Cedae na bolsa? Governo do RJ estuda abrir capital de parte da ‘Sabesp carioca’

Estudo contratado pelo estado analisa a venda de parte das ações da companhia, que teve lucro de R$ 1 bilhão em 2024.

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Publicado em 14/10/2025 às 14:39h - Atualizado Agora Publicado em 14/10/2025 às 14:39h Atualizado Agora por Wesley Santana
Cedae pode ser avaliada em mais de R$ 10 bilhões caso chegue à bolsa de valores (Imagem: Shutterstock)
Cedae pode ser avaliada em mais de R$ 10 bilhões caso chegue à bolsa de valores (Imagem: Shutterstock)

O governo do Rio de Janeiro estaria estudando uma possível privatização de parte da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). Segundo o secretário estadual da Casa Civil, a perda do controle está fora de cogitação, mas o espaço para venda de ações está em análise pelo Executivo.

“O Estado não vai perder o controle acionário da Cedae no curto prazo, nem no médio prazo, porque não há ambiente político, nem vontade para isso. Até porque é um ativo importante para ficar nas mãos do Estado”, disse Nicola Miccione.

Por isso, no começo de outubro, o governo teria contratado um estudo para vender as ações da companhia, que teve lucro de R$ 1 bilhão no ano passado. O estudo deve avaliar os cenários possíveis, como uma eventual abertura de capital na bolsa.

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“É uma etapa natural, como a Sabesp fez anos atrás até chegar a uma solução”, pontuou. “Pode-se pensar em alternativas de um conselheiro ou dois da iniciativa privada, dando até mais modernização para a empresa, mas de forma muito pensada e cuidada”, continuou Miccione.

Caso se decida pela venda das ações, a Cedae segue um caminho muito parecido com o que tomou a Sabesp, que fez uma abertura de capital com uma pequena parte de seu patrimônio ainda nos anos 2000. Vinte e cinco anos depois, a companhia foi completamente privatizada, tendo seu controle saído das mãos do governo paulista.

Há cerca de dois anos, um estudo feito para a Cedae mostrou que a empresa poderia ser avaliada em até R$ 12 bilhões caso chegasse à B3. O valuation da marca foi traçado a partir de uma comparação com pares do mesmo setor e também dos indicadores financeiros da companhia.

“Nossa ideia é fazermos os ajustes necessários, uma remodelagem, para que o governador, se assim o desejar, possa lançar ações na bolsa, a preços maiores do que seriam se isso acontecesse hoje. Quanto mais valorizada a empresa, mais ela vai lucrar, mais ela vai ter possibilidade de investir, de reverter isso em benefício da população, no caso de o Estado ser o sócio majoritário”, disse o então presidente da companhia, Leonardo Soares, na época.

A decisão final sobre a privatização da Cedae ainda precisa ser analisada por diversos órgãos fluminenses. Além disso, os deputados estaduais devem aprovar a venda das ações, conforme o roteiro que foi seguido em SP.