Banco do Brasil (BBAS3) vai decepcionar de novo? O que esperar dos bancos no 3T25

Santander e Bradesco abrem a temporada de balanços dos bancos, na quarta-feira (29).

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Publicado em 27/10/2025 às 16:23h - Atualizado Agora Publicado em 27/10/2025 às 16:23h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Banco do Brasil será o último a apresentar seus resultados (Imagem: Shutterstock)
Banco do Brasil será o último a apresentar seus resultados (Imagem: Shutterstock)

Os bancos brasileiros devem apresentar resultados mistos na temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025, que começa nesta semana.

🏦 A expectativa dos analistas é de que o Banco do Brasil (BBAS3) apresente mais um balanço fraco, devido ao aumento da inadimplência e das provisões.

Os juros altos e a inadimplência elevada, contudo, também devem afetar o desempenho de outros bancões brasileiros. Afinal, esse cenário exigiu cautela na concessão de novos empréstimos, o que deve levar a uma desaceleração da carteira de crédito.

📊 Diante disso, os analistas esperam que o Itaú (ITUB4) continue ampliando seus lucros, mas em ritmo mais moderado, e que o Santander (SANB11) apresente um resultado similar ao dos trimestres anteriores.

O destaque desta temporada de resultados deve ficar, portanto, com o Bradesco (BBDC4), que pode colher lucros mais elevados diante da continuidade do seu plano de reestruturação, superando novamente o Banco do Brasil.

Veja o que esperar do balanço de cada banco:

Santander

O Santander (SANB11) abre a temporada de balanços dos bancos, pois apresenta seus dados na próxima quarta-feira (29), antes da abertura dos mercados.

Para a XP, o banco deve manter uma postura seletiva na concessão de crédito, focando seus esforços em clientes de alta renda, o que deve levar a um "crescimento cauteloso em meio a um mercado difícil".

A XP projeta um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões para o Santander no terceiro trimestre, o que representa um incremento de 1% em relação ao mesmo período de 2024.

Os analistas, contudo, não veem "avanços significativos na otimização de despesas". Por isso, dizem que o ROE (retorno sobre o patrimônio) pode recuar de 16,7% para 16,5% no trimestre.

Bradesco 

O Bradesco (BBDC4) também apresenta os resultados do terceiro trimestre na quarta-feira (29), só que depois do fechamento do mercado.

Para a XP, o Bradesco será o destaque positivo da temporada de resultados bancários, pois, além de ter mantido seu plano de reestruturação em andamento, deve apresentar um bom desempenho em seguros e na receita com tarifas no trimestre. 

O banco ainda deve conseguir manter sua carteira de crédito em crescimento, mesmo que em menor ritmo, devido aos empréstimos para micro e pequenas empresas e ao consignado privado.

Por isso, a XP acredita que o lucro líquido do Bradesco pode saltar 19,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, chegando a R$ 6,2 bilhões. O ROE estimado é de 14,5%.

A Genial Investimentos é ainda mais otimista e projeta um lucro líquido de R$ 6,3 bilhões para o Bradesco no trimestre, com um ROE de 14,6%.

"A prioridade segue sendo qualidade dos ativos e recuperação da rentabilidade", explicou a Genial, destacando a continuidade do plano de reestruturação do Bradesco, por meio de medidas como o fechamento de agências, a digitalização do varejo, o foco no cliente de alta renda e a busca por mais eficiência e agilidade.

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Itaú

O Itaú (ITUB4) será o próximo banco a apresentar os dados do terceiro trimestre, no dia 4 de novembro, após o fechamento do mercado.

A expectativa dos analistas é de mais um lucro recorde, mas de um crescimento menos pronunciado que o dos últimos trimestres.

A XP, por exemplo, projeta um lucro líquido de R$ 11,7 bilhões para o Itaú, o que representa um aumento de 9,7% na base anual, mas de apenas 1,7% na comparação trimestral.

A Genial é um pouco mais otimista e vê um lucro de R$ 11,8 bilhões, com alta de 10,9% no ano e de 2,9% no trimestre. Para o ROE, as projeções são de 22,9% e 22,1%, respectivamente.

Para os analistas, a carteira de crédito do Itaú deve seguir em crescimento, puxada pelo segmento de micro e pequenas empresas e pelo crédito consignado privado.

As receitas também devem crescer, dado o bom desempenho da unidade de seguros e das atividades no mercado de capitais, além do crescimento da base de clientes do banco.

A XP diz, contudo, que a alta das receitas pode ser compensada por maiores despesas, sobretudo trabalhistas. Afinal, o Itaú fez um acordo de indenização milionário com os trabalhadores demitidos no home office.

Banco do Brasil

O Banco do Brasil (BBAS3) só apresenta os seus resultados no dia 12 de novembro. Contudo, a CEO do BB, Tarciana Medeiros, já avisou que os dados serão pressionados novamente pelo aumento da inadimplência no agronegócio e das provisões.

O lucro do BB caiu 20,7% no primeiro trimestre e afundou 60,2% no segundo trimestre de 2025 por causa desse cenário. E, de acordo com Tarciana, só deve apresentar sinais de melhora a partir do quarto trimestre, quando a instituição começar a colher os frutos da renegociação das dívidas rurais.

Diante disso, a XP projeta um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões para o Banco do Brasil, o que representa um baque de 62,6% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e um resultado inferior àquele projetado para o Santander.

A XP aponta para a possibilidade, portanto, de que o Banco do Brasil, que até bem pouco tempo atrás só perdia para o Itaú em termos de lucratividade, apresente o menor resultado dos quatro bancões listados na B3 no terceiro trimestre de 2025.

A Genial Investimentos é ainda mais pessimista e trabalha com um resultado de R$ 3,4 bilhões, 64% menor que o do mesmo trimestre de 2024. E também avisou que a rentabilidade do BB ainda pode piorar, caindo para 7,4%, um patamar significativamente abaixo do custo de capital do banco, segundo os analistas.

"Enquanto pares mantêm (ou elevam) rentabilidade, o BB deve piorar ligeiramente vs. o já fraco 2T25, mantendo ROE abaixo de 10% mesmo com suporte regulatório (MP 1.314)", disse a Genial. Já a XP projeta um ROE de 7,8%.

Veja as projeções da XP para os lucros dos bancos no 2T25:

  • Itaú: R$ 11,709 bi, +9,7% no ano e +1,7% no trimestre;
  • Bradesco: R$ 6,235 bi, +19,3% no ano e +2,8% no trimestre;
  • Santander: R$ 3,700 bi, +1,0% no e +1,1% no trimestre;
  • Banco do Brasil: R$ 3,561 bi, -62,6% no ano e -5,9% no trimestre.

Veja também a data de publicação dos balanços bancários:

  • Santander: 29 de outubro, antes da abertura do mercado;
  • Bradesco: 29 de outubro, após o fechamento do mercado;
  • Itaú: 4 de novembro, após o fechamento do mercado;
  • Banco do Brasil: 12 de novembro, após o fechamento do mercado.

Veja aqui a agenda completa de resultados do 3T25 das empresas listadas na B3

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 20,87

Variação (12M)

-17,45 % Logo Banco do Brasil

Margem Líquida

5,48 %

DY

8.35%

P/L

7,54

P/VP

0,66