Argentina barra fusão bilionária entre Telecom e Telefónica por risco de monopólio

Segundo comunicado, a decisão foi tomada com base em preocupações sobre a concentração de mercado que poderia surgir com a transação.

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Publicado em 24/03/2025 às 07:30h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 24/03/2025 às 07:30h Atualizado 6 dias atrás por Matheus Silva
Pelo acordo, a Telecom Argentina pagaria cerca de US$ 1,245 bilhão para assumir os ativos da rival (Imagem: Shutterstock)
Pelo acordo, a Telecom Argentina pagaria cerca de US$ 1,245 bilhão para assumir os ativos da rival (Imagem: Shutterstock)

🚨 A proposta de compra da operação argentina da Telefónica (TLNC34) pela Telecom Argentina, avaliada em mais de US$ 1,2 bilhão, foi temporariamente interrompida pelo governo argentino.

A decisão, anunciada na última sexta-feira (22), foi tomada com base em preocupações sobre a concentração de mercado que poderia surgir com a transação.

Segundo comunicado do gabinete do presidente Javier Milei, a suspensão é de caráter preventivo e valerá até que as autoridades concluam uma análise mais profunda dos impactos concorrenciais da fusão.

A medida atende a uma recomendação da Comissão Nacional de Defesa da Concorrência (CNDC), que sinalizou riscos à competição nos setores de telefonia e internet.

A aquisição, anunciada em fevereiro, faz parte da estratégia global da Telefónica — multinacional espanhola de telecomunicações — para reduzir sua presença na América Latina e focar em mercados mais estratégicos.

Pelo acordo, a Telecom Argentina pagaria cerca de US$ 1,245 bilhão para assumir os ativos da rival.

Entretanto, o governo argentino afirma que a operação, se concretizada, poderia concentrar até 61% do mercado de telefonia móvel, 69% das linhas fixas e até 80% do fornecimento de internet residencial em determinadas regiões do país.

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A avaliação é que, nesses patamares, a concorrência ficaria comprometida, dificultando a entrada de novos players e limitando a liberdade de escolha do consumidor.

Embora a suspensão seja provisória, o movimento revela a preocupação das autoridades com o equilíbrio competitivo em um setor considerado estratégico, especialmente em um momento de transição tecnológica marcado pela expansão do 5G e da fibra óptica.

A Telecom Argentina, que tem participação do Grupo Clarín — um dos maiores conglomerados de mídia do país —, afirmou por meio de nota que ainda não foi formalmente comunicada da decisão.

No entanto, reiterou seu compromisso de colaborar com os órgãos reguladores e em fornecer todas as informações necessárias para esclarecer a viabilidade da operação.

A empresa também reforçou sua intenção de manter investimentos robustos na modernização da infraestrutura de telecomunicações no país, com foco em ampliar o alcance da internet de alta velocidade e consolidar a tecnologia 5G.

Já o governo Milei, que tem buscado implementar uma agenda econômica liberal com cortes de gastos e desburocratização, mostrou-se reticente em relação à operação desde o início.

A equipe econômica alega que, embora defenda a liberdade de mercado, fusões que comprometam a concorrência precisam ser analisadas com cautela.

A suspensão da compra reacende o debate sobre a concentração no setor de telecomunicações da América Latina — uma região onde poucas empresas detêm fatias significativas do mercado.

📊 No caso argentino, a preocupação é que o negócio acabe limitando ainda mais a competição, com potenciais reflexos sobre preços, qualidade de serviço e inovação tecnológica. A expectativa é que o processo siga em análise nos próximos meses.

TLNC34

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