Caso Master: Banco Central envia explicações ao TCU após questionamentos

A manifestação ocorre após o ministro Jhonatan de Jesus questionar a rapidez da autarquia em encerrar as atividades do banco.

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Publicado em 29/12/2025 às 20:16h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 29/12/2025 às 20:16h Atualizado 1 minuto atrás por Matheus Silva
O processo corre sob sigilo, mas o centro da discussão reside na estratégia adotada pelo órgão regulador (Imagem: Shutterstock)
O processo corre sob sigilo, mas o centro da discussão reside na estratégia adotada pelo órgão regulador (Imagem: Shutterstock)
🚨 O Banco Central (BC) protocolou, na tarde desta segunda-feira (29), sua resposta formal ao TCU (Tribunal de Contas da União) a respeito da liquidação extrajudicial do Banco Master.
A manifestação ocorre após o ministro Jhonatan de Jesus questionar a rapidez da autarquia em encerrar as atividades da instituição financeira, classificando a decisão como uma possível "medida extrema" e "precipitada".
O processo corre sob sigilo, mas o centro da discussão reside na estratégia adotada pelo órgão regulador.
O ministro do TCU deu um prazo de 72 horas para que o BC justificasse por que ignorou supostas soluções de mercado que poderiam ter evitado a quebra da instituição controlada por Daniel Vorcaro, sem a necessidade de acionar o FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Fraudes bilionárias vs. Propostas de aquisição

A intervenção do Banco Central no Master foi fundamentada em evidências robustas de uma fraude estimada em R$ 12,2 bilhões.
De acordo com as investigações conduzidas pelo BC e pela Polícia Federal, o banco teria adquirido carteiras de crédito fictícias da empresa Tirreno.
O objetivo dessa manobra seria simular liquidez para conseguir honrar o vencimento de CDB (Certificado de Depósito Bancário), uma vez que a instituição não possuía recursos reais em caixa.
Por outro lado, o ministro Jhonatan de Jesus argumenta que o órgão regulador teria demorado a analisar alternativas de mercado.
No documento do tribunal, é citada uma proposta feita meses antes da liquidação pelo Grupo Fictor, que estaria disposto a injetar R$ 3 bilhões para adquirir o controle do Master.
Segundo o ministro, essa saída poderia ter preservado os ativos e evitado o impacto sistêmico da liquidação.

A postura do Banco Central e o rito legal

Apesar da pressão vinda do tribunal de contas, o clima interno na cúpula do Banco Central é de tranquilidade.
Segundo apurações do Estadão/Broadcast, os técnicos da autarquia acreditam ter cumprido rigorosamente todos os ritos legais e etapas necessárias antes de decretar o fim das operações do banco.
A visão no BC é de que não houve "queima de etapas", mas sim uma atuação técnica para proteger a estabilidade do sistema financeiro de uma fraude confirmada.
O desenrolar deste caso é acompanhado de perto pelo mercado, pois coloca em xeque a autonomia e a agilidade do órgão regulador em momentos de crise bancária.
📊 Se o TCU decidir travar ações futuras sobre os ativos do Master, o processo de ressarcimento de credores e a própria atuação do FGC podem sofrer atrasos significativos.