nações.
A China, porém, afirma que o projeto é parte de sua meta de neutralidade de carbono até 2060, e nega que haja riscos para países vizinhos.
Em paralelo, Pequim aposta na expansão das energias limpas como forma de atrair investimentos estrangeiros, gerar empregos e posicionar-se como referência em inovação energética.
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Analistas mantêm cautela com fundamentos de longo prazo
Nem tudo são flores. Mesmo com o otimismo gerado no curto prazo, casas como o BTG Pactual alertam que os fundamentos estruturais do setor siderúrgico continuam frágeis.
O banco avalia que o recente rali no preço do minério de ferro — acima de US$ 104 por tonelada — tem sido impulsionado por fluxos especulativos, e não por mudanças consistentes na oferta e demanda.
A expectativa é que os preços voltem a ceder, com o minério podendo cair abaixo dos US$ 90/t em médio prazo.
Além disso, o BTG acredita que o projeto, apesar de gigantesco, não é suficiente para reverter o excesso de capacidade produtiva da indústria chinesa, que segue pressionando margens e dificultando uma retomada sustentável nos preços.
“Continuamos céticos em relação a uma recuperação sólida e duradoura para o setor de mineração e siderurgia. Os fundamentos continuam fracos”, afirma o BTG em relatório.
A exceção, segundo o banco, continua sendo a Gerdau, por sua diversificação geográfica e foco no mercado norte-americano.
‘Negócio da China’ ou oportunidade?
💰 A construção da maior hidrelétrica do mundo pela China é um marco que pode abrir novas oportunidades para o setor de commodities e beneficiar empresas brasileiras listadas na B3.
A depender do andamento do projeto, novas revisões nas projeções podem surgir nos próximos meses — e as empresas ligadas à mineração, aço e infraestrutura devem continuar no radar dos analistas.

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