Barsi da Faria Lima faz o alerta: Selic em 2025 subirá a 'patamares esquecidos'
Fundo Verde, liderado por Luis Stuhlberger, já acumula valorização superior a 26.000% desde 1997 e revela estratégia de investimentos para este ano
🤑 Luiz Barsi Filho dispensa apresentações como o maior investidor pessoa física da Bolsa brasileira e com reconhecida estratégia em ações boas pagadoras de dividendos. Mas, quando pensamos em grandes gestores de fundos de investimentos, Luis Stuhlberger, do Fundo Verde, acumula uma vasta experiência e entrega de resultados. Ele e sua equipe começaram 2025 trazendo um baita alerta sobre a taxa Selic.
Stuhlberger é fundador e CEO da Verde Asset Management, figura famosa nos redutos da Faria Lima, afinal desde 1997 seu fundo de investimento carro-chefe já rendeu mais de +26.000%, alocando o dinheiro dos cotistas em diferentes moedas, commodities, ações e títulos de renda fixa.
Nesta quinta-feira (9), foi divulgada a carta mensal do fundo, que revelou um retorno de +2,20% em dezembro passado, além de uma valorização de +12,10% no acumulado de 2024, ficando levemente acima do CDI, que rendeu +10,87% no mesmo período. O gestor revelou como está investindo para driblar um 2025 de juros tão altos.
💵 "Os impactos inflacionários da desvalorização do real brasileiro ante o dólar americano serão sentidos ao longo de 2025 e forçarão o Banco Central a elevar os juros para patamares que considerávamos esquecidos", escreveu Stuhlberger, em carta mensal.
Para ele e sua equipe, a reiterada opção pelo populismo fiscal adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o seu terceiro mandato, revelada em novembro pelo pífio e contraditório pacote de corte de gastos, na leitura de boa parte do mercado cobra um preço alto, e se não fosse a forte intervenção do Banco Central no mercado cambial, Stuhlberger sugere que o dólar teria ido muito além dos R$ 6.
"O modelo econômico de acelerador fiscal com freio monetário segue em direção ao muro, e embora os preços de vários ativos já embutam prêmios de risco bastante significativos, continuamos a manter um posicionamento mais negativo", afirma a carta.
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Como Luis Stuhlberger está investindo em 2025?
Traduzindo o dialeto da Faria Lima, a equipe da Verde Asset avalia que as medidas econômicas populistas adotadas pelo governo Lula caminham em direção ao muro, prova disso é que a bolsa brasileira está repleta de ações em liquidação (inclusive boas empresas), devido à disparada dos juros futuros de longo prazo e apostas da taxa Selic acima de 15% ao ano em 2025.
Dito isto, Stuhlberger afirma que o seu fundo de investimentos está liquidamente vendido em bolsa brasileira e reduziu sua exposição global em meados do mês. Sua posição de juro real nos EUA foi transformada numa posição de inflação implícita.
🏆 Já em renda fixa brasileira, o gestor ainda enxerga algumas oportunidades em 2025, explicando que saiu da posição de inflação implícita longa por preço, e manteve uma pequena posição aplicada em juro real (o que seria equivalente a investir em Tesouro IPCA+ ou debêntures também indexadas à inflação).
Em moedas, a gestora Verde Asset seguiu a posição vendida no real brasileiro e no renminbi chinês e iniciou uma pequena posição vendida na rúpia indiana. O gestor manteve a alocação em criptomoedas — no caso, o próprio Bitcoin (BTC) —, uma pequena posição comprada em petróleo, assim como os livros de crédito high yield local e global.
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Quais ações da Bolsa brasileira a Verde Asset investe?
Não são apenas os investidores pessoa física que seguem aportando religiosamente o seu dinheiro em empresas listadas na B3 que estão com saldo negativo nos últimos 12 meses.
Outra carta mensal da Verde Asset, dessa vez focada em seu fundo de ações brasileiras, mostrou uma queda de −4,12% em dezembro passado, ao passo que no acumulado de 2024 a derrocada foi de −16,69%, inclusive maior que o tropeço do Ibovespa na faixa de −10,36%.
🔎 Conforme Stuhlberger, as maiores contribuições positivas de dezembro de 2024 vieram de Suzano (SUZB3) e Eletrobras (ELET6), enquanto as piores de Energisa (ENGI11) e BTG Pactual (BPAC11). Atualmente, as maiores posições do fundo são: Sabesp (SBSP3), Itaú (ITUB4), Suzano (SUZB3), Energisa (ENGI11) e BTG Pactual (BPAC11).
Fazendo uma alusão ao ditado: "Quando o mundo vai bem, o Brasil vai mal. Quando o mundo vai mal, o Brasil vai pior", Stuhlberger e sua equipe explicam que, mesmo dos preços mais baixos, continuam cuidadosos onde aplicar o dinheiro dos cotistas do fundo de ações brasileiras, selecionando companhias com modelos de negócios mais resilientes e com alocação abaixo da neutra.
Aumento de juros, inflação e piora do poder de compra devem continuar levando a revisões negativas de lucros futuros. Logo, a gestora da Faria Lima reconhece que existem exageros pontuais na venda generalizada de ações que considera resilientes, os quais procura aproveitar cautelosamente e cientes do cenário de saques na indústria de fundos de investimentos.
SUZB3
SUZANOR$ 61,47
13,50 %
9,59 %
3.28%
18,58
1,87
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