Caminho das Índias a Tarus Armas (TASA4) terá final feliz? CEO dá recado sobre os 425 mil fuzis

Fabricante brasileira de armas está há anos disputando uma licitação bilionária com o governo indiano, mas conflito com o Paquistão pode acelerar o processo

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Publicado em 16/05/2025 às 07:00h - Atualizado 4 horas atrás Publicado em 16/05/2025 às 07:00h Atualizado 4 horas atrás por Lucas Simões
Com até R$ 2,2 bilhões em jogo, o CEO Salésio Nuhs explica quais são as chances da Taurus vencer a disputa em 2025 (Imagem: Divulgação/Taurus Armas)
Com até R$ 2,2 bilhões em jogo, o CEO Salésio Nuhs explica quais são as chances da Taurus vencer a disputa em 2025 (Imagem: Divulgação/Taurus Armas)

🚀 Um dos gatilhos que pode destravar uma forte valorização das ações da Taurus Armas (TASA4) seria a fabricante brasileira ser a vencedora na megalicitação travada há anos com o governo indiano, por meio de sua joint-venture JD Taurus, em parceria com a empresa local Jindal Defense. 

Afinal de contas, o saldo de até R$ 2,2 bilhões que o contrato prevê para um período de cinco anos não passaria desapercebido nem pelos analistas de mercado e nem pelos investidores. Entre idas e vindas da burocracia na Índia, especula-se que o resultado apontando a empresa vencedora saia ainda na primeira metade de 2025. Até o momento, a Taurus mantém a disputa com outras cinco fabricantes de fuzis.

Em entrevista concedida ao Investidor10 no último dia 14 de maio, o CEO Global da Taurus Salésio Nuhs deu um recado importante ao mercado, em especial aos acionistas da empresa, que justamente atualiza em que ponto anda a licitação com o governo indiano e como a volta dos conflitos armados com o país vizinho Paquistão pode finalmente acelerar a decisão final do contrato bilionário.

🗣️ "Descobrimos na Índia uma grande oportunidade de transferência de tecnologia, não precisamos entrar com nenhum investimento em dinheiro. A fábrica lá está funcionando perfeitamente bem. Nunca dissemos que seria fácil montarmos uma operação na Índia, mas como já somos campeões em burocracia ao atuar no Brasil, acabamos encontrando um país ainda mais burocrático que o nosso", comenta o executivo, perguntado sobre a lentidão no processo licitatório.

Nuhs relembra que há mais de dois anos, quando a TASA4 encaminhou o envelope de proposta ao governo indiano, quase 20 empresas disputavam a licitação, só que agora restam apenas seis fabricantes de fuzis no páreo, sem contar que pode haver dois vencedores no contrato bilionário.

Isso porque a empresa vencedora do contrato pode fornecer apenas 60% da encomenda de 425 mil fuzis, deixando o restante para o segundo colocado, caso o governo indiano entenda que é mais vantajoso dividir a licitação para atingir uma entrega mais rápida.

Pelas características da Taurus em ser atualmente a campeã de margem bruta na indústria bélica mundial, com média de 40% desde a série iniciada em 2015, segundo dados do Investidor10, o CEO reforça as boas chances da empresa ser escolhida pelo governo indiano buscando agilidade na entrega, além da qualidade demonstrada nos testes. Enquanto isso, a média de margem bruta do setor no mesmo período gira em torno de 25%.

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Conflito Índia—Paquistão pode acelerar o fim da novela

Não bastassem as diversas guerras que o mundo vê atualmente, os vizinhos Índia e Paquistão estão na iminência de uma guerra que tem como principal foco uma região chamada Caxemira. Embora no último dia 10 de maio, um cessar-fogo tenha sido aceito pelas duas potências nucleares, o governo indiano afirma que sua porção na Caxemira foi bombardeada.

Ou seja, buscando ampliar o seu poder de persuasão no tabuleiro geopolítico, o governo indiano finalmente pode acabar acelerando a sua decisão sobre a encomenda de 425 mil fuzis ainda no primeiro semestre do ano. Um episódio recente citado pelo CEO Global da Taurus corrobora para a narrativa.

🔫 "Somos uma empresa competitiva e fizemos uma oferta à altura na licitação. Há poucos dias, em uma madrugada, fomos comunicados que o governo indiano no dia seguinte abriria os envelopes com as ofertas, mas isso não aconteceu, pois a coisa na Índia acontece dessa forma. Mas, talvez com esse conflito com o Paquistão, a decisão seja acelerada", pontua Nuhs.

Compreendendo a ansiedade dos analistas e investidores que embarcaram na tese da TASA4 por conta do contrato bilionário que pode ser um divisor de águas para a fabricante gaúcha, atualmente avaliada com valor de mercado de R$ 1,01 bilhão, o CEO reforça que as operações na Índia seguem em produção, tendo ganhando recentemente outra licitação para a polícia ferroviária.

Nos quatro anos que a Taurus Armas está presente no mercado indiano, são cerca de 14 licitações no radar, sendo apenas uma delas a famosa encomenda de 425 mil fuzis. No balanço de Salésio Nuhs, a Taurus já venceu duas, sendo que uma terceira o vencedor não conseguiu entregar e talvez a brasileira tenha boas chances nessa oportunidade. Portanto, ainda há mais de uma dezena de negócios que podem vingar.

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